ONDE ELAS AINDA NÃO CHEGARAM

Na APPM, nunca uma mulher foi presidente (Foto: Divulgação/Assessoria)

A participação feminina na política tem aumentado consideravelmente nos últimos anos em todo o Brasil. Mas, apesar disso, em muitos espaços de poder elas ainda não conseguiram chegar. No Poderes Legislativos, por exemplo, as mulheres ganharam mais protagonismo, no entanto, dificilmente assumem o posto de presidente dessas instituições.

No Piauí, alguns dos mais importantes Poderes nunca foram comandados por uma mulher. É o caso da Assembleia Legislativa, da Prefeitura de Teresina, da Câmara Municipal de Teresina e da Associação Piauiense de Municípios (APPM). O governo do Estado também nunca viu uma mulher ser eleita para seu comando desde quando elas conquistaram direito ao voto.

Cabe destacar que já houve passagem de figuras femininas pela cadeira principal do Karnak, mas sempre de forma interina, como acontece neste 8 de março, em que a vice-governadora Regina Sousa (PT) ocupa o cargo devido à viagem do titular Wellington Dias ao exterior. Antes dela, Margarete Coelho (Progressistas) também havia assumido interinamente o Governo após ter sido a primeira mulher eleita vice-governadora da história do Piauí.

SÓ MACHO NAS FOTOS
Nas galerias de presidentes estampadas nas paredes da maioria dos órgãos, apenas rostos masculinos são vistos. Dezenas de homens emoldurados em retratos e nenhuma mulher. A Assembleia Legislativa do Piauí existe há 185 anos. A Câmara Municipal de Teresina tem praticamente a mesma idade. Os dois órgãos nunca tiveram uma mulher no comando.

Câmara de Teresina só teve presidentes homens (Foto: Marcos Melo/PoliticaDinamica)

A Associação Piauiense de Municípios (APPM), fundada em 1979, também só elegeu homens para sua presidência até os dias atuais. Apesar do Piauí ter 22 mulheres prefeitas, nenhuma delas foi cogitada para o comando da entidade na última eleição que aclamou Jonas Moura (PSD), do município de Água Branca, como presidente da instituição municipalista.

TRIBUNAIS E OAB-PI INAUGURARAM EXCEÇÕES
A exceção ocorreu nos Tribunais de Justiça, de Contas e na OAB-PI. No Tribunal de Justiça (TJ-PI), a desembargadora Eulália Maria Pinheiro foi a primeira e única presidente mulher. Ela também presidiu o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI). Já no Tribunal de Contas do Estado (TCE), a conselheira Waltânia Alvarenga também foi a primeira e única mulher a presidir.

Waltânia Alvarenga presidiu o TCE-PI (Foto: Divulgação/Assessoria)

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Piauí (OAB-PI) também já teve uma presidente mulher em toda sua história. Fides Angélica Ommati ocupou o cargo por três mandatos e integra a galeria dos 27 presidentes que a entidade teve desde sua fundação. 

Nas últimas eleições para o comando da instituição, a advogada Geórgia Nunes chegou a concorrer ao posto, mas desistiu da disputa um dia antes do pleito e apoiou a chapa vencedora, que tem uma mulher, Aline Patrício, como vice-presidente.

Fides Angélica (no centro da galeria) presidiu a OAB-PI (Foto: Divulgação/OAB)

De modo geral, a disparidade com relação ao número de homens que chagaram ao posto de presidente nos mais diversos Poderes é grande. A realidade do Piauí, que não difere tanto do restante do País, nos mostra que as mulheres ainda têm muito a conquistar, sobretudo na política. Através do voto popular elas já conseguem chegar ao poder, mas ainda encontram dificuldades diante dos seus pares quando o assunto são os postos de comando.

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