Roncalli Filho: reforma do Clube do Servidor será inaugurada nesta segunda (19) com nova área de piscinas

A obra de reforma do Clube do Servidor Municipal de Teresina será inaugurada nesta segunda-feira (19). A obra foi realizada pela Prefeitura da capital, por meio da Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas (SAAD) Centro.

Segundo o superintendente Roncalli Filho, foram investidos pelo menos R$ 398 mil na reforma.

As duas piscinas do clube foram completamente reformadas, além dos banheiros, quadra, vestuários, além do setor de eventos. Todo o espaço também ganhou uma nova pintura.

“Esta é mais uma obra que mostra como essa gestão valoriza o servidos público municipal, que terá o seu clube totalmente reformado para os momentos de lazer”, destacou o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa.

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QUEM VAI SER O CANDIDATO DO PT?

Vamos estabelecer uma verdade principal aqui: seja quem for, tem grandes chances de ganhar. Não há polêmica. São os fatos. O PT tem o Governo Federal, tem o Governo Estadual, tem a Assembleia Legislativa e a militância mais organizada dentre todos os partidos políticos em Teresina depois que o ex-prefeito Firmino Filho (PSDB) morreu.

Com a desistência prematura de Dr. Vinícius, a disputa fica entre Franzé Silva e Fábio Novo (foto: reprodução)

Com o apagão administrativo que a capital vive, sim, o PT tem grandes chances de fazer o prefeito nas próximas eleições

E QUEM VAI SER?

O candidato do PT é o que o PT vai escolher.

E isso é diferente de dizer que é o que o governador ou o senador, ou o deputado ou o vereador quer. A escolha é partidária e coletiva.

Na última semana, por exemplo, o Dr. Vinícius, deputado estadual que, em tese, era o preferido do governador Rafael Fonteles desistiu da pré-candidatura.

O problema eram as pesquisas? Claro que não.

Falta um ano e meio para as eleições e faltando um ano para as eleições passadas, o próprio Rafael era um traço nas pesquisas.

O que faltou a Dr. Vinícius foi apoio dentro do PT. Não faltou apoio dentro do governo. Aliás, o governador estava andando a tiracolo com ele pra cima e pra baixo. A primeira-dama, Isabel Fonteles, também. Então, que o deputado tenha se visto obrigado a desistir, assim parece, um recado para o próprio governador.

RECADO E REJEIÇÃO

Ele era a preferência de Rafael, todo mundo sabe disso nos bastidores. Quando ele desistiu e imediatamente anunciou apoio a Fábio Novo, fez como se fosse um evento para público geral, mas essa fase é intrapartidária.

Então ele leva a sua rejeição dentro do partido para Fábio Novo, que também tem seu próprio quinhão de rejeição dentro do PT municipal.

Conversando com qualquer pessoa do Diretório de Teresina, entende-se que Fábio Novo sempre esteve em descompasso com essa instância do partido.

Na análise de quem acompanha o partido de perto na capital, ele apoiou o PSDB em 2012 e em 2016, quando o PT estava do lado oposto. O apoio do vereador Venâncio Cardoso, do PSDB, que foi declarado nessa última semana, até lembrou muita gente disso.

Aliás, Venâncio não tem votos dentro do PT de Teresina.

Tampouco o deputado Florentino Neto, que também declarou apoio a Fábio Novo tem. A base de Florentino – e o título eleitoral dele – são de Parnaíba, onde a base governista tem rejeitado sua própria esposa como pré-candidata a prefeita e tem se aglutinado em torno de outro nome, o do deputado Dr. Hélio. Mas essa é outra história.

FORÇAR É POSSÍVEL, MAS TEM PREÇO ALTO

Voltando para Teresina, forçar um candidato de cima pra baixo é complicado dentro do PT. O próprio Wellington Dias não conseguiu fazer isso com a esposa, Rejane Dias em 2012.

E o governador não tem força pra isso?

Tem, claro que tem.

Mas apesar de muita gente dizer que Fábio Novo é o candidato de Rafael Fonteles, alguém viu o governador, ele mesmo com sua boca, dizer isso em algum lugar? Não. Sabe porquê? Por que forçar uma candidatura tem um custo político e tem um custo administrativo.

Digamos que o governador sente com o diretório municipal, um monte de gente que ele mesmo tirou do governo para colocar o seu pessoal, e diga “Olha quero colocar o meu candidato, fulano aqui!”. Sabe qual seria a resposta do diretório? “Claro governador! E o que o senhor pode fazer por nós?”.

Se fosse pra forçar, ele não forçaria por Fábio Novo, forçaria pelo Dr. Vinícius, que já é da sua própria turma, aí sim teria alguma lógica, ou não é?

CRISE E CRÍTICAS PELA FRENTE

Fábio Novo teve um desempenho até interessante em 2020, mas é uma figura polêmica, todo mundo sabe, complicada de defender quando o Ministério Público, exatamente este ano, o acusa de gastar dinheiro público de má-fé para se beneficiar numa eleição.

Em 2016, ele, secretário de Cultura do Estado, segundo o entendimento do MPPI, contratou uma banda, Aviões do Forro, para tocar em um evento em Bom Jesus, o meio do período eleitoral, onde seu irmão, Benigno Nunes Novo, disputava a vice-prefeitura ao lado de Alcindo Piauilino, do Progressistas, partido do senador Ciro Nogueira, atual adversário do governador Rafael Fonteles.

Segundo o Ministério Público, foram gastos em 2016, R$ 220 mil com os Aviões do Forró em Bom Jesus, um município que tem aí seus 25 mil habitantes.

Essa farra de gastos com bandas virou um assunto tão remoso, que o próprio governador Rafael Fonteles teve que, ao assumir, instituir um teto de gastos para isso, que é R$ 190 mil em municípios de até 30 mil habitantes neste ano de 2023.

Tá vendo o tamanho de coisas complicadas pro governador fazer, explicar e ceder para escolher Fábio Novo?

Então, Marcos, quem vai ser o candidato do PT? 

Olhando pros fatos: o diretório está se encaminhando para declarar apoio ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Franzé Silva, que aliás, tem uma linha de atuação bem parecida com a do governador Rafael Fonteles, que tem construído uma imagem de político que tem lado e, por isso mesmo, não vai discordar da escolha do partido que o elegeu.

Quando o PT decidir, seja quem for o candidato, será o candidato de toda a base do governo.

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NOVA MOBILIDADE DA ZONA LESTE

As principais vias de acesso à Zona Leste de Teresina devem ganhar nos próximos dias uma fluidez no seu trânsito. A Prefeitura de Teresina, por meio da Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (ETURB), iniciou o recapeamento asfáltico de sete ruas dessa região que funcionam como principal entrada e saída para outras zonas da cidade.

MOBILIDADE URBANA

Essa reconstrução das pistas com a substituição do asfalto antigo – já estava bastante danificado – por um asfalto novo implica diretamente numa melhor mobilidade populacional entre os principais corredores de veículos e as vias de bairro.

As ações se concentram nos quarteirões entre as avenidas Nossa Senhora de Fátima, Ininga, João XXIII e Jóquei Clube, locais que não suportavam mais a Operação Tapa-buraco, segundo o diretor-executivo da ETURB, Edmilson Ferreira.

Pelos cálculos da PMT, serão investidos R$ 2 milhões na substituição do asfalto das sete vias.

Passado o período de chuvas, a determinação dentro da gestão de Dr. Pessoa é para que sejam recuperadas todas as vias de maior trânsito da capital (foto: Ascom PMT)

“Essas ruas e avenidas não aguentam mais a Operação Tapa-buraco porque a vida útil do asfalto já acabou. Por causa disso, estamos fazendo um novo recapeamento, ou seja, estamos retirando o asfalto antigo e colocando um asfalto novo nesse local”, explica.

O recapeamento será feito em Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), que é a pavimentação asfáltica mais utilizada em ruas e rodovias no Brasil, proporcionando uma excelente qualidade em sua aplicação.

NOVA SINALIZAÇÃO

A obra é uma determinação do prefeito Doutor Pessoa e do presidente da ETURB, João Duarte.

“Além de substituir um asfalto que estava totalmente desgastado, vamos colocar uma nova sinalização horizontal e vertical e melhorar a iluminação em todas as vias. Com isso, vamos garantir mais segurança aos motoristas e também aos pedestres e moradores da área”, declara o presidente João Duarte, o “Pessoinha”.

A previsão de término dos serviços é de 20 dias. Com isso, a obra deve ser concluída até o final de junho.

as faixas em vermelho apontam as vias que serão renovadas (reprodução)

As vias contempladas serão:

  • Avenida Ininga
  • Rua das Tulipas
  • Rua Miosótis
  • Rua Gardênia
  • Avenida Senador Arêa Leão
  • Rua das Orquídeas
  • Rua Angélica

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OS ÓCULOS FALANTES DE HENRIQUE PIRES

Incluir deficientes visuais de uma maneira especial na Educação. Na última segunda-feira (29), o deputado Henrique Pires (MDB) apresentou, na sessão plenária da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) um Indicativo de Projeto de Lei que cria o Programa “Óculos Falantes”. A tecnologia para que isso aconteça não é lá uma novidade, existe no mercado desde pelo menos 2018, mas o momento que o Piauí vive é outro.

Iniciativa de Henrique Pires pode ser salto na inclusão de crianças com deficiência visual no Piauí (foto: Jailson Soares | PD)

A proposta, que visa oferecer aos deficientes visuais mais acesso à educação, depende de aprovação na Alepi e regulamentação do Executivo para nova apreciação pelos deputados. Mas como a gestão do governador Rafael Fonteles (PT) aponta para investimentos em tecnologia, a proposta do deputado Henrique Pires é difícil de contrariar.

TECNOLOGIA INOVADORA

Podendo ser conectada a qualquer armação de óculos, uma invenção chamada OrCam MyEye, criada em Israel, é capaz de transformar textos de qualquer natureza (livros, cardápios e até bulas de remédio) em áudio. E sem necessariamente estar conectado à internet.

Tecnologia inclusiva: dispositivo está no mercado desde 2018 e já está em sua segunda versão comercial (reprodução)

Imaginem o quanto isso pode ser transformador para crianças piauienses com deficiência visual! Aliás, um estado como o Piauí que ainda tem mais de 500 mil habitantes analfabetos, uma criança com esse tipo de limitação filha de pais analfabetos tende a ser condenada ao escuro do conhecimento.

COMO FUNCIONA?

Em todo o Brasil, mais de 800 municípios já tiveram contato com o equipamento para testá-lo em suas redes públicas de ensino. É um pequeno dispositivo um pequeno dispositivo que se conecta à armação de um par de óculos utilizado pelo deficiente visual. O aparelho possui um sensor óptico que captura a imagem e a converte, instantaneamente, em áudio por meio de um alto-falante que fica acima do ouvido.

Washington Bandeira: secretário de Educação deve avaliar proposta apresentada pela Assembleia Legislativa (foto: Jailson Soares | PD)

Os estudantes que tiverem interesse em ter acesso aos “óculos falantes” poderão se inscrever no programa caso ele se transforme em lei.

Henrique tem que lutar pelo projeto, agora, nos bastidores do Karnak (foto: Jailson Soares | PD)

Como esse tipo de programa implica necessariamente em custo de aquisição e manutenção dos equipamentos, é preciso que o Governo do Estado perceba a iniciativa como algo necessário e, claro, separe recursos necessários para sua implantação.

Cada peça custa no mercado privado, em média, R$ 15 mil reais, o que pode até parecer muito, mas na verdade até parece barato quando você pensa que um deputado suplente custa, só de salário, o dobro disso por mês e essa inclusão, para os beneficiados, não tem preço.

Atualmente o Piauí tem algo em torno de 120 mil deficientes visuais e, segundo o IBGE, pelo menos 18,5% deles são crianças em idade escolar.

É gente suficiente para se fazer a pressão adequada no Governo do Estado.

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REDUÇÃO NO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou que os preços da gasolina, diesel e GLP (gás liquefeito de petróleo, o gás de cozinha) vão cair para as distribuidoras a partir de amanhã. Mais cedo, a estatal anunciou uma nova política para precificação de combustíveis nas refinarias e o fim da paridade de importação.

Prates: novo presidente da Petrobrás Empresa não deixou claro a regra que irá balizar os preços a partir de agora (foto: redes sociais)

NOVOS PREÇOS

Gasolina: de R$ 3,18 para R$ 2,78 por litro (redução de R$ 0,40, queda de 12,6%)

Diesel: de R$ 3,46 para R$ 3,02 por litro (redução de R$ 0,44, queda de 12,8%)

GLP: de R$ 3,22 para R$ 2,53 por quilo (redução de R$ 8,97 por botijão de 13 kg, queda de 21,3%)

DISTRIBUIDORAS X CONSUMIDOR: PREÇOS DIFERENTES

Cada revendedor repassa o reajuste da maneira que entender ser melhor. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que, no posto, o litro da gasolina deve cair, em média, de R$ 5,49 para R$ 5,20; o diesel S10, de R$ 5,57 para R$ 5,18. Já o botijão de gás deve ficar abaixo dos R$ 100 pela primeira vez desde outubro de 2021.

Segundo Prates, com preço médio do botijão de 13kg ficará em R$ 99,87.

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NENHUM DELES VAI PRA SAÚDE

Quem andou plantando que os deputados Dr. Francisco Costa (PT), Florentino Neto (PT) e Jadyel da Jupi têm qualquer força de comando ou expectativa que o seja sobre a Secretaria Estadual de Saúde do Piauí, está passado vergonha. Os três se deram bem em 2022, foram eleitos pela estrutura da SESAPI e acabou aí. Mudou o governador, mudou o procedimento.

Francisco, Florentino e Jadyel, a trinca eleita às custas do "trabalho" da SESAPI não manda mais em nada por ali e, segundo o governador, muita coisa já mudou pra melhor (fotos: Jailson Soares | PV | PD)

Atualmente senador e ministro, Wellington Dias (PT) teve Francisco e Florentino como secretários de Saúde de suas últimas gestões como governador. E os dois tiveram Jadyel como fornecedor privilegiado. E nos bastidores, ninguém consegue negar, foram três das mais “estruturadas” campanhas que já se viu na história do Piauí, embora não se possa dizer o mesmo da Saúde no estado durante o mesmo período em que os três atuaram nela. A Polícia Federal -- dentre outros órgãos de controle e fiscalização -- que o diga.

RAFAEL NÃO É WELLINGTON

Mas fato é que o atual governador Rafael Fonteles não é Wellington. Quer ser mais. Tem que ser mais, pro bem do Piauí, espera-se. Logo, tem que ser mais eficiente e este é o obstáculo fundamental para os federais enconstarem na SESAPI: nem Francisco, muito menos Florentino, pior ainda Jadyel conseguiriam mandar o mínimo ali sem pensar na próxima eleição, ainda que isso custasse mais filas para atendimentos, mais grávidas transportadas em táxis improvisados ao invés de ambulâncias ou material hospitalar superfaturado.

Esta semana chegaram a falar que Merlong Solano (PT), recém empossado deputado federal efetivo na vaga deixada pela ex-primeira dama Rejane Dias – que virou conselheira do TCE-PI – também poderia assumir a Saúde para que o ex-governador Wilson Martins (PT).

Baboseira emitida em folhas de cheque que a vergonha alheia não pode cobrir.

O COMANDO DA SESAPI VAI MUDAR

Antônio Luís, atual secretário de Saúde vai, sim, em algum momento, deixar o cargo. Voltará para a Secretaria de Fazenda e seu substituto na SESAPI já está escolhido: o médico Dirceu Hamilton Campelo. Amigo quase irmão do governador Rafael e dentre tantos outros fatos que não são coincidência, compadre do secretário de Governo, Marcelo Noletto, que é padrinho do filho de Dirceu.

Marcelo Nolleto, Dirceu Campelo, Rafael Fonteles e Antônio Luís: diferente da gestão de Wellington, a Sesapi, agora, parece mostrar resultado (foto: GovPI)

Onde é que cabe Dr. Francisco, Florentino, Jadyel ou quem quer que seja aí no meio que não seja do círculo íntimo do governador? 

Não cabe.

Aliás, com três meses de um novo modelo de gestão, a SESAPI já zerou a fila de UTI no Hospital Infantil e a fila de cirurgias de marcapasso e ontem (23) anunciou um aporte de R$ 20 milhões para a Saúde com a finalidade de zerar todas as filas de cirurgias eletivas ainda este ano. São, ao todo, mais de 14 mil pessoas esperando, segundo anunciado pelo próprio governador. 

Talvez ele não tenha dito por educação política, mas eu posso falar por dever de jornalismo: essas filas são herança de Francisco, Florentino e Jadyel. E de Wellington e o antigo modo de (não) fazer as coisas, claro. 

Deu pra entender, né?

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CANDIDATOS DE SI MESMOS

Dr. Vinícius, Franzé Silva, Fábio Novo e Merlong Solano. Três deputados estaduais e um federal colocaram na última semana seus nomes para disputar internamente a vaga de “pré-candidato oficial” do PT para a Prefeitura de Teresina em 2024. Mas ser amigo do governador, presidente da Assembleia Legislativa, ter sido o última candidato para o cargo nas últimas eleições ou ter s tornado efetivo na Câmara Federal não são pré-requisitos prioritários para garantir o posto.

Não basta querer ou combinar entre eles: sem passar pelo etendimento com o diretório municipal, nenhum consegue ser candidato a prefeito (fotos: Jailson Soares | Marcos Melo | PD)

Quem quiser ser candidato a prefeito tem que garantir, antes de tudo, a viabilidade de uma chapa inteira de vereadores e, ao mesmo tempo, conquistar a confiança de quem realmente decide: o diretório municipal do partido.

O CONFRONTO NÃO SERVE

Em 1996 o Diretório Estadual do PT realizou uma intervenção no Diretório Municipal para trocar a chapa majoritária. Aclamado um ano antes, em 1995, como candidato à prefeito, o pai do atual governador Rafael Fonteles não aceitou que os petistas em Teresina tivessem escolhido Lourenço do Sindbebidas, à época, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), para ser seu vice. A intervenção estadual trocou Lourenço pelo nome de Wellington Dias, que exercia ali os primeiros meses de seu mandato de deputado estadual.

Todos sabem que Dr. Vinícius, deputado de primeiro mandato, é o nome preferido pelo governador Rafael Fonteles, por isso mesmo sua maior vantagem é, também, um obstáculo a ser superado: o Diretório Municipal do PT teve seu espaço drasticamente reduzido na transição do governo de Wellington Dias para o de Rafael, logo, ninguém do governador vai ser aprovado nessa instância "de graça" (foto: Marcos Melo | PD)

O resultado foi traumático para o partido, rachado internamente, e com Nazareno e Wellington Dias em 3º lugar ao final do 1º turno, não conseguindo atingir nem metade dos votos do 2º colocado, Alberto Silva (do então PMDB).

Passados 15 anos, Wellington Dias já era senador, havia feito sua esposa, Rejane Dias, deputada estadual. O PT já tinha acordo fechado para indicar Cícero Magalhães como vice do prefeito Elmano Ferrer (naquele tempo, filiado ao PTB). Dias foi lá, estragou o acordo, mas em compensação o Diretório Municipal decidiu que uma candidatura de Rejane estava fora de cogitação. Ou seria Wellington o candidato, ou não seria ninguém. Para quem lembra, a campanha dele foi, ali, uma vergonha alheia.

Diferente de Dr. Vinícius, Franzé já tem condições próprias para viabilizar sua campanha dentro do PT, mas não pode perder tempo (foto: Jailson Soares | PD)

Teresina havia dado a Wellington Dias, dois anos antes, mais de 263 mil votos para o Senado. Mas o senador não conseguiu juntar mais do que 59.470 votos naquele ano. E o PT perdeu a chance de entrar com os dois pés na Prefeitura de Teresina, visto que Elmano Ferrer perdeu para Firmino Filho por pouco mais de 12 mil votos de diferença.

O confronto interno nunca serviu ao PT. E o Diretório Municipal detém o monopólio da escolha do partido, simples assim.

ANTES DO DISCURSO, A ESTRUTURA

Não há discurso de Vinícius, Franzé, Fábio ou Merlong que se imponha diante de uma necessidade básica: prover estrutura para a chapa de vereadores. Pois é de candidatos a este cargo proporcional que é feito o Diretório Municipal, a começar por Cícero Magalhães, presidente, que já estava com meia campanha garantida no acordo que foi desfeito com o atual prefeito Doutor Pessoa (Republicanos).

Sem estrutura de governo bancando sua campanha, Fábio Novo foi um campeão em 2020, conseguindo por mérito o 3º lugar na disputa de prefeito e superando a votação de todos os candidatos do PT a vereador juntos, ou seja: em tese, teve votos fora do partido, e deve ser uma voz ativa no processo; por outro lado, o deputado federal Merlong Solano parece estar a passeio dentro da disputa (fotos: Jailson Soares | PD)

Aliás, uma chapa forte é que daria ao PT condições de ampliar o número de cadeiras na Câmara Municipal, dando condições de Dudu, Deolindo Moura e Euzuíla Calisto seguirem mais tranquilos para as suas reeleições.

Deputados recém empossados e tendo saído há pouco tempo eles mesmo da competição proporcional, Vinícius, Franzé, Fábio e Merlong sabem que nenhum deles pode ser candidato de si e quem quer que seja o candidato, vai precisar da militância municipal mais do que animada: motivada para ganhar.

Presidente e vice-presidente: Cícero Magalhães e Dudu Borges estão sintonizados no discurso de que nenhuma decisão de candidatura será imposta nem passará por cima da escolha livre dos militantes de Teresina (fotos: Jailson Soares | PD)

Cá entre nós, com bastante sinceridade, gabinetes apenas não vão ser suficientes para isso. O petismo no Piauí é movimento à base de máquina. Se não for pelo Governo do Estado ou pela Assembleia Legislativa, abre-se a possibilidade de que seja pela Câmara Municipal que se viabilize o apoio do Diretório Municipal do PT.

"Ninguém vai decidir sozinho o futuro do partido. Nenhum pré-candidato será imposto a nós do Diretório Municipal, que estamos diariamente na militância. Isso eu posso garantir, juntamente com o presidente Cícero. A decisão vai passar por todo o diretório e terá que garantir condições dos candidatos proporcionais disputarem eleições para formar a maior bancada da Câmara Municipal", disse Dudu ao Política Dinâmica, na última semana. 

Amigos de militância estudantil e parlamento: o petista Deolindo Moura é u dos que defende que o PT aguarde uma provável filiação de Enzo Samuel (à esq.) para definir seu pré-candidato a prefeito de Teresina e acredita na viabilidade do presidente da Câmara Municipal (foto: Jailson Soares | PD)

E sim, o presidente da CMT, vereador Enzo Samuel, avança em conversas para trocar de sigla, deixar PDT e filiar-se ao PT de Teresina. Nos bastidores, já lidera a preferência interna petista, com mais diálogo e atitude, principalmente.

Tem gente dormindo do ponto.

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VÃO PRO PT, CIRO OU PESSOA?

“Grife” na política de Teresina, o PSDB não está no seu melhor momento. E apesar de parecer estranho, o partido deve ser não mais do que coadjuvante nas eleições municipais da capital no próximo ano. A crise chega ao ponto de não haver, até aqui, condições da sigla lançar candidatura própria. Mais: seus integrantes se dividem entre os que querem uma aliança com o PT de do governador Rafael Fonteles, com o Progressistas do ex-ministro e senador Ciro Nogueira e, sim: apoiar, inclusive, a reeleição do atual prefeito Doutor Pessoa.

Rafael, Ciro ou Pessoa? Qual caminho os tucanos vão seguir para não serem extintos em Teresina? (imagem com fotos de Jailson Soares | PD)

O QUE É QUE OS TUCANOS TÊM?

Grupo, no sentido amplo da palavra, o PSDB não tem. Com o desastre de campanha que foi a de Kleber Montezuma em 2020, com a morte do ex-prefeito Firmino Filho em 2021, com a saída de Sílvio Mendes 2022, nenhum líder sobrou para reunir militância.

O descolamento da estrutura da máquina municipal também não fez bem ao partido. Lideranças órfãs de cargos e contra-cheques tiveram que procurar abrigo sob o comando de outras pessoas, adversários dos tucanos, em sua grande maioria.

O mais próximo de Firmino: ex-secretário e amigo do exprefeito, Fernando Said tem tomado a dianteira do PSDB para entrevistas e, recentemente, chegou a criticar o senador Ciro Nogueira, num aceno bastante claro do partido à uma aliança com o governador Rafael Fonteles (foto: Jailson Soares | PD)

O carisma também não é qualidade que faz se destacar fora da curva média qualquer dos nomes que ainda resta por lá.

Por fim, um relativo “recall” foi o que sobrou.

Relativo porque, em tese, o número 45 – maior ativo dos tucanos – não vai estar em chapa majoritária. O legado e a imagem de Firmino Filho é espólio em disputa por grupos que não se gostam – alguns nem estão mais no partido – e quando se fala em Sílvio Mendes, bem, estamos falando de alguém que é lembrado, mas não empolga.

O que o inviabilizou para o Governo do Estado, o inviabiliza, também, para prefeito de Teresina, com agravantes. As três últimas eleições disputadas por ele, aliás, resultaram em derrota. Dá até pra pedir música no Fantástico.

QUE RUMOS ESTÃO DISPONÍVEIS?

Neste exato momento político, então, no mês de março de 2023, quando falta um ano para que se decida filiações e desfiliações visando as eleições de 2024, sim, o PSDB não tem a menor ideia do que será de si.

Ex-oposição e adversário nas eleições de 2018, Luciano Nunes já náo vê impossibilidade de aliança com o PT; nem que seja para salvar uma chapa de vereadores em 2024 (foto: Jailson Soares | PD)

O presidente regional do partido, Luciano Nunes, juntamente com Fernando Said, ex-secretário de Governo de Firmino, tendem a aglutinar com o PT de Rafael Fonteles, seguindo um caminho que já foi trilhado nas eleições passadas por um ex-tucano, Washington Bonfim, hoje secretário de Planejamento de Rafael Fonteles.

Sílvio Mendes, que saiu do PSDB, foi pro Progressistas, voltou pro PSDB e saiu pro União Brasil, contam os mais próximos dele, já tem planos para deixar o comando estadual do UB e voltar ao ninho tucano. Tem se estranhado com Luciano Nunes exatamente porque o único caminho que ele não quer seguir é o de se abraçar com o partido que o derrotou.

Seguindo sempre Sílvio Mendes, o presidente municipal do PSDB, vereador Edson Melo, garante que ele mesmo não "aperta o 13" na urna em 2024 (foto: Jailson Soares | PD)

O caminho mais óbvio seria unir-se ao grupo de Ciro Nogueira, onde só existe uma possível candidata: a deputada estadual Bárbara Soares, filha de Firmino Filho e da ex-deputada Lucy Soares. Como essa candidatura também depende de estrutura, a mesma que o senado Ciro alegou estar em falta na última semana em reunião com aliados, muitos tucanos já ensaiam um discurso para se abrigar debaixo do guarda-chuva do Doutor Pessoa.

“Contra o PT, vale tudo!”, já se convenceram muitos dos últimos tucanos.

Olha lá, que o “véi” tá no jogo.

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PRA ESQUENTAR O NOME

Em toda pesquisa feita em Teresina, o nome dela é sempre muito bem citado. Não dá pra dizer o contrário de Teresa Britto, presidente do PV, que está terminando seu mandato de deputada estadual neste mês de janeiro. E como todo político, ela já está pensando na próxima eleição e anunciou sua pré-candidatura a prefeita de Teresina.

O lado que Teresa escolheu em 2022 pode atrapalhar também seus planos para 2024 (foto: Jailson Soares | PD)

Ser bem citada nas pesquisas, porém, não livrou Teresa de derrota em 2022. O anúncio da pré-candidatura, assim, esquenta seu nome para disputas futuras, mas ser cabeça de chapa não é coisa fácil para ela devido um pequeno detalhe: combinar com os russos. O seu PV é federado com o PT e, na prática, são como um partido só.

A gente conversou com a deputada Teresa Britto, mas ela ainda não combinou sua pré-candidatura com o PT (foto: Jailson Soares | PD)

Ora, se o PT tem o governador do Piauí, senador, presidente da Assembleia Legislativa, ministro de Estado e uma militância à qual a do PV não se compara nem de longe, por qual motivo seria Teresa a candidata escolhida? Não faz muito sentido...

Veja o que diz Teresa Britto!


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NOVOS COMANDOS DA EDUCAÇÃO

Foram anunciados os principais superintendentes da Secretaria de Educação do Piauí a partir de 2013. Em alinhamento com o governador eleito Rafael Fonteles (PT), o futuro secretário estadual de Educação, Washington Bandeira, anunciou nesta terça-feira (13) os nomes em sua conta do Twitter. E frisou o “alinhamento” com Fonteles.

PH, Rodrigo, Amaral e Viviane: novos superintendentes da SEDUC no governo de Rafael Fonteles vão assumir após ciclo de escândalos e poucos resultados da gestão de Wellington Dias (fotos: reprodução)

O primeiro anunciado foi Rodrigo Torres, que Bandeira classificou como “experiente gestor”. Torres é Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília e atual diretor de Educação Executiva da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), do Governo Federal. Aliás, trabalha no Executivo nacional desde 2009, com passagens pelo Ministério da Educação e Ministério dos Direitos Humanos. Ele será o superintendente de Gestão da SEDUC.

Superintendente de Gestão: o futuro número 2 da Educação tem 13 anos de experiencia no Governo Federal, passagens pelo MEC e Direitos Humanos e vai ocupar o lugar em que Rejane Dias, lá atrás, colocou sua prima Pauliana Ribeiro Amorim e Helder Jacobina, ambos investigados na Operação Topique por receber carros e casas como pagamento de propina (foto: Linkedin)

Antônio Cardoso do Amaral, professor que colocou a Educação de Cocal dos Alves no mapa do Brasil de uma maneira que Wellington Dias nunca colocou a Educação do Piauí, será o superintendente de Educação Básica. Mestre pela Universidade Federal do Piauí e doutor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, se tornou referência na preparação de crianças para as Olímpiadas de Matemática das Escolas Públicas do Brasil. E desde 2019 era diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí, a FAPEPI.

O ex-juiz Washington Bandeira certamente não argou a magistratura para acobertar ou repetir escândalos da era Wellington Dias; o alinhamento com o novo governador é para isolar a Seduc de influência polítia dos ex-gestores (foto: TRT22)

Para a Superintendência de Educação Técnica e Profissional e Educação de Jovens e Adultos vai Paulo Henrique da Costa Pinheiro. Figura pública conhecida, é professor de curso preparatório para ENEM e vestibular. Biólogo, dentista, professor da Universidade Estadual do Piauí, mestre e doutor em Microbiologia e Imunologia pela Universidade de São Paulo e Escola Paulista de Medicina. Ele também é político, tem canal o Youtube, mais de 200 mil seguidores no TikTok. PH foi escalado para isolar a nova gestão do escândalo dos mortos matriculados.

Professora concursada da Secretaria de Educação do Piauí, Viviane Carvalhedo ocupava até aqui o cargo de diretora de mediação tecnológica da SEDUC. Ela é pós-graduada em Docência no Ensino Superior e vai ocupar justamente a Superintendência de Ensino Superior. Faz parte na manutenção mínima de memória administrativa.

É o pessoal que deve comandar a desintoxicação da SEDUC.

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PROFILAXIA NA SEDUC

Prestes a assumir o Governo do Estado, Rafael Fonteles (PT) acaba de “riscar no chão” o limite de influência do casal petista Wellington Dias, senador eleito, e Rejane Dias, deputada federal: o futuro secretário de Educação, Washington Bandeira, anunciou sua equipe de diretores e recebeu a garantia de carta branca na pasta.

Era uma vez "o povo de Rejane" por lá.

Afastar a Seduc da influência política de Wellington e, principalmente, de Rejane é, até aqui, a maior demonstração de que Rafael quer fazer uma gestão mais eficiente do Governo do Estado (foto: Jailson Soares | PD)

ALINHAMENTO

Washington Bandeira fez o anúncio no Twitter. E para não deixar margem para qualquer dúvida, disse logo que todas as indicações, claro, são em “alinhamento com o com o governador eleito”.

Além dos diretores, Rafael teria dado “aconselhado” Washington a “fazer a limpa” na SEDUC. Ninguém ligado politicamente a Rejane Dias fica em cargo de confiança. Comissionados já foram avisados de que seus dias estão contados e os efetivos já estão sendo orientados a manter o distanciamento adequado da ex-primeira dama.

Ellen Gera virou secretário de Educação após crise da Operação Topique como um "nome novo e técnico", mas manteve a Seduc sob influência de Rejane Dias até aqui (foto: Jailson Soares | PD)

Questão de profilaxia administrativa. E ao fazer isso, fica o recado para os bons entendedores: os gabinetes de Wellington e Rejane são localizados em Brasília e o povo deles que seja nomeado por lá. Nenhuma decisão, até agora, havia sido tão significativa. As coisas por aqui mudaram, espera-se.

Do ponto de vista administrativo, o novo governo avalia que é hora de outro ciclo na Educação. Por ignorância ou cumplicidade, Rejane permitiu que acontecesse debaixo de seu nariz o desvio de mais de R$ 200 milhões do transporte escolar entre os anos de 2015 e 2018, maior escândalo de bandidagem com recursos públicos já investigado do Piauí por meio da Operação Topique, da Polícia Federal.

E mesmo não voltando ao comando da pasta, continuou mandando na SEDUC até agora.

Profilaxia administrativa: futuro secretário de Educação, Washington Bandeira já esta autorizado pelo governador eleito a "fazer a limpa" na Seduc tirando cabos eleitorais de Rejane Dias de cargos em comissão (foto: Facebook)

“Cara, é claro que tudo na SEDUC tinha influência dela, mesmo com o Ellen [Gera, atual secretário de Educação]. Mas a política tomou uma proporção maior que os resultado. E nessa nossa nova gestão, o resultado vem primeiro. Até você vai elogiar e não vai demorar”, conta a fonte, que parece não estar certo sobre apenas um ponto de sua fala: não vai demorar. 

Tirar “o povo de Rejane” já merece agora elogio à nova gestão.

Boa sorte.

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ELES JÁ SÃO ADVERSÁRIOS

Um olhar otimista vai observar que todo mundo se deu bem com o resultado das eleições de 2022 no Piauí. Não é preciso explicar a felicidade de quem votou nos candidatos do PT: elegeram governador, senador e presidente. Mas até quem votou contra os petistas, tem o que comemorar. Após 20 anos, o ex-governador e senador eleito, Wellington Dias, encontrou um adversário: Rafael Fonteles, o governador eleito. E isso vai fazer toda a diferença nos resultados – espera-se, positivos! – da próxima gestão estadual.

Rafael x Wellington: a perspectiva é de que Fonteles seja o adversário que Dias nunca teve até aqui (fotos: Jailson Soares | PD)

PRA FRENTE

Apenas eleitores e militantes apaixonados se apegam aos resultados de uma eleição que já passou. Os políticos de alto desempenho, estes olham pra um futuro de médio e longo prazo para decidir o seu caminho no curto prazo. 

Sempre pra frente.

Por isso mesmo, Rafael e Wellington são hoje adversários em potencial a partir do dia 1º de janeiro de 2023. Eles não brigaram. Ainda não. Talvez nem briguem. Não abertamente. Mas disputam o mesmo espaço para a sucessão de Luís Inácio Lula da Silva.

É. Simples assim. 

Lula tem 77 anos. Ao terminar o mandato terá 81, com voz mais rouca, menos cabelos e um desgaste físico e mental do tamanho do próprio Brasil.

SUCESSÃO DENTRO DO PARTIDO

Claro: a lista de pretensos sucessores de Lula é grande. Mas a maioria daqueles que têm alguma chance de verdade estão fora do partido, a exemplo do vice-presidente, Geraldo Alckmin, que é do PSB; ou mesmo a senadora Simone Tebet, expressão do MDB.

Existe uma vantagem na sucessão em favor de Rafael: ser alguém mais jovem e capacitado que o ex-governador pode traduzir melhor a imagem de renovação da qual o PT precisa desesperadamente (foto: Jailson Soares | PD)

Porém, como se sabe pela história, o PT tem enorme dificuldade de entregar vagas majoritárias para quadros fora do próprio partido. Presidência da República então... E, dentro do PT, as opções são poucas.

Não duvidem, Wellington e Rafael sabem que há uma chance, e os dois vão traçar o caminho de se agarrar a ela.

SIGNIFICADO NA PRÁTICA

Na prática, Wellington terá, se for ministro, mais espaço espontâneo em mídia nacional, proximidade maior com o próprio Lula e a influência que o Governo Federal pode proporcionar a um ministro. Mas preencher esse espaço com conteúdo é muito mais difícil do que era para ele, antes, encher linguiça no noticiário local. 

Na última segunda-feira (14), por exemplo, Wellington não conseguiu sustentar o menor dos argumentos sobre economia diante de entrevistadores que visivelmente estavam de boa vontade com ele.

Os resultados de dezesseis anos de governo dificilmente fazem de Wellington um nome competitivo para sucessão de Lula; para ele, o espaço a ser ocupado no Governo Federal é que deve manter ou não essa esperança viva (foto: Jailson Soares | PD)

Para Rafael, o caminho passa por fazer o que Wellington Dias não fez: garantir que o Piauí tenha resultados administrativos que impressionem o Brasil. Se quiser ser mais que governador, Fonteles terá que ser o melhor governador que esse estado já viu. Tem a vantagem de entender de verdade de economia, nu cenário em que ela deve ser decisiva nos próximos anos.

Mostrando no Piauí, Rafael terá, então, como disputar, com cara da renovação, o espaço de sucessão contra qualquer outro petista, inclusive Wellington, alguém que, apesar sucesso nas urnas piauienses, tem a cara da velha política e um resultado que tende a zero após 16 anos de governo.

Para o Piauí, não haverá coisa melhor que esses dois sendo adversários. 

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BOLSONARO SÓ AGORA, NÉ?

Às vésperas do 2º turno das eleições, Jair Bolsonaro (PL) finalmente terá estrutura de campanha no Piauí. Não é como se o resultado no Piauí fosse algo para mudar os rumos da campanha nacional. Este ano, os 2.044.386 de votos válidos para presidente no estado corresponderam a não mais do que 1,7% do total no país. E Bolsonaro foi eleito presidente em 2018 mesmo perdendo feio no Piauí.

Só agora: depois de derrotas no primeiro turno, finalmente grupo de Ciro Nogueira assume campanha de Bolsonaro, faltando apenas 16 dias para o segundo turno (foto: Instagram)

Porém o resultado desse ano no Piauí merece uma avaliação.

Até aqui, a única figura de grade expressão que havia sustentado a campanha do presidente foi a presidente do PL no estado, Samantha Cavalca, que disputou uma vaga na Assembleia Legislativa. Então mesmo chegando tarde, o apoio vai render alguma melhora significativa no resultado das urnas?

Ainda não dá pra saber.

O “upgrade” na campanha de Bolsonaro do Piauí só acontece agora, faltando 16 dias para o 2º turno, depois dos candidatos majoritários do senador Ciro Nogueira (Progressistas) acenarem para Lula no 1º turno e serem derrotados exatamente pelos candidatos oficiais do petista, não antes de fazerem o candidato “oficial” de Bolsonaro desistir da campanha na reta final e anunciar apoio exatamente a quem passou pano para Lula.

De longe: Ciro Nogueira só fez campanha para Bolsonaro pelo celular no primeiro turno das eleições no Piauí (foto: Instagram)

A ajuda de Ciro à Bolsonaro no Piauí na primeira etapa da campanha ficou aquém da importância que o ministro-chefe da Casa Civil possui no governo do atual presidente. E os números provam isso.

Para ser bem sincero, Bolsonaro teve em 2022, com Ciro a seu favor, resultado praticamente igual ao que teve em 2018, quando Ciro trabalhou contra ele.

RESULTADO PÍFIO

No primeiro turno de 2018, sem estrutura, sem envergadura política e sem nenhum apoio significativo no Piauí, Bolsonaro alcançou 346.944 votos no estado. Três semanas depois, no segundo turno, subiu para 422.095 votos, chegando à marca de 22,95% dos votos válidos naquele ano.

Na foto de 2018, Bolsonaro aparece sozinho no Piauí; em 2022, teve praticamente o mesmo resultado na urnas do estado (foto: Jailson Soares | PD)

Quatro ano depois, tendo liberado centenas de milhões de reais em obras e emendas, após inaugurar pontes, rodovias, tecnologia 5G e ter um piauiense como seu principal ministro, Bolsonaro despencou 3,6% daquele segundo turno de 2018 para este primeiro turno de 2022. Foram 15.198 votos a menos. E olha que o PT, apesar de ter vencido os candidatos de oposição, passou o recibo do desgaste. Welligton Dias (PT) foi eleito senador com apenas 70 mil votos de diferença para Joel Rodrigues (Progressistas). Eleito em primeiro turno, Rafael Fonteles (PT) deixou Sílvio Mendes (UB) para trás numa diferença de 303 mil votos

Vice na chapa de Sílvio Mendes, Iracema deixou guardada a camisa de Bolsonaro, que só saiu do armário hoje, no evento em que a primeira-dama Michele Bolsonaro falou às mulheres do Piauí (foto: Instagram)

Mas o curioso abismo que separou Lula de Bolsonaro no Piauí foi do tamanho de exatos 1.111.111 (um milhão, cento e onze mil cento e onze) votos. Parece até um recado para o próprio Ciro Nogueira, uma vez que o partido dele, o Progressistas, responde pelo número 11.

Se esse resultado não prova que Ciro Nogueira deixou o presidente de lado, o argumento se fortalece com outros números e comparações.

Sílvio, Iracema e Joel: majoritários de Ciro Nogueira esconderam Bolsonaro; Sílvio e Joel, inclusive, falaram bem de Lula em programas eleitorais, entrevistas e redes sociais (foto: Instagram)

No estado de Arthur Lira, presidente da Câmara Federal e filiado ao mesmo Progressistas de Ciro Nogueira, Bolsonaro aumentou sua votação do 1º turno de 2018 para o 1º turno de 2022 em 17,63%, um resultado proporcional melhor que o entregue no Piauí.

Lira e Nogueira, nos bastidores, já disputam a liderança nacional do Progressistas e os resultados locais têm, sim, grande significância na situação.

NÚMEROS RUINS NA COMPARAÇÃO

Mas quem acha que Alagoas não serve de parâmetro, basta olhar, então, para os números dos estados vizinhos.

O Maranhão deu a Bolsonaro o segundo pior resultado do 2º turno das eleições de 2018. Naquele ano foram apenas 26,74% dos votos válidos. O Piauí foi o pior resultado de Bolsonaro no 2º turno no Brasil em 2018, apenas 22,95% dos votos.

Em 2022, os maranhenses já deram 20,35% a mais de votos a Bolsonaro do que ele teve no primeiro turno das últimas eleições e 10,97% a mais do que o candidato da direita teve no segundo turno daquelas eleições. Comparando os números destas eleições com o 1º turno de 2018, o Maranhão deu o 3º maior crescimento de Bolsonaro no Nordeste, enquanto o Piauí de Ciro Nogueira ficou em 6º lugar nesse ranking. Comparando com o segundo turno das eleições de 2018, o Maranhão liderou o crescimento do atual presidente na região, enquanto no Piauí Bolsonaro teve sua 3ª pior evolução, perdendo mais de 15 mil votos.

O ministro mais importante e o pior resultado de Bolsonaro: como é que explica isso, Ciro?

O Ceará deu a Bolsonaro o melhor resultado comparando as eleições de 2018 e 2022. A votação do atual presidente no primeiro turno destas eleições subiu 29,85% entre os eleitores cearenses em relação ao primeiro turno de 2018, enquanto no Piauí subiu apenas 17,28%.

SABOTAGEM: PASSAR PANO PARA LULA ATRAPALHOU

Nem a capital salvou. Pelo contrário. O candidato de Ciro Nogueira ao governo do Estado, Sílvio Mendes (UB), seria o melhor condutor de uma boa votação para Bolsonaro em Teresina, onde, em tese, a militância de direita é mais concentrada e onde ele, ex-prefeito, teria a melhor votação proporcional entre os municípios do Piauí.

Única a fazer a campanha de Bolsonaro funcionando no Piauí durante o primeiro turno, Samantha Cavalca, presidente do PL no estado esteve no evento Mulheres com Bolsonaro, mas não falou ao público. Iracema Portella, que não fez campanha para o presidente, foi a piauiense que usou o microfone (foto: Instagram)

Mas o resultado de Teresina é um atestado do distanciamento das campanhas de Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro. Não seria atrevimento avaliar, diante dos números e da postura dos envolvidos, que a campanha de Bolsonaro foi sabotada por aqui.

A CALCULADORA DESMENTE AS FOTOS

A votação de Bolsonaro na capital do Piauí caiu nas comparações com o primeiro turno e segundo turno de 2018. Sílvio Mendes, que após a derrota para Rafael Fonteles (PT) anunciou seu apoio a Jair Bolsonaro, obteve 233.593 votos em Teresina, enquanto o presidente teve apenas 138.320 (59,21% da votação do candidato a governador de Ciro Nogueira), o que significa uma retração de 0,46% na comparação com o 1º turno de 2018.

Comparando este 1º turno de 2022 com o 2º turno de 2018, a queda de votação de Bolsonaro em Teresina foi de 14,96%.

Números de TERESINA: Bolsonaro saiu no prejuízo com a campanha de Sílvio Mendes descolada de sua imagem, embora a estrutura do Governo Federal tenha alimentado a militância da campanha de Sílvio sob comando de Ciro Nogueira (Fotos: Instagram)

Naquele ano, menos de 20% dos eleitores que votaram em outros candidatos a presidente no 1º turno escolheram Bolsonaro no 2º turno.

Seguindo essa projeção, seria algo normal Bolsonaro alcançar algo entre 430 mil e 460 mil votos desta vez.

Não dá pra se enganar com fotos e vídeos em postagens de políticos piauienses que abraçaram a campanha do presidente às vésperas da eleição.

Eleito deputado federal na vaga que Iracema Portella vai perder, Júlio Arcoverde, presidente do Progressistas no Piauí, também virou Bolsonarista no segundo turno das eleições de 2022 (foto: Instagram)

Lá atrás, na pré-campanha e no caminho do primeiro turno, quando havia muito mais indecisos, levar esse eleitor a votar em Bolsonaro era uma tarefa mais fácil. 

Aliás, pesquisas divulgadas pelo próprio Ciro Nogueira um mês antes do primeiro turno davam a Bolsonaro 25% das intenções de voto, foi o caso da pesquisa Credibilidade/TeresinaFM (nº PI-08389/2022), com margem de erro de 2,95%. Seriam, assim, entre 500 mil e 540 mil votos. Os indecisos e aquele que não votariam em nenhum, juntos, chegavam à casa dos 9%, o que representa quase 200 mil votos que estavam à espera do convencimento. Apenas 71 mil eleitores anularam seu voto ou votaram em branco. Ou seja, votos de Bolsonaro "escaparam" e Lula levou vantagem entre os indecisos também.

No segundo turno, mudar a opinião de quem já votou em Lula é coisa bem mais difícil.

Qualquer um com uma calculadora pode provar a Bolsonaro que esse pessoal todo -- que esteve hoje no palanque ao lado da primeira-dama Michele e que estará neste sábado ao seu lado -- passou a perna nele.

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ESTADUAIS PIAUÍ: 20 REELEITOS, 10 "NOVATOS"

Eram 30 cadeiras em disputa na Assembleia Legislativa. E a maioria delas vai ficar com quem já ocupava o lugar. Os piauienses reelegeram 20 deputados estaduais. A renovação se deu apenas para um terço das cadeiras, o que significa 33% de novatos. As atenções, neste caso, se voltam para filho de prefeitos filiados ao Progressistas: Bárbara do Firmino (PP), Gracinha Mão Santa (PP) e Aldo Gil (PP), filhos de prefeitos e ex-prefeitos das 3 maiores cidades do Piauí: Teresina, Parnaíba e Picos, respectivamente.

Estouro de votos: um doce pra quem adivihar como Georgiano Neto fez para passar dos 109 mil votos como todo esse carisma (foto: Jailson Soares | PD)

Estar no mandato é, sempre, uma enorme vantagem sobre os adversários na eleição. E fazer parte dos quadros dos maiores partidos aumentam ainda mais a probabilidade de reeleição. 

Também por isso a renovação é menor do que parece. A deputada Ana Paula não é uma novata, pois já foi deputada e apenas retorna ao cargo que estava sendo ocupado por seu marido, o deputado Zé Santana, os dois do MDB. Ainda no partido, Felipe Sampaio passa a ocupar a vaga do pai, Themístocles Filho, eleito vice-governador do Piauí.

Tradição: foram 20 os deputaos reeleitos, tal qual foi o deputado João Mádison, liderança do MDB (foto: Jailson Soares | PD)

O Doutor Thales entra na vaga que era de Júlio Arcoverde, eleito deputado federal, pois as duas, na verdade, eram a mesma campanha. 

Dois ex-prefeitos, Rubens Vieira, ex-prefeito de Cocal; e Gil Carlos, ex-prefeito de São João do Piauí, também não são o que se pode chamar de renovação, embora estejam, agora, assumindo o primeiro mandato de deputado stadual. 

Até aqui, Jeová Alencar (Republicanos) e Doutor Vinícius (PT) são as novidades sem apadrinhamento nestas eleições para a Assembleia.  

DISTRIBUIÇÃO

A federação que reúne o PT, PCdoB e PV obteve o maior número de votos e, também, de cadeiras na ALEPI. Foram 730.241 votos válidos e 12 deputados estaduais eleitos. O partido mais que dobrou sua participação na Assembleia em relação a eleição passada, quando elegeu 5 deputados estaduais e, agora, é o maior grupo da Casa.

Presidente da Câmara Municipal de Teresina, Jeová Alencar é uma das novidades da ALEPI a partir de 2023 (foto: Jailson Soares | PD)

Em seguida vem o MDB, com 577.108 votos válidos e 9 deputados estaduais eleitos. O detaque no partido fica para o deputado estadual Georgiano Neto, o mais bem votado das eleições de 2022, com 109.025 mil votos. Ele é o único deputado estadual que conseguiria ser eleito sozinho, sem partido, e ainda levar outro deputado com ele, superando o feito de 2018, quando teve 79.723 votos.

Em terceiro lugar, o Progressistas ainda conseguiu juntar 406.990 votos válidos e colocar na Assembleia 7 deputados estaduais. O destaque do partido foi superar a meta de 6 parlamentares e o final de apuração emocionante que derrubou o Pastor Gessivaldo Isaías (Republicanos) e conferiu a Aldo Gil o mandato de deputado faltando menos de 0,7% das urnas a serem apuradas .

As demais vagas foram preenchidas pelo Solidariedade (1 deputado) e pelo Republicanos (1 deputado).

Veja os números:

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FEDERAIS: 4 REELEITOS, 6 "NOVATOS"

A bancada de deputados federais do Piauí tem 10 vagas. E a maioria delas vai trocar de dono: os piauienses elegeram 6 deputados federais para o primeiro mandato. Ainda assim, não é o que se pode chamar de renovação. Quatro desses "novos" federais têm alguma ligação com ex-ocupantes das cadeiras do Piauí na Câmara Federal. As atenções, neste caso, se voltam para os novatos com enormes estruturas de campanha: Florentino Neto (PT) e Jadyel da Jupi (PV), que sustentaram suas campanhas nos "serviços prestados" à Saúde do Piauí. 

Os partidos pequenos não tiveram vez nestas eleições.

Marcelo Castro além de senador é, agora, pai de deputado federal; Castro Neto volta a uma cadeira que já foi da família por muito tempo (foto: Jailson Soares | PD)

A federação que reúne o PT, PCdoB e PV obteve o maior número de votos e, também, de cadeiras na Câmara Federal. Foram 749.076 votos válidos e 5 deputados federais eleitos. O detalhe interessante é que foram eleitos dois ex-secretários de Saúde do Piauí, Francisco Costa e Florentino Neto, e um dos maiores fornecedores da Secretaria de Saúde do Piauí, Jadyel da Jupi, também dono da Distribuidora Dimensão. 

Federal: não foi folgado como planejado, mas que tenha sido por muito ou por muito pouco, Jadyel da Distribuidora Dimensão é, agora, deputado pelo Piauí (foto: Instagram)

A eleição dos três era aguardada com grande expectativa. E prova que para cargos proporcionais, se dinheiro não é problema, os votos também não são.

Esta eleição parece ter dado o últimado ao ex-governador Wilson Martins (PT), que após duas derrotas consecutivas para o Senado (2014 e 2018), também não conseguiu se eleger deputado federal este ano. Ele e Brasília não estão destinados um ao outro.

Tal pai, tal filho: Julio César foi o mais bem votado deputado federal destas eleições, liderando a votação igual seu filho, Georgiano Neto, fez para deputado estadual (foto: Jailson Soares | PD)

Em seguida vem o PSD, com 426.968 votos válidos e 3 deputados federais eleitos. O destaque no partido fica para Júlio César, o mais bem votado das eleições de 2022, com 134.863 votos.

Em terceiro lugar, o Progressistas ainda conseguiu juntar 400.918 votos válidos e manter duas cadeiras na Câmara Federal. O destaque do partido tem nome conhecido, embora seja sua primeira eleição: Átila Lira, o filho. Seu pai é atualmente deputado federal e deve parar de disputar eleições agora que conseguiu deixar sua cadeira com Átila Filho.Por sua vez, Júlio Arcoverde, herdeiro de Ircema Portella (ex-mulher do senador Ciro Nogueira), foi o mais bem votado do partido.

Veja os números:

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