O jovem Deolindo Moura, 32 anos, será mais um vereador novato na Câmara de Teresina a partir de janeiro de 2017. Eleito com 3.369 votos, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e morador do bairro Promorar, na Zona Sul da capital, ele promete um mandato com participação da sociedade e defende consenso entre as pautas sociais e a atuação parlamentar.

Deolindo chegou à vida pública alçado pelas lutas no movimento estudantil, coordenando protestos, contestando autoridades e colocando governos contra a parede. Agora como vereador, eleito com forte apoio do governador Wellington Dias, da primeira-dama Rejane e do secretário de Assistência Social Henrique Rebelo, ele promete lutar por diálogo e lembra que “tudo na vida tem limites”.

“A minha história é forjada na luta do movimento social, agora logicamente sabemos que tudo nessa vida tem um limite, mas ao mesmo tempo tem o consenso. Nosso governador Wellington Dias é mestre nisso e é nesse sentido que eu também espero me tornar mestre na questão consensual. Acho que em tudo existe um meio termo e o movimento social, com o tempo, tem aprendido um pouco isso”, falou.

O vereador eleito afirma que vai lutar pelo passe livre para estudantes no transporte público de Teresina, benefício reivindicado ao longo dos anos de luta no movimento estudantil. O petista garante também que a população pode esperar dele um vereador conciliador. Para ele, falta contato do parlamento com o povo.

“É em torno disso que eu quero manter a minha atuação na Câmara Municipal. É preciso debater com as pessoas aquilo que é de interesse delas, até para ter o apoio popular nos projetos. Falta muito isso no parlamento. Uma das minhas metas é aproximar o mandato da sociedade e torná-lo um espelho de reoxigenação da política e do meu partido”, disse.

VEREADOR DE OPOSIÇÃO
Deolindo destaca que sua relação com o prefeito Firmino Filho (PSDB) é de “muito respeito”, diz que o tucano fez uma gestão “dentro da razoabilidade” e lembra que opositores também precisam ter bom senso. O jovem afirma que projetos e discussões de interesse do povo terão seu apoio, independentemente de ser oposição.

“As pessoas já se cansaram dessa oposição que contesta por contestar, faz disputa por fazer disputa e faz debate agressivo. Quero fazer uma oposição responsável e que pense no povo. A população confiou a mim um mandato para eu defender aquilo que ela considera importante e não para fazer picuinha. Quero ter a capacidade de dialogar com todos os setores”, afirmou.

PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
O petista afirma que seu partido está conversando com o tucano Jeová Alencar, nome favorito para comandar a mesa diretora da Câmara. Segundo ele, as próprias articulações com um candidato da situação já demonstram a ideia do diálogo que pretende defender na Casa.

“Ele foi o vereador mais bem votado na eleição municipal. É da base da prefeitura, mas eu acho que isso é menor aqui dentro da Câmara, pelo menos foi isso que avaliamos. Nós estamos dialogando com ele nesse sentido. Claro que essas coisas as vezes mudam até em cima da hora, mas até o momento quem nos chamou para dialogar e com quem nós estamos nos afinando é o vereador Jeová”, revelou garantindo que seus padrinhos políticos no PT não devem se opor.

RENOVAR O PT
Filiado ao partido desde os 19 anos, Deolindo é categórico ao reconhecer que o PT precisa passar por uma renovação em seus quadros. Disse que jamais pensou em sair do partido, mesmo ele vivendo seu pior momento, e afirma que seria covardia deixar a sigla por conta do atual cenário.

“Eu acho que o PT precisa de reoxigenação. Ele ainda é a grande referência da esquerda nesse país e transformou a vida de milhões de brasileiros. Todo lugar tem gente boa e ruim, é assim na igreja e até na família da gente. Eu sempre busquei estar próximo daqueles que são bons. Hoje temos, dentro do PT, um pacto de reoxigenação e por isso apostamos na juventude”, falou.

Questionado sobre a aliança de partidos de esquerda com partidos de direita, a exemplo do PCdoB, que esteve no mesmo palanque do PSDB e do PMDB em Teresina, Deolindo foi cauteloso ao responder. “Eu vejo que todos os partidos têm sua independência. Acho que o PCdoB tem o direito dialogar com quem ele quiser. Dialogar é a palavra”, encerrou.