O nome dela é Samantha Cavalca, mas se gritar "Confusão!", ela atende

Primeira suplente do Progressistas, vereadora empossada: a jornalista Samantha Cavalca não quis esperar o início das sessões plenárias para começar o seu trabalho político e parlamentar em 2025. E também não deu quarentena para confusão.

Se não tiver o couro grosso, é melhor não se meter com Samantha Cavalca, que não está perdoando nem colega de partido... (foto: Marcos Melo | PD)

E já vai mudar a Câmara Municipal de Teresina por dentro. Tão logo terminou o seu discurso -- que começou com um Pai Nosso que até petistas rezaram --, a primeira bolsonarista do parlamento municipal quis saber qual seria seu gabinete.

E na Câmara não havia um preparado para ela. Como a ata assinada por ela dizia que ela tomava posse por afastamento do vereador Ismael Silva, do seu próprio partido, que assumiu a Secretaria de Educação de Teresina (SEMEC), foi para o dele que ela se dirigiu.

Historicamente, suplentes não são tratados como os titulares, nem na CMT, nem na ALEPI, ou canto nenhum que se tenha notícia. Como se assumir o mandato já fosse um favor, geralmente os suplentes entram em acordo com os titulares para não ocupar o mesmo gabinete e manter parte da equipe na folha de pagamento da respectiva casa legislativa.

O primeiro discurso de Samantha começou com um Pai Nosso. Mas não tem reza que faça a bolsonarista largar uma confusão (fotos: Marcos Melo | PD)

Com Samantha é diferente. Ela não quer uma salinha ao lado do banheiro, como outros já aceitaram. Ela quer o gabinete. E quer 100% dele, como, aliás, prevê a Lei. Também já deu o recado: "Quem achar ruim, que volte pro mandato e largue a secretaria", exclama desde o instante seguinte à posse. Quem conhece sabe que não há blefe nas palavras dela.

A bolsonarista inaugura uma nova postura no legislativo do Piauí.

Esse é o cartão de visita de Samantha.

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O terceiro e decisivo mandato de Sílvio Mendes em Teresina

Nenhum prefeito eleito no Piauí em 2024 chega em 2025 com tanta responsabilidade quanto o médico Sílvio Mendes (União Brasil), que assume pela 3ª vez o comando da gestão municipal de Teresina.

Sílvio Mendes assegura que não lhe faltará coragem -- nem à sua equipe -- para enfrentar os desafios da gestão de Teresina (foto: Youtube)

Eleito em primeiro turno com  239.848 votos (52,19% dos votos válidos) em 2024, Sílvio teve que derrotar a influência política, financeira e institucional da Assembleia Legislativa, da Prefeitura de Teresina, do Governo do Estado e do Governo Federal.

É um feito que se impõe como aspecto político-social de cada dia de trabalho do novo prefeito da capital. E, assim sendo, para além de toda a desordem que deve ser enfrentada do ponto de vista administrativo em Teresina, deve influenciar todo o estado.

Posse e Transmissão do Cargo

A posse aconteceu às 11h no teatro do SESC Cajuína que, curiosamente, leva seu nome, Sílvio Mendes. Ao lado do vice-prefeito Jeová Alencar (Republicanos), Sílvio se torna o 22º prefeito eleito de maneira direta e o 55º mandatário se contarmos os chefes do Executivo desde a Proclamação da República.

Sílvio recebeu a faixa de prefeito ao lado da família (foto: Lucas Dias)

A transmissão do cargo aconteceu em seguida, às 13h, no Palácio da Cidade, sede do governo municipal, onde o agora ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD) passou a faixa de prefeito a Sílvio, sempre acompanhado de sua esposa, filhas e netos.

Trabalho

Sílvio, aliás, não deve ter mais descanso segundo apontaram suas primeiras declarações à imprensa. Disse ainda no ato de posse que contratos vigentes, -- licitados ou não -- serão revisados; que não será admitida a visita de fornecedores diretamente à Prefeitura e que a comunicação com ele deverá ser feita de maneira formal e que já elegeu a prioridade de ação de todas as secretarias de sua gestão.

A promessa de muito trabalho foi feita ao lado de seu neto, Sílvio Neto, representando que essa gestão tem, agora, um compromisso com as futuras gerações de teresinenses (foto: Lucas Dias)

Saúde, Educação e Limpeza Pública são as urgências imediatas dos primeiros dias de trabalho.

Reequilíbrio

Querendo ou não, aos 75 anos, Sílvio se torna oficialmente uma das forças de (re)equilíbrio político do Estado e, no limite de suas ações administrativas e regras próprias de composição política, é, agora, o contraponto ao poderio do governador Rafael Fonteles (PT).

Sílvio e sua gestão serão o pilar que reequilibra as forlas políticas não apenas em Teresina, mas por todo o estado; na foto, o prefeito está com o deputado federal Júlio Arcoverde e com o senador Ciro Nogueira (foto: Instagram)

Todo político pensa em perspectiva de futuro. E se nada na sociedade se resolve fora da política, a própria sociedade se move, em grande parte, sob a perspectiva de futuro que os políticos têm.

Até ontem, Rafael era governador do Piauí sem o problema de ser comparado com ninguém, afinal só o gestor de Teresina tem envergadura objetiva para isso e, nestes dois últimos anos, ser maior do que o Dr. Pessoa não requisitou esforço algum do petista. Agora, Rafael é muito mais candidato à reeleição do que governador e deverá ser comparado no que for possível com Sílvio Mendes. E será responsabilizado por aquilo que não for de competência municipal, coisa que Pessoa não soube fazer.

Essa mudança de perspectiva é enorme e afeta todos os demais municípios do Piauí.

“Não é fácil, os desafios são grandes, mas tenho certeza, a coragem é maior”, disse Sílvio em seu discurso.

É decisivo que mostre isso em suas ações.

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A quem interessa a falta de pagamentos e o colapso dos serviços da PMT?

Imagine-se dependente dos serviços mais primários da Prefeitura de Teresina. Doente, à espera de uma cirurgia – ou de um milagre – lhe faltam os remédios. Aliás, se falta comida dentro do maior hospital de urgência do estado para os doentes, seria um luxo estranho que não faltasse aos acompanhantes. Prestadores de serviços terceirizados estão por um fio da greve. E se você acha que esse exercício não é para você, pense duas vezes: e se a coleta de lixo parar, quantos sacos de papel higiênico sujo, restos de comida e tudo o que deve ser descartado você consegue acumular dentro de casa?

Tem alguém interessado no desastre. E o interesse não é pequeno.

Esta semana, o futuro prefeito Sílvio Mendes (UB) denunciou que a Secretaria Municipal de Educação estava fazendo uma compra no valor de quase R$ 300 milhões de reais referentes a 113 mio kits de metodologia e material didático para o aprendizado de inglês na rede municipal de Teresina.

O futuro prefeito deverá responsabilizar os gestores que, hoje, estão negligenciando os pagamento de serviços essenciais em Teresina, como é o caso da Saúde, Assistência Social e Coleta de Lixo (foto: Instagram)

Nada contra o inglês. Mas há algo de errado quando a compra é de 113 mil kits e na rede municipal só tem 84.145 alunos matriculados, segundo os dados oficiais do INEP, órgão de pesquisa do Governo Federal. Não é só isso o estranho: falta apenas um mês para que a atual gestão se encerre e há serviços essenciais a beira do colapso.

Ismael Silva, futuro secretário de Educação, também denunciou a compra desnecessária e suspeita neste momento (imagem: reprodução)

Pagametos e necessidades urgentes

O mesmo Diário Oficial do dia 25 de novembro em que foi publicado o registro de preços absurdo da SEMEC apontou uma suplementação de R$ 219 mil reais para a SEMCASPI para manutenção de serviços de acolhimento de pessoas com vínculos familiares fragilizados. Lá, o programa de distribuição de cestas básicas está atrasado e, segundo confirmado extraoficialmente pela equipe da futura secretária, Eliane Nogueira (PP), na última semana PMT ainda estava colocando em dia o que deveria ter sido entregue no Natal do ano passado.

Cestas básicas com atraso na entrega, mesmo com suplementação na SEMCASPI (imagem: DOM-THE)

No HUT, a comida está sendo entregue no critério do favor. E a suplementação de mais de R$ 20 milhões que o Diários Oficiais da última semana registraram para a Fundação Municipal de Saúde ainda não se transformaram em pagamento de fornecedores de alimentos. E o mesmo acontece com os terceirizados: técnicos de enfermagem, maqueiros e serviços gerais estão com salários atrasados e prestes a cruzar os braços.

No dia 21 de novembro, semana passada, o Diário Oficial deixa bastante claro: R$ 6,7 milhões de reais para pagar a coleta de lixo do mês de outubro, uma fatura que estava atrasada. A suplementação das SAADs Sul, Centro e Sudeste II ainda não virou pagamento para garantir a continuidade do serviço que, frisando, não é questão de urbanismo, mas totalmente de saúde pública.