TERESINA: A SAÚDE PODE ENTRAR EM COLAPSO

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pode entrar em colapso na cidade de Teresina. Denúncias de funcionários e do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Piauí mostram que mais de 50% da frota de ambulâncias está inoperante e estão faltando veículos para atender a população. Até agora o prefeito de Teresina, Doutor Pessoa (Republicanos), e o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), doutor Gilberto Albuquerque, não conseguiram resolver o problema da Saúde na capital e olha que ambos são médicos. 

Ambos os gestores são médicos e, mesmo assim, não conseguiram resolver os problemas na área da Saúde em Teresina (foto: Jailson Soares/ PD)

Na manhã da última segunda-feira (17/10), um motociclista ficou ferido após bater em um buraco e cair do seu veículo na avenida Josué de Moura Santos, região do bairro Pedra Mole. O acidente aconteceu por volta das 6h da manhã e, apesar, das insistentes ligações de populares e familiares da vítima para o SAMU, foram informados que não havia ambulâncias disponíveis para o atendimento. Somente às 9h, quase 3 horas após o acidente, motolâncias do SAMU conseguiram fazer o primeiro atendimento à vítima.

CRM FLAGOU AMBULÂNCIAS QUEBRADAS

Uma fiscalização realizada pelo CRM na última quinta-feira (13/10) no Samu Teresina mostrou que o problema é ainda maior. O Departamento de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina flagrou várias ambulâncias quebradas. Das oito viaturas de suporte básico, apenas quatro estavam em funcionamento. Das quatro motolâncias, apenas duas estavam em funcionamento no momento da vistoria realizada pelo médico fiscal do CRM-PI, Dr. Juarez Holanda. As três unidades de ambulâncias avançadas estavam funcionando, mas dito que pela manhã só havia duas em funcionamento, porque uma estava na oficina mecânica.

Fiscalização do CRM apontou várias irregularidades no SAMU de Teresina (foto: ascom)

Segundo os próprios funcionários, as ambulâncias apresentam quebras frequentes de forma que a frota circulante é extremamente variável. No momento da fiscalização, havia ambulâncias paradas no pátio da sede do Serviço por estarem quebradas.

Na semana passada, por exemplo, das oito USBS (unidades de suporte básico) chegou a acontecer de apenas duas funcionarem, e das três viaturas avançadas apenas uma em circulação”, disse Juarez sobre relatos das equipes do SAMU.

FUNCIONÁRIOS DORMINDO NO CHÃO

Como é feito remanejamento de equipes das bases descentralizadas – que ficam nos bairros para diminuir tempo resposta – para a sede para revezamento nas ambulâncias, ocorre que a sede do serviço fica com pessoas demais para um pequeno espaço físico de forma que, às vezes, há funcionários que dormem no chão.

Para o CRM-PI, a situação precisa ser regularizada pela Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS), pois a redução da frota do SAMU prejudica os atendimentos de urgências, com o tempo maior de espera da população por atendimentos, de forma que a fila de espera aumenta e coloca em risco a vida das pessoas que precisam do serviço.

Quanto aos equipamentos, como monitor, oxímetro, ventilador portátil e medicamentos, o Dr. Juarez informou que se encontravam regulares.

PREFEITURA SERÁ NOTIFICADA PELO CRM

O CRM-PI irá notificar o SAMU, a FMS, por meio de relatório, apontando as irregularidades, e também comunicará o Ministério Público Estadual para que fique ciente e, se necessário, instaure um procedimento administrativo, para que o problema possa ser regularizado o quanto antes.

MP TEM SE PREOCUPADO COM A CRISE NA SAÚDE DE TERESINA

A situação é um retrato da atuação situação do setor da Saúde no município de Teresina. Há alguns meses, a Fundação Municipal de Saúde foi a mídia revelar que havia o risco de faltar insumos básicos como soro fisiológico e dipirona nos hospitais municipais, supostamente, por dificuldades na aquisição destes produtos. O anúncio do gestor da FMS, doutor Gilberto Albuquerque, fez o promotor Eny Marcos Vieira Ponte, realizar uma audiência pública para cobrar explicações sobre o ocorrido (Veja matéria!).

Por falta de respostas da FMS, promotor Eny Pontes disse que iria judicializar denúncias contra a FMS (foto: Jailson Soares / PD)

Outra audiência mais recente, realizada pelo MP, cobrou da Prefeitura de Teresina a falta de bolsas de colostomia e urostomia que são fornecidas pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), por meio do Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo (CISLA). Em outra situação, o MP cobrou da Prefeitura o fornecimento mais regular de psicofármacos, mais conhecidos como remédios controlados, o MP quer que a FMS tenha um controle mais efetivo e rigoroso desse tipo de medicamento. 

Os problemas na Saúde do município também foram motivos de audiência na Câmara, porém, por ter maioria de parlamentares em sua base, até agora não se viu ações mais enérgicas dos vereadores que deveriam fiscalizar com maior rigor a ingerência da Prefeitura. (Veja matéria!

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