sexta, 12 de fevereiro de 2021, às 11:44h
Esta semana o prefeito Doutor Pessoa (MDB) entregou a vereadores seu projeto de reforma administrativa, onde a principais mudanças são: trocar o nome de Secretaria de Comunicação para Coordenadoria de Comunicação; trocar os nomes das Superintendências de Desenvolvimento Urbano para Superintendências de Ações Administrativas.
Enquanto de cima do palanque em que se encontra hoje Pessoa troca nomes de secretarias, o seu vice, Robert Rios (PSB) já iniciou nos bastidores sua própria reforma: trocar os nomes que ocupam as secretarias. Esse sim, um movimento grande, com suporte na comunicação da campanha de 2020 e que opera em redes sociais (e fora delas) como canais extraoficiais legitimados pelo "prefeito de fato".
A principal mudança conduzida por Robert é trocar o comando do Executivo municipal. E isso já aconteceu. Pergunte a 10 políticos e 11 vão dizer a mesma coisa: “quem manda em tudo lá é o Robert”. Questione jornalistas que cobrem o mundo da política e é a mesma coisa. Faça uma pesquisa qualitativa quando tivermos 100 dias de administração, e não será diferente, as pessoas já estão entendendo isso. Robert fala, aponta, impõe respeito e decide.
Aliás, para Robert, o papel de “Rainha da Inglaterra” que Pessoa faz hoje lhe confere mais liberdade para agir. E a partir daqui o resto da reforma segue sem grandes obstáculos.
João Henrique Sousa está com dias contados na Prefeitura. O atual secretário de Planejamento foi importantíssimo na articulação política da campanha de Pessoa, muito mais que Robert, diga-se, aqui, a verdade. E por isso mesmo é um risco. Tratado durante a transição e primeiros dias de gestão como “primeiro-ministro” de Doutor Pessoa, ele quis mesmo ser indicado para a pasta que Robert ocupa hoje, a de Finanças, ou, no mínimo, a de Administração.
Mas João está nesse momento dividindo espaço com copinhos de água mineral numa geladeira dentro do Palácio da Cidade. Deve deixar o cargo quando a gestão completar 100 dias. Já se queixou a muitos sobre a situação. Para Robert, já vai tarde.
Também não é segredo que Robert nunca quis que o advogado João Duarte, o Pessoinha, assumisse cargo na Prefeitura. Ali, perto de Doutor Pessoa, o nobre argumento de que “colocar parente” contrariava o que foi dito na campanha, dava discurso para a oposição e era um sinal ruim para os eleitores. De verdade? Um pai sempre escuta um filho e um filho sempre alerta um pai. É o natural.
Os meios mudaram, mas fim deve ser o mesmo. Pessoinha primeiro assumiu a pasta da Juventude e agora acumula, também, a Eturb. Relatórios sobre a gestão de João Duarte já estão em construção. Antes disso, devem chegar aos ouvidos de Pessoa algumas maldades plantadas com a “boa intenção” de evitar crises futuras e propósito de tirar o rapaz de dentro da Prefeitura.
Hoje a PMT funciona com três ilhas de poder. Robert, a maior delas; João Henrique, a cada dia menor; e Adolfo Nunes, o secretário de Governo, que aconselha Pessoa desde a derrota de 2016 e hoje tem o poder de nomear a exonerar dentro da Prefeitura. Adolfo também estaria com dias contados no Palácio da Cidade. Parentes com o mesmo sobrenome dele na PMT -- principalmente na FMS -- estão vigiados por gente que serve ao vice. Não funcionando nenhum movimento antes disso, vai sair no início de 2022.
Nunes tem o plano de ser candidato a deputado nas próximas eleições. Já foi deputado estadual eleito três vezes e uma vez suplente. E quer voltar para a Assembleia. Robert Rios já tem um amigo dando essa corda em Adolfo, o atual líder da PMT na Câmara Municipal, Renato Berger. O acordo seria Renato ser conduzido à Presidência da Câmara Municipal.
Na Procuradoria-Geral do Município o vice-prefeito também estaria avaliando que é preciso haver mudança. Aurélio Lobão foi uma indicação do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Celso Barros Neto, mas não agradou a Robert, que já sonda perfil mais alinhado à seu estilo beligerante sem questionamentos. Ele quer alguém assinando contorcionismos jurídicos que deem suporte a seus rompantes. O caso do decreto de combate à pandemia e a crise no transporte público são citados por fontes sobre o assunto.
Essa fritura também já está no forno.
Sem depender de projeto nem um voto que seja de vereador, em algum tempo -- menos do que se poderia imaginar -- é provável que tenhamos uma Prefeitura completamente diferente.
quarta, 10 de fevereiro de 2021, às 18:25h
Até o final de fevereiro, Jeová Alencar será o novo presidente do Diretório Municipal do MDB em Teresina. Os menos atentos podem achar besteira, mas o cargo era ocupado pelo deputado Themístocles Filho, presidente da Assembleia Legislativa e um dos maiores fiadores da eleição do atual prefeito, Doutor Pessoa, que é do mesmo partido. Como Themístocles não é conhecido por entregar os cargos que ocupa, é bom ler esta matéria até o final para entender que isso muda todo o eixo da política da capital.
Vá se perguntando a partir daqui: se o prefeito é do MDB, se foi escolhido pelo próprio Themístocles – que o tirou de do “fundo do poço” de duas derrotas seguidas –, se Doutor Pessoa obteve uma vitória histórica nas últimas eleições, por qual motivo não é a ele que Themístocles vai entregar o diretório municipal do partido?
A iniciativa de fazer de Jeová presidente da MDB na capital partiu o próprio Themístocles. Mas não acontece sem méritos e motivos: Jeová é hoje o maior líder político do MDB em Teresina, tem fama de ser ponderado em seus posicionamentos, de cumprir acordos políticos e capacidade aglutinar outras lideranças em torno de si.
Jeová é um político que constrói. De trabalhar por meia diária de pedreiro na infância até se tornar presidente da Câmara Municipal de Teresina pela terceira vez aos 45 anos de idade, a trajetória política de Jeová Alencar não se conta em apenas uma matéria. Mas é possível relembrar a história mais recente num parágrafo.
Era um assessor parlamentar desconhecido pela maior parte da população até 2011. Candidatou-se a vereador de Teresina em 2012, sendo o 21º eleito com 3.569 votos. Nessa mesma eleição, o atual prefeito, Doutor Pessoa, foi o segundo mais bem votado, com 9.293 votos. Veio, então, a eleição de 2016, quando foi votado por 10.194 eleitores. Em 2020, repetiu o feito de ser o mais votado e superou a marca da eleição anterior: foram 11.062 votos.
Em 2016 ele foi para a eleição na esteira da própria Prefeitura, de quem era aliado. Em 2020, pela oposição, bateu o recorde pessoal e da própria eleição. E se manteve sem vaidades, frisar isso nunca é demais.
É a lealdade política do atual presidente da Câmara Municipal sendo reconhecida pelo presidente da Assembleia. Ao assumir o MDB de Teresina, Jeová, que já tem o comando da base aliada na CMT, vai ter, também, o controle político do partido do prefeito.
A envergadura política de Doutor Pessoa encolheu. E agora já é possível observar parte da resposta à pergunta que você leu lá em cima. Em eleição, fingir simpatia contribui, ter grupo ajuda e o dinheiro influencia. Mas em política, a do dia-a-dia, é a confiança que vale como moeda corrente.
Themístocles enxerga em Jeová alguém que antecipa crises e as evita. Antes mesmo de assumir o mandato, Pessoa mostrou que inventa crise onde elas não existiam. E ao assumir a Prefeitura, provou ao partido que isso é o melhor que ele faz, desde a incapacidade de montar uma equipe reconhecendo aliados por merecimento até instigar a greve e o caos do transporte público.
Pessoa e Jeová chegaram ao MDB praticamente juntos, ambos em 2020 pelas mãos de Themístocles. Despertaram a desconfiança de caciques e emedebistas históricos. Pessoa nunca seria prefeito o MDB, enquanto Jeová seria o mais votado (talvez até mais ainda) em qualquer outra sigla. Se mostrou fiel ao partido antes de assinar a filiação. Por outro lado, na primeira visita que fez ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), há uma semana, Doutor Pessoa lhe disse que não tinha problema em deixar a sigla e que acompanharia o presidente para qualquer outra, numa tentativa desesperada de aproximação.
A conversa teve várias testemunhas e foi reproduzida nos bastidores como mais uma prova de que o prefeito da capital não cumpre em pé o que ele diz que vai fazer sentado.
Por bem menos que os atuais arroubos e desconsiderações recorrentes de Pessoa, o deputado Themístocles rompeu com o ex-prefeito Firmino Filho (PSDB) em 2017 e foi a vários veículos de comunicação dando entrevista atrás de entrevista sobre como as eleições seguintes seriam bem diferentes.
Desta vez, aos mais atentos e bons entendedores, não foi preciso nem meia palavra de Themístocles: a seguir pelo atual caminho de isolamento, Pessoa é prefeito de um mandato só.
E vai pelar a porca se chegar ao final.
quarta, 10 de fevereiro de 2021, às 8:37h
Uma denúncia de assédio sexual está virando de cabeça pra baixo a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Piauí. Motivo: o procurador do Estado Celso Barros Neto, atual presidente da OAB-PI, é suspeito dos crimes de falsidade ideológica e desobediência; e a advogada Élida Fabrícia Franklin, ouvidora da Ordem, suspeita de ter cometido o crime de falso testemunho. É o retrato de uma gestão que faz vista grossa e investe capital político em sujeira jogada para debaixo do tapete.
A suspeita sobre Celso e Élida é descrita no Inquérito Policial 3859/2020, instaurado em 21 de julho de 2020. Vinte dias depois, em 11 de agosto de 2020, segundo o delegado João Rodrigo de Luna e Silva, já estaria evidenciado que o atual presidente da subseção da OAB em Parnaíba, o advogado Francisco Robson da Silva Aragão, casado, cometeu os crimes de assédio sexual (art. 216 do Código Penal Brasileiro), difamação (art. 139 do CPB) e injúria (art. 140 do CPB). As vítimas: uma advogada que ocupava o cargo de secretária-geral da subseção e uma estagiária, ambas solteiras.
Este caso poderia ter se tornado exemplo de uma postura de tolerância zero com assédio dentro da Ordem. Seria assim, se Celso não tivesse deixado essa história virar uma lambança institucional antes mesmo da abertura do inquérito policial. O comportamento de Celso desmancha a propaganda de quem diz ser a favor da “paridade de gênero” e prejudica diretamente advogados e advogadas que tenham sofrido ou venham a sofrer o trauma do assédio.
Em dezembro de 2019, segundo depoimento da advogada no inquérito, Robson Aragão, com quem ela tinha uma relação profissional e de amizade, lhe ofereceu uma carona, após um evento da OAB, à noite. De maneira dissimulada, o presidente dirigiu seu carro por uma rota diferente do que havia combinado. Foi quando a advogada percebeu a intenção dele de levá-la para um motel, único destino naquele ponto do caminho.
Teria havido recusa dela e insistência dele. Segundo ela conta, passou por sua cabeça abrir a porta do carro e se jogar para fora com o veículo em movimento. Após perceber que ela não cederia, e tamanho foi o desespero dela naquele momento, Robson voltou à sede da OAB. E tentou beijá-la antes que ela saísse do carro.
É uma acusação forte, com consequências bastante sérias. O inquérito policial não se sustenta apenas num testemunho. A intenção de levar a advogada para o motel foi confirmada pelo próprio presidente da subseção mais de uma vez, em reuniões virtuais e presenciais com outros integrantes da OAB. No inquérito constam pelo menos três outros depoimentos de advogadas que confirmam ter escutado as afirmações de Robson.
Mas apesar de confirmar a narrativa da advogada, Robson teria discordado da tipificação penal de suas ações. Do seu ponto de vista, apenas um “flerte que não colou”.
Em junho de 2020, a advogada renunciou ao cargo de secretária-geral da subseção de Parnaíba. Em seguida, Robson passou a espalhar a história de que a advogada era depressiva e ele é quem tentava escapar das investidas dela, se dizendo vítima e invertendo a história que a polícia acredita ser verdadeira.
Àquela altura, o caso já era de conhecimento do procurador Celso Barros Neto, presidente da OAB-PI e da ouvidora da Ordem, Élida Franklin.
A mando do presidente da OAB-PI, Élida foi a Parnaíba se inteirar do caso. Colocou frente a frente a vítima e o suposto agressor para “lavar a roupa suja”. Era o dia 4 de junho de 2020. Além de Élida, outras duas advogadas estavam presentes, inclusive a presidente da Comissão da Mulher Advogada, Dalva Fernandes.
A polícia solicitou informações à OAB-PI sobre procedimentos administrativos e disciplinares que pudessem existir contra Robson Aragão neste caso. O presidente Celso Barros Neto negou essas informações ao delegado, afirmando que tal procedimento administrativo seria sigiloso. Apesar de ser alertado que o interesse pessoal de Robson Aragão não poderia ser maior que o interesse coletivo das investigações.
Em seu depoimento, realizado no dia 5 de agosto, Élida afirmou que a reunião em que ela colocou uma mulher supostamente fragilizada pelo trauma de assédio sexual cara a cara com o suposto assediador foi “informal”. E que não confeccionou nenhum documento sobre a reunião.
Mas ao negar informações sobre Robson ao delegado que estava à frente do inquérito, o presidente Celso Barros, no dia 6 de agosto de 2020, foi categórico em afirmar que a ata constava no processo disciplinar interno na OAB-PI contra o presidente da subseção de Parnaíba.
A resposta de Celso à polícia contrariou o depoimento de Élida, um dia após o depoimento dela. Mas já esta semana, em fevereiro de 2021, a OAB-PI informou ao Política Dinâmica por meio de sua assessoria de imprensa que essa mesma reunião foi informal e que documentos que relatem seu teor inexistem.
Aos olhos da Polícia Civil, não faz o menor sentido que Élida tenha ido até Parnaíba, em um carro oficial da OAB-PI, apurar uma denúncia grave de assédio sexual e não tenha sido escrita uma linha como registro disso.
Não acaba aí. Testemunhas relataram que Élida estava elaborando um relatório sobre o caso. O depoimento de Élida também é contrariado pela suposta vítima e por outra testemunha. Após a “lavagem de roupa suja”, Élida se reuniu sozinha com Robson. Ao retornar, teria dito que Robson confessou que tentou beijar a secretária-geral da subseção na ocasião em que a levou no caminho do motel. Mas em seu depoimento, Élida negou que tivesse dito isso a qualquer pessoa.
Por esses motivos, Celso é suspeito dos crimes de falsidade ideológica e desobediência (art. 299 e 300 do CPB) e, Élida, pelo de falso testemunho (art. 342 do CPB).
Nos bastidores da Ordem -- e até da Maçonaria! --, comenta-se que foi a política de classe que motivou uma “operação abafa” nesse caso. Parnaíba é o terceiro maior colégio eleitoral nas eleições da OAB-PI. Em 2018, Robson não votou em Celso. O caso do assédio, que caminhava para debaixo do tapete, teria sido visto como uma oportunidade de “amarrar” o apoio do presidente da subseção à reeleição de Celso. Enquanto o caso estivesse dentro de uma gaveta do Tribunal de Ética e Disciplina, Robson estaria nas mãos de Celso.
Não se esperava, porém, que aparecesse outra suposta vítima. Uma estagiária da subseção de Parnaíba entrou com uma representação na OAB-PI contra Robson três semanas após a ida de Élida à Parnaíba. Ela sofreu o assédio dentro de uma das dependências da subseção. Então o assédio contra a secretária-geral já não era um caso isolado, nem era o primeiro.
Consta no inquérito e é relatado pela estagiária que dias depois ela se viu obrigada a retirar a representação, por sofrer pressões e temer represálias.
Sobre a possibilidade de estar tentando abafar o caso, a OAB-PI disse ao Política Dinâmica que “os processos disciplinares tramitam em sigilo até o seu término, sob pena de nulidade, somente tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente. Dessa forma, a OAB não pode, por força de lei, dar publicidade ou tecer qualquer comentário sobre os processos disciplinares em curso nos seus órgãos, independentemente de quem seja o representado”.
Seis meses depois da Polícia Civil encerrar o inquérito, a OAB-PI ainda não finalizou seus processos administrativos. Robson nunca foi afastado do cargo nem qualquer medida disciplinar foi tomada contra ele. E advogadas vão se vendo obrigadas a se afastar do sistema OAB.
Enquanto isso, a Justiça já aceitou a denúncia contra Robson, por importunação sexual, crime mais grave que o próprio assédio sexual.
Chamar a gestão de Celso de lenta seria ofender as tartarugas.
sexta, 05 de fevereiro de 2021, às 11:21h
Embora ainda não tenha descido do palanque, o prefeito Doutor Pessoa (MDB) já mostra que na prática, “cuidar de gente” em Teresina vai ser bem diferente do que era vendido na campanha de 2020. Um idoso foi baleado pela Guarda Municipal durante uma ação de desocupação na Zona Leste da capital, ontem, quinta-feira (4).
Há uma semana, a Doutor Pessoa afirmou que invasões não seriam mais permitidas em Teresina e que usaria força policial para combater ocupações. No ocorrido de ontem, a PMT mentiu sobre a presença da Polícia Militar no local.
Segundo Nixon Frota, comandante da Guarda Municipal, a ação de desocupação teve origem na SDU Leste, onde o superintendente é o delegado James Guerra, suplente de vereador do PSB. O terreno seria da própria Prefeitura de Teresina.
A PMT não divulgou documentos sobre a propriedade do local, não informou a qual propósito a área será destinada nem o que será feito com as pessoas que estavam ali. Não há indícios de qualquer planejamento para um momento de conflito.
Em nota de esclarecimento, a Prefeitura De Teresina afirmou que o problema ocorreu na região do Vale do Gavião e que contou com apoio da Polícia Militar do Piauí.
Parte da nota é uma mentira, a outra parte, uma distorção dos fatos, segundo apurou o PD.
Em contato com a Tenente-Coronel Elza Rodrigues Ferreira, o Política Dinâmica perguntou se a Polícia Militar do Piauí poderia confirmar a versão de que o homem teria atacado os guardas. A resposta foi de que “essa pauta é com a Guarda Municipal”. Em seguida, ela confirmou que a “PMPI da área não estava no local”.
Na Assistência Militar da PMT, que é comandada pelo sobrinho do prefeito, o Major Flávio Pessoa, a informação é de que outra desocupação foi feita na madrugada de quinta, esta sim, no Vale do Gavião, onde apenas uma casa teria sido desocupada e sem nenhum transtorno. E que não sabia onde havia acontecido a desocupação que terminou em tiro.
O coronel Nixon informou ao PD que também será aberto procedimento interno para apurar a conduta do GCM e se houve excesso. Foram apreendidos no local ferramentas como foices, martelos, picaretas e facas.
A versão oficial da Prefeitura Municipal de Teresina é de que o idoso atacou os guardas com um facão e um deles reagiu em legítima defesa. Em vídeos que circulam em grupos de Whatsapp e redes sociais, é possível ver um homem bastante irritado e desafiando a Guarda Municipal a retirá-lo do local. Esse homem segura uma foice nas imagens. Mas nenhuma das imagens disponíveis até o momento mostra o homem atacando os guardas.
Ao ser baleado no pé esquerdo, o lavrador de 52 anos foi jogado na caçamba de um dos veículos da Guarda Municipal e levado para o Hospital de Urgências de Teresina. Em um dos vídeos, é possível ver o homem na caçamba sendo retirado do local. Em outras imagens, pessoas comentam o ocorrido e mostram uma grande quantidade de sangue que ficou no local, além de guardas municipais entrando nos veículos e indo embora.
quarta, 03 de fevereiro de 2021, às 17:26h
[Atualização às 18h20m - Considerações do Coronel Nixon Frota]
Após a publicação da matéria, o coronel Nixon entrou em contato com Política Dinâmica. Segundo ele, a Guarda Municipal de Teresina ainda não é uma entidade integrante da Segurança Pública. Sendo assim, o impedimento não existe e sua nomeação seria legal. “A Lei Federal 13.022/2014 dá amparo às Guardas Municipais, mas não obriga que guardas que ainda não estão formadas sigam o que está escrito ali”, aponta Nixon.
Segundo ele, sequer existe um estatuto da Guarda Municipal de Teresina. “A Guarda Municipal de Fortaleza tem que seguir essa lei. A Guarda de São Paulo, em que ter um comandante [oriundo] da Guarda. Mas Teresina, não”, exemplificou, apontando que Em Fortaleza e São Paulo as guardas municipais já são completamente integradas ao sistema de segurança pública.
Ainda assim, Nixon afirma que quando for sua vez de nomear um comandante, vai escolher um guarda municipal para o posto. “Vou escolher u guarda por que eu entendo que deve ser assim. Quem comanda a polícia tem que ser um policial. Quem tem que ser assessor de imprensa é um jornalista. Meu pensamento é assim”, afirmou.
Nixon, inclusive, diz que foi um dos colaboradores para a criação do Livro Azul das Guardas Municipais. É um documento criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública durante a gestão do ex-ministro Sérgio Moro para padronizar o funcionamento das Guardas Civis Municipais em todo o Brasil.
[Fim da atualização]
Sendo uma das cotas do presidente da Assembleia Legislativa na gestão do prefeito Doutor Pessoa (MDB), o coronel Nixon Frota estaria ocupando de maneira ilegal o Comando da Guarda Municipal de Teresina. A denúncia foi feita por guardas municipais que revelam que o sindicato da categoria fez vista grossa para a nomeação que contraria a lei federal 13.022/2014.
De acordo com a lei – que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais em todo o território brasileiro – as guardas municipais só podem ser dirigidas por profissionais efetivos e concursados dos quadros da instituição. A exceção se abre nos 4 primeiros anos de funcionamento, quando um profissional de fora pode ocupar esse papel.
As atividades da Guarda Municipal de Teresina foram iniciadas no final de 2016, ou seja, desde janeiro deste ano, o comando já deveria ter sido passado a um guarda municipal de carreira.
O Política Dinâmica recebeu a denúncia de um grupo de guardas municipais que criticaram, inclusive, o sindicato da categoria, que teria feito “vista grossa” para a situação. O grupo também afirma que a Prefeitura já teria essa informação sobre a ilegalidade antes mesmo da nomeação, mas acham que o Doutor Pessoa foi forçado a nomear o coronel por pressão política.
Nixon Frota é dos quadros do Exército Brasileiro. Mas hoje é também presidente do PRTB (partido político que era comandado pelo falecido deputado estadual Fernando Monteiro), por influencia direta do deputado estadual Themístocles Filho. Nixon deve disputar uma vaga de deputado federal em 2022.
“Temos reivindicado desde sempre melhores condições de trabalho, mas nunca fomos atendidos de forma integral. Nossa expectativa era de que um comandante sendo do quadro, iria trabalhar por isso. Mas já entrou a política pelo meio. O que a gente sabe é que nomearam o coronel para ocupar o espaço e não perder a cota política. E é estranho que o sindicato fique calado”, comentou um dos integrantes do grupo, que pediu reserva de seu nome.
Agora, estranho mesmo é que a Procuradoria-Geral do Município tenha deixado essa situação ir adiante também.
Agora, os vereadores de Teresina vão ter que correr com a reforma administrativa entregue hoje pelo prefeito Doutor Pessoa (MDB) e criar logo a Coordenadoria Municipal de Segurança Social e Patrimonial. Aí o prefeito exonera Nixon do Comando e o nomeia para a Coordenação, aí o próximo comandante, seja quem for será subordinado a ele e pronto, acaba a polêmica.
Como não existe oposição na Câmara Municipal, nada além disso deve acontecer.
O Política Dinâmica entrou em contato com a Prefeitura de Teresina, que por meio da Secretaria de Comunicação afirmou que não vai se pronunciar sobre a questão. Também foram questionados o secretário de Governo Adolfo Nunes (que assina a nomeação do coronel) e o próprio Nixon Frota, para que todos pudessem se posicionar sobre o assunto. Deles, não houve resposta.
quarta, 03 de fevereiro de 2021, às 10:34h
Hoje a Prefeitura de Teresina vive sob a influência de três figuras distintas: o vice-prefeito, Robert Rios (PSB), também secretário de Finanças; o “primeiro-ministro” João Henrique Sousa, do Planejamento; e Adolfo Nunes, secretário de Governo e fiel escudeiro de Doutor Pessoa (MDB) desde a eleição perdida de 2016. Eles divergem, disputam poder, mas num ponto, segundo os bastidores, concordaram na recomendação feita ao prefeito de não ir adiante no acordo com o SESC para a montagem de um abrigo para moradores de rua de Teresina.
Embora a relação entre o presidente da Fecomércio-PI e o prefeito de Teresina seja até cordial, Pessoa foi aconselhado a não dar mais espaço ao empresário Valdeci Cavalcante. “É um ‘predador’, já vamos ter que acompanhar de perto a secretaria dele”, comentou ao Política Dinâmica um dos próximos ao prefeito.
Ontem (02) Doutor Pessoa anunciou que não vai mais querer o prédio do SESC na Av. Maranhão, que havia sido oferecido “de graça” por Valdeci Cavalcante, apenas pelo “dever social” do SESC. Há três semanas, os dois haviam visitado o prédio e, à imprensa, falaram sobre como tudo iria ser "sem custo" e "rápido". Mas a história desandou.
Valdeci Cavalcante já tem o controle da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Teresina na gestão de Pessoa. A desconfiança dentro da Prefeitura reside em parte no fato de terem sido indicados dois advogados de Valdeci para os cargos de secretário e secretária executiva. “Já vamos ter que deixar uma lupa separada para todas as letrinhas miúdas em todos os documentos de lá, essa coisa do SESC aqui ao lado poderia deixar as coisas mais complicadas do ponto de vista até do discurso também. Temos que ser mais cuidadosos, ou quando a gente mesmo perceber, até o prédio da PMT já vai estar no nome dele”, comentou a fonte, fazendo referência irônica a supostos casos de polêmicas imobiliárias envolvendo Valdeci e enumerados pela própria fonte no início da conversa conosco.
O Política Dinâmica entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Teresina e com o empresário Valdeci Cavalcante, para que pudessem comentar a desistência do acordo. Na PMT ninguém soube dar maiores informações. O empresário não respondeu nossas mensagens.
O espaço está aberto para manifestações.
terça, 02 de fevereiro de 2021, às 14:00h
Quando encontrar alguém dizendo que "Doutor Pessoa extinguiu duas secretarias", que diminuiu o tamanho da máquina pública ou vai economizar com cargos, desconfie. As manchetes que apontam esse caminho não se sustentam em fatos. Na prática, está acontecendo exatamente o contrário.
“Quase não teremos economia, mas chega a ter economia”, reconheceu o atual secretário de Governo, Adolfo Nunes, à repórter Isabela Lopes, do Portal O Dia. O discurso de campanha não conseguiu sobreviver a um mês de gestão.
A gestão de Pessoa não tem nem ideia do valor que vai economizar, se é que vai e provavelmente não vai.
Existem duas secretarias hoje na Prefeitura de Teresina que vão se tornar coordenadorias: Comunicação e Concessões Públicas. É exatamente o que fez o governador Wellington Dias no Governo do Estado. O que não necessariamente se traduziu em economia para os cofres públicos.
Com a Comunicação vai ser subordinada à Secretaria de Governo, ou seja, se torna agora uma pasta com foco político. Até aqui, sem notícias de corte em seu orçamento. Já as Concessões e Parcerias, vão para o Planejamento. Neste ponto específico, a equipe dessa secretaria já era bastante enxuta e perde seu foco e independência para buscar resultados práticos. No Estado, a Superintendência de Parcerias Público-Privadas e Concessões é ligada à Secretaria de Administração e Previdência, uma vez que é lá que deveriam estar as licitações.
Ter PPPs e concessões subordinadas a deputados e políticos na expectativa de eleição – caso do Planejamento em Teresina, serve apenas para “blindagem” de maracutaias, se tomarmos como exemplo a gestão de Wellington que Pessoa copia neste momento. Da licitação da Agespisa (um esquema protegido por uma liminar há 4 anos) até a Nova Ceasa (vencida pelo vizinho do governador que não teve um único concorrente), tudo fez escoar pelos ralos da corrupção dinheiro que deveria ter se transformado em serviço público.
No caso da Prefeitura de Teresina, o ex-prefeito Firmino Filho (PSDB) deixou as licitações todas concentradas na Secretaria Municipal de Administração. E a reforma de Pessoa já abre a possibilidade de se descentralizar. Coisa que também imita a gestão de Wellington Dias, onde toda pasta pode licitar asfalto e calçamento, para ajudar na eleição dos deputados.
As grandes mudanças da reforma do Doutor Pessoa na Prefeitura de Teresina. As SDUS (Superintendências de Desenvolvimento Urbano) vão passar a se chamar SAADs (Superintendências de Ações Administrativas Descentralizadas).
Uau! É de se perguntar em qual universidade o Doutor Pessoa foi buscar esse técnico que sugeriu gastar mais com papel e comunicação visual para mudar siglas! E, consequentemente, jogar no lixo toda a papelaria de escritório timbrados com “SDU”, só porque a sigla foi criada numa gestão anterior.
A SDU Centro/Norte vai ser dividida, com a desculpa de que era deixado de lado enquanto a maior parte das obras dessa superintendência era concentrada nos bairros da Zona Norte. Na prática, apenas uma maneira de dividir cargos entre o deputado estadual Zé Santana (MDB) e o senador Marcelo Castro (MDB), que vai indicar para lá o filho de um ex-deputado estadual. O próprio prefeito admitiu que iria criar uma secretaria sem objetivo técnico, mas para agradar o senador.
Pessoa também vai criar a Coordenadoria Municipal de Segurança Social e Patrimonial, tirando a Guarda Municipal e a Defesa Civil de dentro da Secretaria de Assistência Social. Na prática, mais um órgão com status de secretaria, coisa a ser comandada por mais uma indicação de Themístocles Filho (MDB), presidente da Assembleia Legislativa. Vai para lá o coronel do Exército Brasileiro Nixon Frota.
sábado, 30 de janeiro de 2021, às 16:03h
É provável que em breve a advogada Alynne Patrício permaneça por alguns dias como presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Piauí. O movimento é um apelo de advogados no entorno do procurador Celso Barros Neto, atual presidente da OAB-PI, para tentar salvar a viabilidade de uma reeleição este ano.
Várias pesquisas sobre o pleito futuro têm sido realizadas nos dois últimos dois meses tanto por quem está na oposição, quanto por quem está na situação. No início de novembro de 2020, foi feita a primeira pesquisa do grupo de Celso Barros. Um desastre: a rejeição ao nome do presidente já estaria alcançando quase o dobro das intenções de voto nele, que não alcançou 20%. Nenhum nome de oposição pontuou com mais de 6%. Em 2018, Celso foi eleito com 41% dos votos válidos.
Do ponto de vista qualitativo, a avaliação da gestão tinha soma maior de ruim e péssimo do que bom e ótimo. A aprovação estava um pouco acima dos 60%. Um terço dos que disseram aprovar a gestão de Celso, não souberam dizer o motivo da aprovação.
Fica pior. Quase a totalidade dos que reprovam a gestão, foram direto em três pontos: falta de independência da Ordem, falta de apoio ao advogado e – olha a bronca! – gestão machista.
Os entrevistados citaram que a OAB-PI tem sido muito acanhada em cobrar do Tribunal de Justiça mais produtividade (principalmente durante a pandemia) e se queixaram sobre gastos feitos pela gestão de Celso com recursos enviados pela OAB Nacional, que ao invés de beneficiar diretamente advogados mais prejudicados com a falta de renda por conta da pandemia, terminou por bancar pós-graduações online desnecessárias no período.
O espanto veio no cruzamento de dados entre o perfil dos entrevistados e as respostas que apontavam a gestão como machista. Tanto advogados quanto advogadas possuíam a mesma percepção, o resultado foi quase meio a meio, ou seja, essa queixa estaria longe de poder ser encarada como um “mi mi mi”. O problema é real. Motivado, talvez, por relatos, prints e áudios que se espalham em grupos de advogados em Whatsapp e Telegram, dando conta de que o presidente e alguns de seus mais próximos diretores engrossam a voz e sobem o tom quando confrontados por advogadas. Piadas e ironias também seriam mais frequentes sobre o comportamento de advogadas, quase nunca de advogados.
Celso foi, então, orientado pelos mais próximos a fazer dois movimentos para dispersar a visão machista de sua gestão: primeiro, votar a favor da paridade de gênero durante o Colégio de Presidentes da OAB em 14 de dezembro. Foi o que ele fez. A paridade, aliás, foi aprovada por unanimidade.
Em segundo lugar, ele tiraria alguns dias de folga da OAB e deixaria Alynne Patrício por pelo menos uma semana no cargo. Seria algo como fez e faz o governador Wellington Dias (PT), tanto quando a advogada Margarete Coelho (PP) era sua vice-governador, quanto agora, com sua atual vice Regina Sousa (PT). Wellington Dias entregou o comando do Governo do Estado do Piauí a Margarete 7 meses após assumir em 2015. Regina despachou como governadora em exercício 16 dias após ser eleita vice.
Só para se ter noção do apego de Celso ao cargo: Alyne é a vice-presidente da OAB e não ocupou a presidência por nenhum dia nos últimos 2 anos. Celso avaliou que sua postura na votação já estaria de bom tamanho e que, talvez, ele pudesse fazer esse gesto de deixar uma mulher assumir a OAB durante uma semana no mês de março de 2021, o “mês da mulher”. Essa postura fala por si.
A preocupação de Celso, naquele momento, era confirmar a indicação do advogado Aurélio Lobão para Procuradoria-Geral do Município de Teresina, o que foi acompanhado pelo Política Dinâmica e confirmado em seguida pelo prefeito Doutor Pessoa (MDB).
Veio então a segunda pesquisa, feita entre os dias 21 e 23 de dezembro. E que deveria trazer uma melhora nessa avaliação machista da gestão de Celso, não fosse um imprevisto: se espalhou na classe de advogados a informação de que Celso Barros Neto estaria trabalhando para abafar o caso de assédio sexual sofrido por uma advogada em favor do agressor, que é presidente da subseção da OAB-PI em Parnaíba. O caso corre em sigilo de Justiça.
Os poucos – e conhecidos – advogados que restam ao lado de Celso, voltaram a recomendar que Celso fizesse um gesto público de dar destaque a uma mulher em sua gestão. Agora não apenas Alynne, mas recrutar quem ainda estiver por ali para pautas positivas. O que não deve ser muita fácil de acontecer, afinal, a gestão de Celso também ficou marcada pelo grande número de mulheres se vendo obrigadas a entregar seus cargos, sendo a vítima de abuso sexual em Parnaíba uma delas.
Celso está quase convencido de que deve fazer mesmo alguma coisa. Neste domingo, ele recebe o resultado da pesquisa deste mês de janeiro.
A depender do resultado, talvez comece a procurar outro nome para apoiar.
sábado, 30 de janeiro de 2021, às 10:44h
O governador Wellington Dias (PT) despachou Gil Carlos (PT) da possibilidade de se tornar secretário de Educação na reforma que deve acontecer nos próximos meses. O Política Dinâmica confirmou com fontes no governo que Gil soube da boca do próprio governador. O que o ex-prefeito de São João do Piauí talvez não saiba, ainda, é que ele deixou a lista dos “possíveis novos secretários” de Wellington para entrar no rol dos “inconfiáveis” do governador. Agora, o advogado Chico Lucas fica mais perto da cadeira que já foi do advogado Helder Jacobina e Rejane Dias (PT).
Quando a Operação Topique foi deflagrada em 2018, algumas informações além daquelas divulgadas pela Polícia Federal chegaram à imprensa. Não que dentro do governo o esquema que desviou dezenas de milhões de reais do transporte escolar fosse coisa secreta. Pelo contrário. Mas chamou atenção o fato de que o nome de Pauliana Ribeiro Amorim – prima de Rejane Dias – ganhou destaque nas narrativas sobre o funcionamento da organização criminosa.
Hoje Pauliana é ré por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, mas ali em 2018, a prima da primeira-dama era uma desconhecida do grande público. Ainda assim, a atuação dela nos bastidores do esquema se espalhou entre jornalistas com riqueza de detalhes que só outra pessoa “de dentro” poderia descrever e entregar. E essa pessoa, agora o governador Wellington Dias tem certeza, foi o ex-prefeito Gil Carlos.
Fritar Pauliana, para Wellington, nem contaria tantos pontos negativos contra Gil Carlos, embora fosse uma vaidade desnecessária. Acontece que ele também expôs Rejane de tabela, e já isso como apelo, contou para o governador. A informação teria sido confirmada por um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, após este ficar sabendo, também, que teria sido o ex-prefeito de São João do Piauí o responsável por plantar no noticiário político do estado boatos sobre indicação de Rejane para o TCE.
Ontem, sexta-feira (29), o governador Wellington Dias recebeu vários conselheiros do TCE no Palácio de Karnak. Estavam presentes o conselheiro substituto Jaylson Campelo e os conselheiros Kléber Eulálio, Abelardo Vilanova, Olavo Rebelo, Kennedy Barros e Waltânia Alvarenga
Além disso o mesmo conselheiro do TCE teria alertado Wellington sobre como seria imprudente colocar na SEDUC um ex-prefeito que era também envolvido no esquema da Topique. Que isso faria a operação ser relembrada pela imprensa e aumentaria a pressão dentro da Corte de Contas. Um dia antes, o TCE derrubou um recurso do Ministério Público de Contas que pedia a irregularidade das contas de Rejane Dias na SEDUC no exercício de 2016, mantendo blindada a primeira-dama.
Wellington e o conselheiro teriam conversado, também, sobre um problema nas contas de Gil Carlos na APPM que deve ir a pauta nos próximos dias.
Até aqui, Gil sabia o que era ter um amigo no Karnak ao qual se deu ao luxo de atacar. E parece que descobrir da pior maneira o que é ter um inimigo do qual não pode se defender.
quarta, 27 de janeiro de 2021, às 9:05h
O teresinense vai ficar mais um dia sem serviço de transporte público de qualidade. O prefeito Doutor Pessoa (MDB) enganou trabalhadores ao afirmar que honraria acordo homologado na Justiça do Trabalho, mas fez exatamente o contrário: "forçou" greve exatamente para escapar do pagamento. E a Prefeitura ainda distorceu dados para disfarçar a manobra.
Quando motoristas e cobradores cruzaram os braços na segunda-feira (25), Doutor Pessoa esteve reunido com representantes da categoria e empresários. Da reunião saiu uma promessa: a PMT pagaria R$ 600 mil referente à 3a. parcela de um acordo feito em outubro com a categoria.
Ao invés de ser repassado aos trabalhadores, o dinheiro foi enviado à STRANS, onde quem manda são dois sobrinhos de Doutor Pessoa: Cláudio Pessoa e Bruno Pessoa.
Esse dinheiro serviria para bancar vales refeição e planos de saúde dos trabalhadores do setor, que ficaram sem trabalhar durante os meses em que houve restrição de circulação de pessoas por conta da pandemia em 2020.
A parcela venceu no dia 20 de janeiro e Pessoa deixou atrasar. A 4a. parcela venceria em fevereiro, na mesma data, e seria a última.
Acontece que no acordo homologado pela Justiça do Trabalho, se o SINTETRO convocasse greve outra vez durante a vigência do acordo, a PMT estaria livre do compromisso. E foi aí que Pessoa viu uma oportunidade de não pagar mais nada. Há três semanas, quando o prefeito encontrou a primeira vez com os motoristas, o problema era outro. Trabalhadores de uma empresa protestaram contra o fato de não terem recebido o valor das férias e pelo fato do salário em si também não estar sendo pago.
Pessoa poderia ter intermediado a questão. Evitado o problema para outros teresinenses que dependem do sistema.
Fez o contrário: adicionou ao desespero pessoal de cada motorista e cobrador que já não recebia seu salário o drama de também não terem o tiquete alimentação e plano de saúde do mês. E olha que o prefeito sempre diz diz "cuida de gente" e ainda por cima é médico.
Forçou trabalhadores a cruzar os braços para reivindicar o básico: nem reajuste, nenhuma nova vantagem, nada além do salário.
O secretário de Finanças e vice-prefeito de Teresina ainda fez uma conta que não fecha. Como se os trabalhadores estivessem sendo mal agradecidos à PMT, disse que os R$ 600 mil que seria pago aos trabalhadores daria em média R$ 2 mil para cada um, numa divisão do repasse por 150 ônibus com um motorista e um co redor cada.
Nessa conta de Robert, é como se apenas 300 trabalhadores dessem conta do sistema de transporte da capital. Discurso de quem não sabe o que fala ou de quem sabe, mas quer justificar a manobra.
Motoristas e cobradores somam mais de 1200 trabalhadores, segundo informa o SINTETRO. Ainda existem outros tantos fiscais que fecham as equipes de rua. Além destes, outros mais nas operações de garagem e escritórios de administração. Se o dinheiro que Pessoa disse que iria dar -- e não deu -- fosse dividido só com motoristas e cobradores, não daria R$ 500,00 para cada.
A PMT parece querer, por maldade, criar o caos antes de fazer alguma coisa pelo sistema de transporte público. Ou pior: não sabe o que fazer e vai deixar o caos se instalar por incompetência.
E o teresinense vai sofrendo.
segunda, 25 de janeiro de 2021, às 18:47h
Espera-se que nesta terça-feira (26), os ônibus que fazem parte do sistema de transporte público de Teresina voltem a circular. O secretário de Finanças, Robert Rios (PSB), vai repassar R$ 600 mil às empresas que administram o sistema para honrar o compromisso homologado na Justiça do Trabalho feito ano passado entre a PMT e os trabalhadores do setor. Com esse dinheiro, devem ser pagos tíquetes alimentação e planos de saúde de cobradores e motoristas.
Assim, a greve acaba, pelo menos até o pagamento da próxima e última parcela do acordo.
Há 15 dias, a primeira greve já havia prejudicado toda a região sudeste de Teresina e parte da região Sul. A STRANS – cuja gestão é de dois sobrinhos de Doutor Pessoa –, não conseguiu administrar a situação para evitar o problema desta segunda-feira, que atingiu 100% da frota.
O prefeito Doutor Pessoa (MDB) esteve reunido na manhã de hoje com empresários, representantes dos trabalhadores e gestores da PMT. Durante a reunião, Pessoa voltou a falar em municipalizar o serviço caso problemas continuem prejudicando a população e soltou algumas frases de campanha sobre a questão, mas não conseguiu convencer trabalhadores e deixou empresários com dúvidas sobre o futuro.
Os trabalhadores do sistema só acreditaram que a PMT iria honrar o acordo após ouvirem o vice-prefeito Robert Rios. Foi dele a voz de autoridade que encerrou este problema no momento.
Após a reunião, Pessoa jogou mais uma vez pra frente o problema. “Se não evoluir o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa começará a montar o sistema de transporte coletivo. Não vai ser açodadamente não, nós vamos vê a parte jurídica e caminhar dentro da legalidade, mas tomarei uma decisão. Não vou deixar a sociedade de Teresina clamada, abandonada”, comentou o prefeito a jornalistas.
Mais cedo, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) já havia se posicionado sobre a questão de hoje numa nota oficial:
POSICIONAMENTO
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) constatou que o Sintetro paralisou as atividades tendo em vista a Prefeitura Municipal de Teresina não ter feito o repasse no dia 20/01, do valor que foi acordado com o Sindicato dos trabalhadores em empresas de transportes rodoviários no estado do Piauí (Sintetro). O repasse seria feito através das empresas juntamente com a parcela devida às concessionárias para que essas disponibilizassem os recursos aos trabalhadores.
segunda, 25 de janeiro de 2021, às 9:24h
Faltam 75 dias para acabar o prazo em que o prefeito de Teresina garantiu que os problemas do transporte público da capital seriam coisa do passado. Mas o futuro não é muito promissor nesse sentido, afinal, na data presente, Doutor Pessoa (MDB) enfrenta a segunda greve de trabalhadores do setor. Teresina amanheceu com 100% da frota de ônibus parada e centenas de milhares de pessoas prejudicadas.
De acordo com trabalhadores filiados ao SINTETRO (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí), a paralisação se deve ao fato da gestão de Doutor Pessoa ter dado “calote" em acordo feito anteriormente. Esses trabalhadores com quem o Política Dinâmica conversou criticaram o que consideram ter sido um erro do prefeito: ter colocado dois sobrinhos para comandar a STRANS (Superintendência de Transportes e Trânsito de Teresina).
O atual superintendente da STRANS, Bruno Pessoa, sobrinho do atual prefeito Doutor Pessoa, está interino no cargo. Outro sobrinho de Doutor Pessoa, o Major Cláudio Pessoa, é que foi escolhido para ocupar o cargo oficialmente. E não estariam dando conta das demandas da pasta. “O prefeito já errou aí, botando família para tomar conta das coisas, mas o que queremos mesmo é o cumprimento do acordo que temos a Prefeitura. Esse acordo é impessoal”, alega um motorista.
Durante a gestão do ex-prefeito Firmino Filho, a PMT se comprometeu a subsidiar vale alimentação e plano de saúde de motoristas e cobradores, em consequência das perdas financeiras do setor durante a pandemia de covid-19. O pagamento se daria entre os meses de outubro de 2020 até janeiro de 2021.
Já o presidente do sindicato, Ajuri Dias, afirma que a PMT está descumprindo um acordo feito há duas semanas com Bruno Pessoa.
Extra oficialmente, integrantes da PMT alegam que os usuários do transporte público da capital estão sendo vítimas de uma disputa interna do SINTETRO entre dois grupos que concorrem pelo comando do sindicato. Por esse motivo, a PMT não encara como greve o movimento de cobradores e motoristas do transporte público urbano da capital cruzarem os braços.
Em nota à imprensa, a STRANS repudiou o fato do SINTETRO atribuir a um dos sobrinhos do Doutor Pessoa a responsabilidade em realizar pagamento de ticket alimentação e plano de saúde dos trabalhadores do setor.
Por sua vez, o secretário municipal de Finanças, Robert Rios, declarou a Prefeitura vai rever o acordo feito pela administração do
terça, 19 de janeiro de 2021, às 16:53h
O atual presidente da Fundação Municipal de Saúde, Gilberto Albuquerque, alegou que a Prefeitura de Teresina vai deixar de pagar gratificação de insalubridade a quem está na linha de frente de combate à pandemia por culpa do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Ele aponta que o que estava sendo pago até aqui tinha lastro em recursos federais e que a PMT não consegue bancar nada além dos salários normais.
Do alto da experiência de quem passou quase uma década ajudando o ex-prefeito Firmino Filho (PSDB) na gestão de Teresina, Gilberto Albuquerque lamenta que não há o que Dr. Pessoa (MDB) possa fazer neste momento para manter a gratificação que era paga na gestão anterior. “Acabou em 31 de dezembro”, afirmou.
Outra polêmica também foi explicada pelo gestor. Apesar do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (SINDSERM) alegar que trabalhadores estão sendo obrigados a voltar aos postos de trabalho mesmo sendo do grupo de risco, Gilberto Albuquerque garante que a portaria assinada para que isso acontecesse foi um pedido dos trabalhadores, que estavam impedidos de trabalhar também na iniciativa privada.
Veja a entrevista completa!
segunda, 18 de janeiro de 2021, às 16:26h
Agora o Piauí conta com uma rede de atendimento articulado em favor das pessoas com deficiência, é a Rede Estadual de Reabilitação Danielle Dias. A Lei nº 7.458, que cria esse sistema integrado, foi sancionada pelo governador Wellington Dias (PT) no último dia 14 de janeiro e a rede foi batizada com o nome da filha dele.
Agora precisamos de uma rede para reabilitar os hipócritas. Não se engane: Wellington não se importa com a reabilitação dos outros. Pelo menos é o que se entende quando se olha o Orçamento de 2021 e se compara com o de 2020. O governador cortou 21,68% do orçamento da Secretaria de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Agora compare com qualquer outra secretaria onde escândalos de corrupção estão instalados e funcionando a todo o vapor, para ver quem recebe mais dinheiro.
Não é uma questão aqui de opinião nem de ataque pessoal. É de matemática. A SEID já tem um dos menores orçamentos do Estado. E do pouco mais de R$ 6,3 milhões que a pasta tinha para trabalhar pela inclusão dessas pessoas, Wellington fez o favor de cortar R$ 1,4 milhões para este ano. Sobraram apenas R$ 4,9 milhões. E olha que 2021 o número de pessoas a serem atendidas aumenta em decorrência das sequelas de quem passou pelas fases mais graves da contaminação por covid-19.
A Propaganda do Governo, por sua vez, que patrocina os releases que falam sobre a criação da rede cresceu 11,27%. Mais de R$ 3,8 milhões de reais do que tinha para torrar em 2020.
A filha de Wellington Dias também dá nome ao Complexo Estadual de Reabilitação em Saúde e Educação, na Av. Higino Cunha, que reúne os serviços do Centro Integrado de Reabilitação e do Centro Integrado de Educação Especial.
Segundo os discursos do deputado Franzé Silva (PT) – autor da lei que cria a rede – o Piauí tem 27,5% de sua população com algum tipo de deficiência. Estamos falando de mais de 800 mil pessoas e, dentre estas, a filha do governador é das que menos depende de serviços do Estado, pois felizmente seus pais têm condição de prover o melhor e mais adequado tratamento.
Agora, uma parte considerável dos demais precisa de uma Secretaria de Inclusão com mais recursos. Esses mesmos recursos que o deputado Franzé Silva ajudou a tirar de lá quando votou o orçamento – e o defendeu – na Assembleia, ano passado.
domingo, 17 de janeiro de 2021, às 12:31h
Profissionais de Saúde de Teresina estão apreensivos. As notícias que se espalham pelos corredores da Fundação Municipal de Saúde (FMS) são de que os contracheques referentes ao mês de janeiros de 2021 já não conter a gratificação por insalubridade no combate ao Covid-19. Além disso, os servidores que estavam em trabalho remoto ou afastados por pertencerem ao grupo de risco da pandemia de coronavírus foram obrigados a retornar ao trabalho presencial.
Se por vergonha, medo ou acordo, não se sabe, mas o SINDSERM (Sindicato dos Servidores Públicos de Teresina) silenciou diante da gestão do Dr. Pessoa (MDB). O curioso neste caso é que a insalubridade de 40% que os profissionais de Saúde estavam recebendo até aqui foi uma gratificação instituída pela gestão do ex-prefeito Firmino Filho (PSDB), criticado diária e fervorosamente pelo SINDSERM.
O pagamento da insalubridade foi anunciado em abril de 2020 e alcançava todos os servidores na linha de frente do combate à pandemia, independente da natureza do vínculo profissional.
Até aqui, o SINDSERM se limitou a, discretamente, solicitar a suspensão da portaria 003/2021 da FMS, que obriga o retorno dos servidores afastados. Sem nenhum tipo de manifestação liderada pelo coordenador Francisco Sinésio em frente à Prefeitura, FMS ou Câmara Municipal.
Para aumentar a preocupação dos servidores, Doutor Pessoa aceitou receber pacientes vindos do Estado do Amazonas, onde a cepa mais contagiante do coronavírus já fez a capital Manaus viver seus piores momentos de toda a pandemia nos últimos dias.
Segundo o prefeito, o Hospital Universitário criou vagas específicas para esses pacientes vindos de fora, o que não interfere na oferta imediata que já era oferecida pela FMS aos teresinenses.
Perguntamos à Prefeitura de Teresina sobre o corte da insalubridade e as novas regras do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) de maneira objetiva, mas a FMS se dispôs a dizer apenas que “O Ministério da Saúde suspendeu recursos para o Nasf e COVID. Os recursos foram enviados até 31 dezembro. Não existe previsão de recursos do Ministério da Saúde para esses casos. A FMS está mantendo e ampliando assistência COVID mesmo sem aporte financeiro do Governo Federal. O prefeito está tentando recursos para manutenção de toda assistência que os pacientes precisarem”.
Ou seja: Pessoa aceitou receber pacientes infectados com a nova cepa do coronavírus à pedido do Governo Federal, mas esqueceu de perguntar ao mesmo Governo Federal sobre o financiamento do combate à pandemia. Deixou servidores à mercê da própria sorte, sem compensação pelo risco e decepcionados com o tratamento dado pela nova gestão.
E olha que o prefeito é médico.
De algum jeito, Pessoa calou o sindicato que, antigamente, estava sempre se manifestando por qualquer motivo. O Política Dinâmica tem tentado insistentemente entrar em contato com alguém que fale pelo SINDSERM de maneira oficial. Não obtivemos sucesso, mas o espaço está aberto para manifestações posteriores.