WELLINGTON SUSPEITA DE TENTATIVA DE INTERVENÇÃO

Wellington desconfia de tentativa de golpe (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), desconfia que existem setores interessados em provocar um caos social no Brasil para conseguirem uma desculpa e declararem Estado de Sítio no país. Para o petista, é preciso ficar atento a uma provável tentativa de intervenção militar. Ele não citou nomes, mas a desconfiança é com pessoas do Governo Federal.

Em um entrevista concedida ao deputado estadual Fábio Novo (PT) em live no Instagram na noite da quinta-feira (2), Wellington lembrou que ditadores usaram a crise do novo coronavírus para fazer Estado de Sítio em seus países. Ele avalia que a falta de exames suficientes, a falta de proteção das empresas e a inércia em garantir comida para todos pode ser uma estratégia.

"A quem interessa o caos? A mim, parece que a todo tempo estão querendo levar o Brasil para o caos. Porque se eu não faço os exames, se eu não cuido de quem precisa, se não protejo com EPI, se não boto comida na mesa das pessoas e não protejo as empresas, é claro que isso vai levar a uma convulsão social. Convulsão social é pessoas fazendo movimentos fora da lei. É disso que se trata. Se eu tenho convulsão social no país alguém vai me dizer que vai ter que fazer Estado de Sítio. Uma intervenção. Alguns ditadores aproveitaram o coronavírus para fazer Estado de Sítio. Nós temos que atuar na defesa da Democracia.", alertou o governador.

Wellington disse que já conversou com vários líderes, inclusive ex-presidentes da República. Segundo ele, todos têm a mesma desconfiança e defendem a necessidade de atuar em duas frentes nesse momento de crise: a proteção do povo e da democracia brasileira. 

"Tenho conversado com líderes do Brasil inteiro. Tenho ligado para ex-presidentes da República, para os presidentes da Câmara e do Senado, políticos de diferentes partidos. Eles disseram que compreendem do jeito que eu compreendo. Que a gente precisa sim ter um olhar para a Democracia. Que temos que fazer acontecer rápido aquilo que foi prometido, aquilo que já foi aprovado. Que temos que ter mais exames rápidos. É o Brasil e a vida em primeiro lugar", falou.

ESTADO DE SÍTIO

O site Brasil Escola descreve o Estado de Sítio como instrumento burocrático e político em que o chefe de Estado – que, no Brasil, é o(a) Presidente da República – suspende por um período temporário a atuação dos Poderes Legislativo (deputados e senadores) e Judiciário. Trata-se de um recurso emergencial que não pode ser utilizado para fins pessoais ou de disputa pelo poder, mas apenas para agilizar as ações governamentais em períodos de grande urgência e necessidade de eficiência do Estado.

A forma como o Estado de Sítio funciona depende muito da legislação constitucional que cada país possui. No Brasil e na maioria dos países, o Estado de Sítio possui uma duração limitada – aqui, de 30 dias – e só pode ser estendido em casos de guerra, tendo duração enquanto essa perdurar ou manter-se plenamente ativa. Na Constituição Federal (CF), o funcionamento do Estado de Sítio está fundamentado nos artigos 137 a 141. 

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