por Lídia Brito

A vereadora Teresa Britto (PV) usou a tribuna da Câmara de Vereadores na manhã desta quarta-feira (11) para denunciar que foi vítima de coação e assédio por ter denunciado possíveis maus-tratos a animais no Parque de Exposição Dirceu Arcoverde, em Teresina. Ela afirma que foi vítima de palavras de baixo escalão.

Teresa informou que registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) na Delegacia Geral e encaminhou as provas dos possíveis maus-tratos ao Ministério Público do Estado. Teresa denuncia que sofreu tentativa de coação por parte do suplente de vereador, Samuel Silveira (PMDB).

“Ele passou o dia aqui na Câmara com uma postura muito estranha. Ficou me encarando e debochando. Fui falar com ele e perguntar porque agia daquela forma e ele de forma debochada disse que eu pensasse e agisse como quisesse. Depois da sessão fui a uma rádio e ele tentou invadir o estúdio, mas foi contido pelos funcionários”, declarou.

De acordo com a vereadora, os vídeos e provas levantadas comprovam que os animais sofrem maus-tratos no local. “Ao visitarmos o parque, encontramos os animais em estado gravíssimo, crimes constatados de maus-tratos aos animais. Por isso, estamos aqui para pedir a interdição da pista de vaquejada e a denúncia dos crimes praticados contra esses animais”, disse.

FOI CRITICADA

A manifestação da vereadora do PV causou indignação nos demais vereadores. Ela foi acusada de tentar se vitimizar pelos demais parlamentares. “Todo voto tem uma reação. Agora não se precisa fazer de vítima para chamar a atenção”, disse Graça Amorim.

Durante a audiência, presidente da Associação dos Vaqueiros Amadores do Piauí (AVAPI), Ravid Lages,afirmou que a parlamentar faltou com a verdade. “Denuncia infundada. Para fazer denúncias de maus-tratos você precisa ter conhecimento de causa da vida do animal. Ela não conhece como se tratar um boi. O caso é que as vezes quando o animal encontra-se ferido é preciso amarra-lo para que ele possa ser contido. É uma técnica de contenção e ela não entende. Ela pegou um caso isolado para colocar como geral”, explicou. 

SAMUEL NEGA COAÇÃO

O suplente de vereador Samuel Oliveira (PMDB) negou que tenha tentado coagir a vereadora. Ao Política Dinâmica, ele explicou que acompanhou a discussão por ser membro da AVAPI e recomendou que a vereadora buscasse os meios legais. Samuel afirma que Teresa Britto usa de demagogia para tentar se vitimar por ter sido minoria na discussão e não ter recebido o apoio dos demais parlamentares.

“A vereadora deveria criar uma lei em que fosse proibido discordar dela. Com essa lei todos que tentassem discordar dela seriam acusados de coação. A única coisa que eu fiz foi discordar dele, se isso for coação eu não sabia. O problema é que ela tentou cria a imagem que a AVAPI é criminosa e outros vereadores não compraram e ela ficou nervosa com isso. Essa declaração é demagogia”, disse.

Sobre ter tentado invadir o estúdio da rádio em que a vereadora concedia entrevista, Samuel explicou que tentou participar do debate, mas que falou por meio do telefone. “Tentamos participar do debate pelo estúdio, mas como foi possível falamos pelo telefone. Não vejo nenhum tipo de coação. Quero que ela explique como eu a coagi. Agora vamos pedir o pronunciamento dela na Câmara e ela vai ter que provar o que disse”, afirmou.