Um grupo de moradores das 3 mil famílias que devem ser removidas para ampliação do Parque Lagoas do Norte, protestou durante a visita do ministro da Saúde, Ricardo Barros, a Teresina, na manhã desta sexta-feira (08). Com palavras de ordem contra o prefeito Firmino Filho (PSDB) e o senador Ciro Nogueira (PP), eles afirmam que não pretendem deixar as casas ondem moram.

O ministro chegou acompanhado de Ciro e Firmino no parque Lagoas do Norte. Ele foi participar do lançamento do programa Dia “D” de Combate à Dengue. Visitou duas casas próximas ao parque, orientando os moradores sobre a necessidade do combate ao mosquito, mas foi surpreendido com o protesto de um pequeno grupo no local.

As famílias afirmam que a prefeitura tem ignorado os morados e evitado o diálogo sobre as desapropriações. De acordo com Izabel Jardim, que tem uma casa no local, a população não aceita a proposta feita pela prefeitura. Segundo ela, os morados sairão prejudicados.

“Eles querem nos levar para lugares horrorosos como o Torquato Neto. Não há um diálogo. Tudo é feito de forma arbitrária. São 3 mil famílias que perderão suas casas. Eles estão com a estratégia de negociar com cada família em separado porque sabem que as pessoas não têm assessoria jurídica. Evitam dialogar com o grupo que seria mais forte”, declarou.

O prefeito Firmino Filho afirma que o diálogo vem sendo feito. Segundo ele, a retirada das famílias é necessária por questão de segurança. Ele afirma que a área é de risco de alagamento e as famílias serão levadas para uma região mais segura.

“Essa é uma questão de natureza técnica. A prefeitura de Teresina contratou equipe especializada em segurança para saber efetivamente se na localidade onde estas famílias estão existe segurança. Não é uma questão de vontade individual, mas de natureza técnica. Isso coloca em risco a vida das pessoas que lá moram. Sabemos que a zona Norte é muito baixa e sofre com inundações dos rios, como das chuvas através das lagoas. Ao longo do tempo foram feitas obras como o dique, mas mesmo assim esse dique não garante segurança 100%”, declarou.

As famílias querem ficar e pedem melhorias de infraestrutura para o local. Firmino diz que legalizar as moradias seria irresponsabilidade da prefeitura.

“É necessário fazer estudos para saber se efetivamente existe segurança. Seria irresponsabilidade da prefeitura legalizar moradia de uma área em risco. Isso pode comprometer todo o futuro dessas famílias. Temos a responsabilidade de buscar um estudo para saber o que é melhor”, afirmou.