DESEMBARGADOR MUDA VOTO E JULGAMENTO É SUSPENSO

Julgamento foi suspenso após mudança de voto (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Faltava apenas o voto de desempate do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE) para que uma questão de ordem da defesa da prefeita de São Raimundo Nonato, Carmelita Castro, do vice-prefeito Beto Macedo, de três vereadores e do deputado estadual Hélio Isaías fosse rejeitada. Assim, o polêmico julgamento que pode confirmar a cassação da prefeita e deixar o deputado inelegível poderia, enfim, começar nesta segunda-feira (16).

O voto do desembargador Francisco Antônio Paes Landim, presidente do TRE-PI, durou cerca de uma hora. Após a longa argumentação, ele votou contra a questão de ordem para unificar uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), já extinta sem resolução do mérito pelo juiz de primeira instância, com a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) em discussão no Tribunal. 

Com o 4 a 3 contra a questão de ordem, estava tudo pronto, à priori, para o julgamento começar após meses de supostas manobras que levam aos repetidos adiamentos.

Mas, para surpresa de todos, o desembargador Fernando Lopes mudou o voto. Em poucos segundos, ele justificou apenas que refletiu após o voto que deu na terça-feira (10) e decidiu mudar de entendimento. Com isso, o julgamento de Carmelita Castro, Hélio Isaías, do vice-prefeito e de três vereadores está suspenso e sem data para acontecer. O caso de São Raimundo Nonato tem chamado atenção nas últimas semanas em todo o Estado do Piauí.

Desembargador Fernando Lopes mudou voto (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Antes da mudança surpresa de Fernando Lopes, o presidente da Corte lembrou que se trata de um processo referente às eleições municipais de 2016, em que os réus estão concluindo os mandatos sem que os supostos crimes eleitorais atribuídos a eles sejam julgados.

Diferente do colega, Fernando Lopes aparentemente não demonstra preocupação com o tempo. Ao mudar o voto, ele fez com que o processo continue se arrastando sem julgamento no TRE-PI. A parte autora da ação alega que a demora é justamente o que a defesa dos réus mais quer. 

O processo já está se tornando um case de enrolação na Justiça Eleitoral do Piauí. 

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