A PM NÃO QUER CEDER

por Francicleiton Cardoso e Marcos Melo

Não vai ser fácil para o Governo do Estado pular essa fogueira. Os militares bateram o pé e recusaram, mais uma vez, acordo de parcelamento de reajuste salarial. A oferta de escalonamento chegou a cair pela metade, de quatro para duas parcelas, mas os representantes dos militares não cederam. Juntamente com o comandante Carlos Augusto, as associações militares sentaram à mesa com o secretário de Administração Franzé Silva, chegaram a reconhecer as dificuldades do Estado, mas não abriram mão de seus direitos.

Franzé afirma que é impossível para o Estado  arcar com todos os reajustes do funcionalismo de uma só vez  neste momento (foto: Jailson Soares / PoliticaDinamica.com)

Os problemas relacionados à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) têm feito o governador repensar a forma como novos investimentos e acréscimos de salários deverão acontecer no seu mandato. "Eles entendem nosso lado, mas como é a última parcela de um antigo escalonamento deles, os policiais militares não querem ceder", lamentou o secretário à reportagem do Política Dinâmica, logo após o encontro com a categoria. 

ENCONTRO COM O GOVERNADOR

Os militares já haviam marcado previamente um encontro com o próprio governador Wellington Dias e decidiram não aceitar nenhuma proposta antes de saber o que o governador vai falar. Esse novo encontro está marcado para o sábado, dia 16. Mas diante dos números, não deve haver oferta melhor. 

Neste ano, várias classes deverão se readequar dentro dos seus planos. Isso implica um impacto financeiro forte para o estado. De acordo com Franzé, parcelar em duas vezes ainda geraria um impacto, mas não demoraria tanto para a resolução do problema. Mais cedo, em entrevista ao Bancada Piauí, da Tv Antena 10, Franzé explicou o lado do Governo do Estado. O vídeo da entrevista segue abaixo:

NO LIMITE

De acordo com os dados da SEAD, somente neste mês de maio, 7 categorias de servidores tem reajuste previsto de acordo anteriores. os policiais civis, os militares, os agentes penitenciários, os servidores da UESPI, os peritos criminais e os funcionários do Detran. Em agosto, é a vez de outras duas classes: auditores fiscais e auditores governamentais. E, em novembro, outra vez os militares. 

"Desse impacto de R$ 16 milhões, o Estado não consegue arcar com mais do que a metade. E o reajuste dos policiais é exatamente isso, pouco mais de R$ 7 milhões", explica Franzé. A matemática para o governo é simples: se pagar tudo aos militares, outras 8 categorias ficam sem receber nada.

Franzé Silva, no entanto, acredita que as medidas não precisam ser tão duras quando se trata dos planos de cargos e carreiras, e defende o parcelamento em apenas duas vezes, enquanto que o governador cogita a possibilidade de o pagamento acontecer em quatro parcelas.

“O parcelamento tem que entrar no ano que vem mesmo. Mas eu estou tentando negociar com o governador, até coloquei como alternativa ontem, mas ainda não sentei com ele, que é de a gente colocar metade esse ano e metade no início do próximo ano, em vez de fazer em quatro vezes que só iria terminar em novembro do próximo ano. A gente pagaria metade em maio e a outra metade de fevereiro”, explica Franzé.

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