A Câmara Municipal de Teresina retornou os seus trabalhos para o 2º semestre de 2021 após pausa para um recesso parlamentar de cerca de 20 dias. Logo na primeira sessão, nessa última quarta-feira (4), o vereador Dudu (PT), foi cobrado pela imprensa sobre o resultado da CPI do Transporte Público iniciada no último dia 10/05, que passados quase três meses ainda continua sem conclusão.

Antes mesmo do início do recesso, em meados de julho, o vereador Dudu, presidente da CPI, já justificava “a demora” devido a quantidade de documentos que foram solicitados e precisavam de análise. Dentre os documentos está o balanço de faturamento e gastos do sistema de transporte urbano da capital, durante os anos de 2017/2018/2019/2020 bem como os valores repassados pela Prefeitura de Teresina aos consórcios das empresas de ônibus, que repassavam esse valor ao Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT), para só depois esse montante chegar aos empresários. Tão situação, de envolvimento do SETUT, nesses pagamentos também foi bastante questionada durante as oitivas da CPI.

PRESENTE TARDIO

Em entrevista à imprensa, logo no retorno das sessões neste segundo semestre, o vereador Dudu disse que o relatório da CPI sairá até o final deste mês de agosto. “Queríamos no dia do aniversário de Teresina [16 de agosto] dar um presente ao teresinense, o relatório da CPI. No relatório várias irregularidades já foram detectadas, desde 2014, como enriquecimento ilícito, prevaricação”, destaca o parlamentar.

Apesar do anúncio e da convicção do parlamentar em que a Prefeitura de Teresina, sob a gestão do Doutor Pessoa (MDB), vem trabalhando para resolver o impasse do problema do sistema de transporte urbano da capital, o que se vê é uma inércia dos representantes do povo em resolver a situação. A população de Teresina está há mais de sete meses a espera de uma solução para o transporte público da capital que opera com um reduzido número de ônibus, deixando o trabalhador a mercê de outros tipos de transporte onerando ainda mais a renda do cidadão que obrigado a gastar com transporte por aplicativo, táxi ou mototáxi para chegar ao trabalho ou votar para casa.

DÍVIDA SÓ AUMENTA

Enquanto o relatório não é concluso e a Prefeitura se abstém do seu pode executivo de decidir sobre a situação, esperando a suposta conclusão desta CPI, a dívida da gestão municipal com as empresas de ônibus só cresce. Com débito superior a R$ 50 milhões vai ficar difícil para o sistema voltar a operar, mesmo que do jeito questionável de anos anteriores, mas que pelo menos funcionava.

A CPI do Transportes instalada na Câmara de Teresina tem o prazo de 120 dias para conclusão, podendo ser prorrogado por mais 60 dias, ou seja, ainda está dentro do prazo. Porém, a cobrança para conclusão dos trabalhos se deve ao fato do problema do transporte público da capital que afeta milhares de famílias que já aguardam solução para o problema há quase um ano.