“NÃO SERIA ÉTICO DA MINHA PARTE”

Deputada fala sobre mudança nas eleições 2020 (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

A deputada federal Margarete Coelho (Progressistas) afirmou na quinta-feira (25) em entrevista à rádio FM Cultura, de São Raimundo Nonato, que não seria ético da parte dela defender prorrogação de mandatos de prefeitos e vereadores. A ideia da prorrogação até 2022 é defendida pelo senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas.

Margarete destacou que tem uma irmã prefeita e por isso não considera ético defender que os atuais mandatos sejam prorrogados. A irmã a que ela se refere é Carmelita Castro (Progressistas), prefeita de São Raimundo Nonato, terra natal delas.

“Não seria eu, que tenho uma irmã gestora municipal, a defender isso. Acho que não seria nem ético da minha parte. Não seria nem ético. Se a matéria chegar ao plenário, diante da pandemia, nós, claro, considerando as regras sanitárias, votaríamos. Mas não me parece que essa matéria [da prorrogação de mandatos] chegue a plenário”, falou.

CENTRÃO QUER DERRUBAR ADIAMENTO

Apesar disso, Margarete avalia que a proposta aprovada no Senado que prorrogou o pleito para 15 de novembro terá dificuldade para prosperar na Câmara dos Deputados. Segundo ela, o adiamento por 40 dias vai é aumentar ainda mais o período de campanha, já que a pré-campanha está em andamento, o que exige contato entre candidatos e eleitores desde agora.

“Isso tem um potencial maior de disseminação do vírus do que o ato de votar em si. O hábito de votar nós podemos, primeiro: espalhar mais as urnas. Ao invés de colocar cinco, seis, dez urnas num colégio, bota uma ou duas. Espalhar para evitar aglomeração naquele espaço. O voto nessa eleição é muito rápido, são apenas dois votos e o eleitor vai levar poucos segundos para votar. A gente pode também ampliar o horário, que hoje é de 8h às 17h e ir de 7h às 22h, por exemplo. Então, seria mais fácil ter protocolos, controlar melhor a disseminação na data da votação do que durante a campanha. É isso que eu tenho ouvido na Câmara”, explicou.

A informação de Margarete bate com o que a imprensa nacional tem noticiado. Insatisfeito com o adiamento apenas por 40 dias e pela rejeição da prorrogação de mandatos, o Centrão articula para derrubar o adiamento na Câmara e deixar a data da eleição em 4 de outubro, mantendo o calendário original. Ciro Nogueira, um dos chefões do Centrão que defendia a prorrogação de mandatos, agora quer manter a data em 4 de outubro. Para ele, vale o ditado: "ou é 8 ou 80".

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