A relação entre o Progressistas do senador Ciro Nogueira e o governo de Wellington Dias (PT) deixou de ser harmoniosa desde 2016. Embora tenham mantido a aliança, já que um precisava do outro para a eleição de 2018, a convivência nunca foi amena nesses anos. Ao longo desse tempo, o rompimento só não aconteceu porque um necessitava do outro.

O vazamento de um áudio onde Ciro expõe aquilo que qualquer pessoa esperta já sabia, é apenas mais um capítulo desse casamento recheado de intrigas e desentendimentos. No entanto, dessa vez a situação parece ter ido um pouco mais longe. Ainda assim, um rompimento oficial é provável que não aconteça, mas a relação que já era ruim passa a ser de mais desconfiança. É uma relação de onça e bode: um descuido e alguém acaba devorado.

Aquela chapa majoritária de 2018, formada à base de balões e acordos não cumpridos, segue apenas o seu curso natural. Reeleito, Ciro está pouco se lixando para petistas, enquanto esses renovam a velha desconfiança com o senador, aliado que um dia taxaram de golpista e traidor. Regina Sousa disse que não é necessário comentar o tal áudio, pois ele já diz tudo.

Daquela chapa vitoriosa de 2018, o senador Marcelo Castro (MDB) é o único pacificado com os petistas e apontado por alguns como provável candidato de Wellington no distante 2022. Aliás, distante para nós, porque para eles já é quase amanhã. Esse pessoal não perde tempo.

De todo modo, ainda veremos outros capítulos da "convivência" dessa conturbada família. É uma família muito unida para desfrutar da máquina do governo, mas também muito ouriçada quando pensa em eleição. Essa é a realidade e não adianta dizer que não.