por Francicleiton Cardoso e Marcos Melo

O deputado federal Rodrigo Martins (PSB-PI), membro da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal, afirmou que a polêmica em torno do Projeto que regulamenta a terceirização, o PL 4.330/04, é uma maneira que o Partido dos Trabalhadores (PT) encontrou para tentar “tirar o foco dos escândalos e corrupção”, nas palavras do parlamentar. Ele é a favor do projeto e alega que o tema tem sido tratado de maneira distorcida pelos deputados da base do Governo Federal. 

“É preciso que primeiro a gente 'despolitize' essa questão da terceirização. O PT, com a sua administração desastrosa, está procurando alguma cortina de fumaça para tirar o foco de atenção dos escândalos e corrupções que cada dia aumentam", declarou Rodrigo sobre o polêmico projeto de lei. Segundo o deputado federal do Piauí, sua postura sempre foi em defesa do concurso público, mesmo tendo votado a favor do projeto. Ele explica que o PL da terceirização é necessária para regulamentar o setor e o trabalho dos terceirizados. "Eu questionei na reunião com o relator a presença das palavras ‘empresas públicas’ e ‘economias mistas’ e eu sempre fui defensor do concurso pública”, afirmou o deputado. Parte da entrevista de Rodrigo ao Política Dinâmica você confere no vídeo a seguir:

Rodrigo disse, ainda, repudiar o modo como pessoas ligadas ao PT e à Central Única dos Trabalhadores, a CUT, têm desvirtuado o tema e desinformado a população, mesmo sabendo que o tema beneficia milhões de trabalhadores.

MUDANÇA DE VOTO

Sobre a votação do projeto, Rodrigo esclareceu ainda o porquê de ter votado a favor em primeira instância e contra, logo depois. Para o parlamentar, não houve uma mudança de voto, mas uma avaliação de pontos específicos do projeto.

“Na Câmara Federal é diferente, é votado primeiro o texto original e eu votei a favor por eu acreditar que é preciso regulamentar o serviço terceirizado no Brasil, e em seguida eu votaria no destaque da emenda para retirar as expressões ‘empresas públicas’ e ‘economias mistas’. Eu não mudei de voto, eles juntaram vários termos e colocaram numa emenda só. Eu queria que fosse visto e mais discutidos os pontos separadamente, como não foi feito assim, eu votei contrário”, assegura Rodrigo.

A ementa a que Rodrigo se refere foi aprovada com apoio de partidos como, por exemplo, PSDB, PMDB, DEM, PSD e Solidariedade, entre outros; enquanto que PT, PCdoB, PSB, PV, PDT, Pros e Psol ficaram contrários à proposta.