OPERAÇÃO DO GAECO E AS ‘COINCIDÊNCIAS’ NO MÉDIO PARNAÍBA

Gaeco investiga prefeitos suspeitos de liderar esquema criminoso (Foto: Divulgação/Gaeco)

A operação IBI CLAUSUS deflagrada na quinta-feira (8) pelo Gaeco em cidades do médio Parnaíba mira principalmente os prefeitos de Passagem Franca do Piauí, Raislan Farias (Progressistas), e de Agricolândia, Walter Alencar (Progressistas). 

A investigação aponta que os dois gestores são suspeitos de liderar uma organização criminosa que age, além das duas cidades que eles governam, em outros municípios da região, dentre eles Barro Duro e Lagoinha do Piauí. E é justamente aí onde mora uma coincidência. 

Passagem Franca, Agricolândia, Lagoinha e Barro Duro protagonizam um estranho cruzamento político familiar. O prefeito de Agricolândia, Walter Alencar, não pode mais disputar a reeleição e lançou a mulher Kelly Alencar (PTB) candidata a prefeita de Lagoinha, já que em Agricolândia ela não poderia se candidatar por ser sua esposa.

Mas, para manter o poder em Agricolândia, ele lançou o sobrinho Italo Alencar (MDB) para o cargo de prefeito. Com mulher e sobrinho disputando as duas prefeituras, ele tenta exercer influência política nos dois municípios, tanto em Lagoinha quanto em Agricolândia.

Gaeco fez buscas na prefeitura de Passagem Franca (Foto: Divulgação/Gaeco/MP-PI)

Já o irmão do prefeito Raislan Farias, de Passagem Franca, é candidato a vice-prefeito em Barro Duro. Frede Farias ainda ensaiou uma candidatura a prefeito, mas decidiu compor chapa e vai disputar a vice-prefeitura pelo PSL. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo Gaeco tanto em Barro Duro quanto em Passagem Franca.

Enquanto o irmão disputa a vice-prefeitura de Barro Duro, Raislan Farias lançou um sobrinho para tentar manter o poder em Passagem Franca. Lá, o candidato é Ramires Farias (Progressistas), mesmo partido do prefeito. O jovem foi secretário de Finanças da gestão do tio e tem exatamente o mesmo sobrenome de Raislan, Farias dos Santos.

O cruzamento familiar com candidaturas nas quatro cidades chama atenção quando se observa que, segundo o Gaeco, a organização criminosa agia em alguns municípios da região, inclusive nas quatro cidades onde as famílias dos alvos principais exercem influência política. A lei permite essa situação, mas, nesse caso, a coincidência se torna bastante curiosa.

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