por Maura Vitória e Marcos Melo
Para o turismo, crescer na crise é um desafio exponencial. Para o turismo do Piauí crescer na crise, os obstáculos são ainda maiores. Com o litoral vivendo um momento de redescoberta e a tradicional "migração" interna proporcionada pelo período de férias às vésperas de acontecer, resta apenas, ao Governo do Estado -- sem previsão de novos investimentos -- planejar o melhor aproveitamento do que está disponível. Sob coordenação da Secretaria de Turismo uma reunião feita na manhã de hoje (16) focou os esforços na garantia de abastecimento de água e energia, além de segurança para os turistas que estarão no litoral piauiense nas próximas semanas.
O secretário Flávio Nogueira (PDT) garantiu que água e energia não serão problema, mesmo com uma enorme e nova demanda direcionada à Barra Grade. “Estamos trabalhando para que seja construída a adutora em Barra Grande porque temos um grande problema de água lá, muita gente não sabe mas as pousadas são abastecidas com carros pipas. Não é porque o Estado falhou, é porque não tem água. Você perfura o poço e a água é salobra. É mais de 60 km para água de Parnaíba chegar em Barra Grande e isso custa muito dinheiro,’’ afirmou Flavio Nogueira, sobre o futuro.
Voltando ao presente, representando a Agespisa, o superintendente de operações Moacyr Gaioso reforçou a fala do secretário quanto a preocupação com o abastecimento de água. “Nós estamos preparando uma manutenção preventiva que vai ocorrer semana que vem. Uma equipe vai fazer próxima semana uma manutenção em todos os equipamentos necessários para a produção de água para esse período e no mês de Julho vamos ter outra equipe daqui para dar suporte técnico junto com as equipes que já existem, naquela região,’’ declarou Moacyr.
OLHÔMETRO
Enquanto aumenta o número de voos com destino a Parnaíba, o Governo do Estado ainda trata o turismo de maneira amadora. Segundo o secretário Flávio Nogueira, o Estado não tem controle do número de turistas e o verdadeiro impacto que esse período tem na economia da região Norte e do Piauí como um todo. Consequentemente, o planejamento estratégico de suas ações fica comprometido. Ele afirma que a falta de uma base de dados científica é uma falha que já se arrasta há décadas. "É tudo na base do olhômetro", resume o secretário que não quer depender só da vista no ano que vem.
EVENTOS CULTURAIS
Quanto à Fundação Cultural do Piauí (Fundac), nenhum planejamento está sendo preparando, a não ser o que já foi realizado ano passado, mas como essa ainda é a primeira de outras reuniões com o secretário, Assis Bezerra, coordenador de projetos da Fundação, garante que irá trabalhar junto para suprir as necessidades e direcionar essa questão das férias que deve iniciar na segunda quinzena do mês de Julho.
A Fundac passa por um momento delicado de incertezas porque até agora não foi decidido quem realmente vai assumir a presidência da casa e já no início do próximo mês, deve se iniciar os Folguedos, ainda sem local definido. “Os Folguedos dependem na maior parte do apoio do Governo do Estado, mas nós não estamos investindo o quanto queríamos porque geralmente custa 1 milhão e 900 mil reais e estamos recebendo o valor muito abaixo do esperado,’’ declarou Assis Bezerra.
Apesar da crise, a SETUR garante que a programação das férias não vai ser afetada porque nada está sendo feito para ser caro. "É trabalhar com o que nós temos. O povo também tem que se divertir. A gente faz o possível pra que não seja nada caro mas não pode o povo também ficar sem opção de lazer,’’ finaliza o secretário Flavio Nogueira.
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