A ida dos deputados estaduais Nerinho (PTB) e Franzé Silva (PT) para secretarias no Governo do Piauí abriu vaga para as suplentes Liziê Coelho (MDB) e Jôve Oliveira (PTB) na Assembleia Legislativa do Piauí. Jôve ficou na 10ª suplência da coligação governista ao obter apenas 14.199 votos nas eleições de 2018. Oficialmente, ela é hoje a 9ª suplente na Casa, já que o primeiro suplente Bessah (PP) foi efetivado após a morte do deputado Fernando Monteiro.
No Piauí, ser suplente é uma condição bastante vantajosa se o sujeito for da coligação governista. Às vezes, embora mais raro, até nomes que eram de coligações adversárias ao governo podem tirar vantagem, como é o caso dos que se aliam à gestão após as eleições.
Nesta década, a farra dos suplentes passou a ser comum na Assembleia Legislativa do Piauí. Quase sempre, os objetivos do governador ao abrir vaga para quem não foi eleito são claros: acomodar aliados, garantir uma Assembleia obediente e, às vezes, formar novas alianças.
Na legislatura anterior, a quantidade de suplentes convocados ao longo dos quatro anos chegou a 15, número que representa metade da composição do Parlamento Estadual. Cada suplente é mais gasto para o Estado e o cidadão piauiense é obrigado a pagar a conta. Na prática, a Assembleia praticamente paga dois deputados: o titular que sai e o suplente que assume.
Com a posse de Jôve Oliveira, o próximo da fila é o jovem Floro Mauel, ex-PC do B e hoje no PDT. Ele teve 7.249 votos nas eleições de 2018 e ficou na 11ª suplência da coligação de partidos que apoiou o governador Wellington Dias. Se considerarmos que a atual legislatura não chegou nem a metade, Floro tem motivos de sobra para sonhar com o dia da sua posse na Assembleia.
Além disso, dois deputados titulares disputam mandatos de prefeito este ano. Fábio Novo (PT) em Teresina e Dr. Hélio (PL) em Parnaíba. A tarefa deles na eleição é muito árdua, mas se algum se tornar prefeito, mais vagas deverão ser abertas na Assembleia. E mais: a própria Jôve, recém-empossada, se ganhar a eleição em Piripiri, abrirá vaga para outro suplente.
No ritmo que vai, o piauiense ainda poderá ver a posse de deputados estaduais que não tiveram sequer 5 mil votos. Por incrível que pareça, não está longe disso acontecer. Se Wellington Dias mantiver os atuais suplentes e chamar pelo menos outros três, essa situação se tornará realidade. Está perto de termos deputado de 4 mil votos na Assembleia.
Para um governador que chamou nove suplentes em um ano e oito meses sem nenhuma cerimônia, não é difícil acreditar que ele vai chamar mais três nos próximos dois anos e quatro meses. Pela sequência, os próximos da fila são Floro Mauel (PDT), Joãozinho da Unimagem (PRTB) e o vereador de Floriano, Bilú (MDB), que teve apenas 4.238 nas eleições de 2018.
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