RAFAEL FONTELES: PARA O PIAUÍ, REFORMA DA PREVIDÊNCIA É “FACA DE DOIS GUMES”

Rafael Fonteles defende ajustes apenas no regime próprio da Previdência (Foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

As discussões em torno da reforma da Previdência seguem, com a comissão especial na Câmara dos Deputados e a CPI que deve ser instalada ainda esta semana. O governo tem realizado intensa campanha junto à sociedade para aceitação da proposta de emenda à Constituição.

Para a opinião pública, a reforma é apresentada como algo do qual não se pode fugir. Desde o dia 15, o governo federal vem defendendo na TV, por meio de peças publicitárias, a aprovação da reforma. Em uma das falas, afirma-se que o projeto “não é uma imposição, mas uma necessidade”.

Ao longo da exposição onde o secretário da Fazenda, Rafael Fonteles, apresentava o balanço das finanças no 3º quadrimestre de 2016 – durante audiência pública na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (21) – ele afirmou que um dos grandes problemas no Piauí hoje é o déficit da previdência. Questionado pela reportagem do Política Dinâmica se a reforma da Previdência seria, então, algo saudável para o Piauí, de modo a impactar positivamente as contas públicas, ele afirma que vai depender da forma como ela será aprovada, caso seja.

“Ao mesmo tempo que ela pode corrigir alguns problemas previdenciários, pode gerar uma perda de benefícios para os piauienses. Isso pode ser ruim para a economia do Piauí. Boa parte, cerca de 20 ou 25% da população, depende das aposentadorias. Um prejuízo para essas pessoas significa um prejuízo para a economia do Piauí. É uma faca de dois gumes”, pontua Fonteles.

O que o secretário defende a realização de ajustes, mas nos regimes próprios de previdência (referente aos estados e municípios) e não no regime geral (referente à União).

“Se você mexer nas aposentadorias rurais... Quantos trabalhadores do Piauí recebem aposentadoria rural? Se tiverem perdas de benefícios, vai prejudicar a economia, vai ser um dinheiro que vai deixar de circular aqui”, finaliza o secretário.

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