Na lista provisória dos gestores e ex-gestores públicos fichas-sujas divulgada na terça-feira (30) pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) estão alguns diretores de hospitais regionais. Um deles é Helder Meneses, atual diretor do Hospital Regional de Bom Jesus, a 632 km de Teresina.
Ele teve contas de gestão de 2017 julgadas irregulares pelo Tribunal. O julgamento ocorreu no dia 2 de outubro de 2019 e a decisão foi unânime.
O TCE-PI apontou uma série de problemas. Houve irregularidades em licitações, na contratação de pessoal, ausência de recolhimento do INSS de prestadores de serviço do hospital, atraso e ausência de documentos das prestações de contas mensais, pagamento de despesas de exercício anterior, irregularidades no pagamento de diárias e outras.
Segundo o TCE-PI, o diretor fez, inclusive, contratações de forma verbal, ou seja, contratos “de boca”. Helder é uma indicação do deputado estadual Fábio Novo (PT) para o cargo.
DESCASO NO HOSPITAL
No último fim de semana, o Hospital Regional de Bom Jesus ganhou destaque na imprensa por falta de oxigênio. Um paciente com Covid-19 teve que ser levado para São Raimundo Nonato, a 342 km de distância de lá, em busca de oxigênio e um leito de UTI.
Helder Meneses admitiu à TV Clube que houve atraso no fornecimento do produto no sábado (27), dia em que o paciente foi levado para São Raimundo. Segundo ele, a culpa foi do fornecedor. "Tivemos um atraso na entrega, mas em nenhum momento nós deixamos de dar assistência”, declarou.
Pacientes têm relatado que em alguns momentos chega a faltar insumos básicos no hospital, como analgésicos e até paracetamol. O diretor nega essas denúncias. O Hospital Regional de Bom Jesus é referência no atendimento para 22 cidades do extremo Sul do Piauí.
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