PRIMA DE REJANE RECEBEU R$ 850 MIL

Pauliana Ribeiro: pedido de prisão da prima de Rejane Dias já está no TRF1 (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Ela ocupou o cargo de superintendente de Gestão da Secretaria de Educação em 2015. Saiu do cargo que seria ocupado em seguida por Helder Jacobina, mas continuou comissionada na SEDUC. Segundo o pedido de prisão do Ministério Público Federal, Pauliana Ribeiro Amorim, prima da deputada federal Rejane Dias (PT) recebeu R$ 850 mil em propina para fraudar licitações.

O pagamento teria sido efetuado por Luiz Carlos Magno Silva -- tido pela Polícia Federal como chefe da esfera privada da organização criminosa -- por meio de uma transferência de propriedade de imóvel. Pelo parentesco, cargo e companhia, Pauliana, à época, tinha bastante influência na SEDUC.

TEM MAIS GENTE PRA SER PRESA

O Ministério Público Federal justifica o pedido de prisão alegando que os atos de fraude, superfaturamento, lavagem de dinheiro e ocultação de bens continuam a acontecer, mesmo depois de duas fases deflagradas da Operação Topique. O MPF quer, também, a prisão do advogado Helder Jacobina -- que teria recebido pelo menos R$ 1 milhão em propina --; do empresário Luiz Carlos; do tenente-coronel Ronald Moura -- que era coordenador de transporte escolar durante a gestão de Rejane Dias --; e de um intermediário e articulador do esquema, Stênio Dias de Negreiros Leite.

Em 2018, Pauliana Ribeiro Amorim chegou a ser cogitada para a primeira suplência do senador Marcelo Castro (MDB), numa indicação que seria de Wellington e Rejane Dias, mas a vaga ficou com a petista Rosário Biserra (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Diz ainda o pedido do MPF que o pedido de prisão deve ser deferido em razão da patente constatação de persistência dos crimes apurados (garantia da ordem pública e ordem econômica), bem assim dos demais delitos decorrentes das fraudes licitatórias (lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores), que causam prejuízo milionário e de difícil reparação para o erário e, consequentemente, para sociedade.

Trecho do pedido de prisão enviado pelo MPF ao TRF1 (imagem: PoliticaDinamica.com)

A prisão destes investigados já havia sido solicitada pela Polícia Federal durante a segunda fase da Operação Topique, denominada Satélites. Mas 3ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Piauí, nos autos nº 25124-81.2019.4.01.4000/PI, indeferiu os pedidos de prisão preventiva dele e de outros investigados.

O novo pedido do MPF é assinado pela procuradora regional da República Michele Rangel Vollsted Bastos e enviado para o Tribunal Regional da 1a. Região, que busca reformar a decisão da 3a. Vara Federal, por entender que mesmo após a deflagração de duas fases da Operação Topique, os crimes persistem de maneira estruturada e contínua.

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