Por Ananda Oliveira

O governador Wellington Dias (PT) participou do evento de lançamento do Podemos no Piauí e destacou que, para ele, é importante o fortalecimento do partido que se define como um movimento no Piauí. Na ocasião ele falou também da crise econômica, da previdência e dos altos índices de desemprego. “Não é brincadeira”, falou.

Em seu discurso na abertura do evento, o petista tentou neutralizar as críticas da oposição, de certa forma baixando a guarda diante delas. O deputado estadual Robert Rios (PDT) afirmou que o governador se diz aberto ao diálogo, mas ao mesmo tempo não viabiliza essa conversa.

Wellington reconheceu, de certa forma, as críticas direcionadas a ele com relação à reforma político-administrativa do início do ano. Apesar de não se eximir da culpa, ele direcionou seus comentários para a classe política de uma forma geral, que estaria segundo ele “centrada em uma pauta de sobrevivência”.

“[Ouvir as demandas da população] é onde os partidos nesse instante têm mais problemas. Estamos muito centrados em uma pauta de sobrevivência, defensiva, em uma pauta pra tentar encontrar eixos para as próprias regras para os partidos, para as eleições e uma dedicação, diria, menor do que o necessário para a pauta do povo. Mais do que nunca é preciso a gente ter esse olhar para a pauta da população”, assinalou.

Dias também disse que está aberto a conversar com a oposição. No evento estavam presentes nomes da oposição, como o próprio deputado estadual Robert Rios, e outros que não querem aliança do Podemos com PT de Wellington, como é o caso do senador e presidenciável Álvaro Dias, que disse que esse cenário é "quase impossível".

“É preciso ter as instituições funcionando. Eu defendo que tem que ter uma hora pra sentar [e conversar com a oposição]. O meu querido Robert [Rios, deputado do PDT], eu tenho todo o prazer [em conversar], porque hoje eu estou governador, com mandato até 31 de dezembro do próximo ano, mas qualquer um que estiver nessa atividade tem que se somar. Não há uma receita pronta e há necessidade da gente trabalhar junto”, afirmou.

PODEMOS NO BRASIL E NA ESPANHA
O governador relatou que esteve na Espanha no auge da campanha e nas origens desse movimento, onde em um evento sobre energia eólica teve a oportunidade de conversar com líderes do Podemos espanhol.

Um fato curioso é que a agremiação espanhola tem críticas ao seu homônimo brasileiro. Segundo reportado pela Gazeta do Povo em julho deste ano, o deputado espanhol Rafa Mayoral, do Podemos daquele país, disse que não tem ligações com a legenda de Álvaro Dias. Mayoral também chamou os integrantes brasileiros de “amigos do Temer”. Na Espanha, o partido defende ideias de esquerda.