O GOVERNO E A NOVA GESTÃO NA APPM: COMO SERÁ?

Gil sempre foi muito ligado ao governador (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Ao longo da gestão do prefeito Gil Carlos (PT) na presidência da Associação Piauiense de Municípios (APPM), uma parcela de prefeitos demonstrou insatisfação com o que taxavam de complacência da entidade em relação ao governo do Estado. Muitos gestores municipais avaliaram que Gil, bastante ligado ao governador Wellington Dias (PT) e a primeira-dama Rejane Dias (PT), teria deixado de defender com dureza alguns dos interesses dos municípios.

Questões graves como as que envolveram o transporte escolar, por exemplo, não teriam recebido da APPM uma cobrança merecida. Rejane Dias era secretária de Educação nesse período e enquanto milhares de estudantes ficavam meses sem transporte escolar nos municípios do interior, ela pouco teria sido pressionada pela entidade municipalista presidida por seu aliado. Gil é prefeito de São João do Piauí, terra natal da primeira-dama.

Nova diretoria da entidade foi empossada (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Na quinta-feira (10), o petista se despediu da presidência da APPM. Ele achou melhor não disputar a reeleição e apoiou a chapa única encabeçada por Jonas Moura (PSD) e Tairo Mesquita (PSB), presidente e vice-presidente, respectivamente. O PD questionou os dois se a postura da entidade será mais dura na hora de cobrar o governo estadual.

Tairo Mesquita, que impôs uma derrota a Wellington nas eleições de 2018 na cidade de Santo Inácio do Piauí, prometeu "ir pra cima" e disse que vai cobrar aquilo que é direito dos municípios. Na última eleição, ele apoiou o candidato Luciano Nunes (PSDB) para o governo e deu ao tucano 53,15% dos votos válidos contra 36,14% de Wellington Dias. Santo Inácio, no semiárido piauiense, foi um dos oito municípios do estado onde Wellington não venceu.

Tairo promete ser duro na cobrança (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

"Exatamente [vai ser diferente a postura]. Nós queremos apenas o que é de direito nosso. Fizemos a conciliação na eleição da APPM, mas o intuito é cobrar do governo do estado aquilo que for de direito dos municípios, independente de partido político. Nós vamos pra cima. O que for de interesse dos municípios nós vamos defender incansavelmente", avisou o vice-presidente que promete ser atuante e protagonista no cargo.

Já o novo presidente Jonas Moura, prefeito de Água Branca, não demonstrou a mesma firmeza do seu vice quando questionado sobre a forma de cobrar o governo. Segundo ele, a intenção é "consolidar ainda mais a parceria" com o Karnak. Ele destaca, no entanto, que a postura da APPM nesse nova gestão será pedir ao governador prioridade para os municípios.

O novo presidente da APPM, Jonas Moura (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

"A questão do relacionamento com o governo estadual, pelo contrário, nós queremos é consolidar ainda mais a parceria. O que nós vamos pedir para o nosso governador é uma prioridade para os municípios. Então vamos levantar todos os dados que nós temos, tudo que os municípios têm direito e sentar com o governador. Tenho certeza que pela sensibilidade que ele tem e pelo apoio fortíssimo que ele teve dos municípios, ele vai colocar a gente como prioridade nesse novo governo", falou.

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