Após anunciar o rompimento político como prefeito de Teresina, Doutor Pessoa (Republicanos), o vice-prefeito da capital, Robert Rios, esteve nessa quinta-feira (26) na Câmara de Vereadores para protocolar um pedido de investigação contra a Prefeitura de Teresina. 

Segundo o vice, várias irregularidades na gestão de Pessoa o estão afastando da PMT, a principal delas: o pagamento de R$ 86 milhões pela Fundação Municipal de Saúde sem o devido empenho. 

Questionado se havia provas de crimes -- e quem seriam os criminosos --, Robert foi Robert: falou muito, não acusou ninguém nominalmente e não provou nada, até agora.

O artigo 41 do Código de Processo Penal que diz que “a denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”, o que até agora não foi apresentado por Robert. 

Delegado aposentado da Polícia Federal, o vice sabe que apenas jogou suposições para a platéia. 

Em todas as suas falas sobre as denúncias, o vice-prefeito disse que tinha encontrado apenas indícios de crime, atribuindo à terceiros (Câmara/Polícia Federal/ Ministério Público) a responsabilidade de apurar e buscar a produção de provas sobre as possíveis irregularidades cometidas na Prefeitura. 

Enquanto isso, nos bastidores, espalha que tem tudo guardado a sete chaves e "na hora certa" vai expor. 

Esse comportamento, sim, se assemelha a conduta criminosa. Provas de ilícitos, se existem, deveriam ser divulgadas imediatamente. Ter posse disso, espalhar e prometer pro futuro é tudo, menos o correto.

VEREADORES

O presidente da Câmara, vereador Enzo Samuel (PDT), destacou que recebeu o relatório da auditoria com supostos indícios, mas é preciso avaliar melhor para qualquer comentário. “Vamos encaminhar para Procuradoria para que nos der um embasamento das denúncias apresentadas. Vamos dialogar, também, com os órgãos que o vice-prefeito disse ter apresentado as denúncias. Vamos convocar uma reunião dos vereadores para avaliar a necessidade de montagem de uma comissão ou não e, a gente, começar a aprofundar nas análises desse documento para tomar as medidas cabíveis necessárias. Como ele mesmo disse, foi apresentado apenas indícios, mas que precisam ser analisados e é o que vamos fazer de forma bem responsável. É prematuro falar qualquer passo agora”, destacou Enzo.