FALTA COERÊNCIA NA BANCADA FEDERAL DO PIAUÍ, DIZ JESUS RODRIGUES

O ex-deputado saiu do PT após divergências internas (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

O ex-deputado federal Jesus Rodrigues (PSOL) conversou com a reportagem do Política Dinâmica sobre a atual bancada federal do Piauí e os desafios e pretensões do seu partido para as eleições de 2018. Na última pesquisa do Datafolha sobre as intenções de voto, a ex-deputada e presidente nacional do PSOL Luciana Genro aparece com 2%.

Sobre a bancada piauiense, ele afirma que falta coerência entre discurso e ação e critica a postura do Partido dos Trabalhadores, do qual saiu após divergências internas.

“Eu acho que a bancada nossa do Piauí tem poucos parlamentares com uma linha de coerência, de trabalho que possa ser coerente com as suas posturas ideológicas, inclusive a parte do PT que consegue fazer coligações inimagináveis”, afirmou.

Para Rodrigues, o PMDB seria o partido a agir de forma perene, mantendo um comportamento regular aos longo dos anos. “O pessoal do PMDB é que consegue manter uma coerência, porque a sua coerência é estar no poder e ficar se agasalhando”, disse.

O ex-deputado diz que a bancada não está comprometida com a população. “O que é pior na história é que os compromissos que a nossa bancada tem não são compromissos de construir um Piauí melhor, mais equilibrado, mais justo, menos desigual”, criticou.

ESQUERDA NA PRESIDÊNCIA

Muito tem se falado em uma unificação da esquerda, um blocão para concorrer à presidência em 2018. Na abertura da 10ª Bienal da UNE, realizada em janeiro, Luciana Genro chegou a defender a criação de um bloco de oposição, com a unificação dos partidos e candidatura única que concentraria as forças de oposição. Em abril, Luciana enviou uma carta à direção do partido, onde abriu mão de concorrer à presidência novamente no ano que vem. No entanto, é fato que o PSOL lançará candidatura própria. Os nomes mais cotados são dos deputados Chico Alencar e Marcelo Freixo, do Rio de Janeiro.

Para Jesus Rodrigues, o estágio atual do PSOL ainda é incipiente e é necessário definir o que significa essa esquerda, pois para ele o PT por exemplo não é mais um partido que possa ser definido como tal.

“O PSOL tem buscado uma organização, mas eu considero que ainda de maneira muito inicial. É preciso dar uma avanço na maneira como um partido de esquerda se organiza”

O equívoco estaria na ideia de que os partidos de esquerda só podem ter em suas bases de filiados pessoas com um perfil limitado: “sindicalista, de associações, revolucionário, marxista, leninista ou trotskista”. Para ele, é preciso “trazer pessoas do povo, cidadãos que não tiveram até agora uma participação mais efetiva na política” para o debate e os partidos de esquerda.

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