CONSELHEIRA FEDERAL CONTESTA NOTA DE HOSPITAL

Lia Damásio também é professora da UFPI (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

No dia 22 de julho, gestantes em trabalho de parto foram transferidas de táxi do Hospital Regional de São Raimundo Nonato para a cidade de Floriano, num trajeto de 280 km feito à noite. Colchões foram colocados dentro dos táxis para que as mulheres fossem transferidas.

Na ocasião, a direção do hospital de São Raimundo informou que, embora a transferência tenha ocorrido em táxis e com o uso de colchões, todos os protocolos técnicos e de segurança haviam sido seguidos, garantindo total assistências às gestantes.

Nesta sexta-feira (2), a médica Lia Damásio, do Conselho Federal de Medicina, concedeu entrevista ao programa Política Dinâmica, na FM O DIA, e contestou a versão do hospital. Ela disse que é impossível protocolos terem sido obedecidos numa transferência desse tipo.

Veja a entrevista completa!


"Claro que não. Isso é emblemático em relação ao grande problema da assistência médica no Brasil. Isso prova uma coisa simples: não basta um médico qualificado num local, nem que ele seja o melhor médico do mundo. Sem infraestrutura, sem respeito à dignidade da pessoa humana, sem uma estrutura governamental de assistência à saúde pública, e até privada às vezes, não adianta nada. Isso acontece fortemente no Piauí. É claro que numa transferência desse tipo não foi possível obedecer a protocolos", falou.

Conselheira discorda de nota emitida por hospital (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica)

Lia Damásio destacou, no entanto, que a responsabilidade nesse caso não é dos profissionais na ponta, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Segundo ela, as principais causas são a falta de estrutura nos hospitais, falta de remédios e de uma carreira que valorize e fixe uma maior quantidade de profissionais da medicina no interior.

Comente aqui