PARA EDVALDO MOURA, ABSOLVIÇÃO DA CHAPA DILMA-TEMER NÃO ABALA CONFIANÇA NA JUSTIÇA ELEITORAL

O desembargador defende a liberdade dos magistrados nos votos e decisões (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

O desembargador Edvaldo Moura falou hoje (19) ao Política Dinâmica sobre a situação do Judiciário, em especial a Justiça Eleitoral, em meio a um cenário de descontentamento de uma parcela significativa da população com este poder. Após o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, sempre há mais gente se juntando ao coro dos descontentes com a justiça.

Questionado, Moura afirmou que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral não impactou a confiança na justiça eleitoral e a credibilidade do mesmo perante a opinião pública.

“Não abalou. Não abalou porque nós sabemos como fazemos, sabemos quais são os nossos objetivos e sabemos o que nos anima a realizar mais e melhor pelas eleições, querendo pessoas limpas e efetivamente comprometidas com os supremos interesses da nação”, disse em entrevista.

O desembargador também afirmou que não critica a decisão que foi tomada pela turma de ministros no julgamento que isentou a chapa, eleita em 2014. De forma firme, ele defendeu o poder judiciário e o direito de cada ministro votar como quiser. O relator do processo, ministro Herman Benjamin, afirmou que se recusava “ao papel de coveiro de prova viva”.

“Não critico decisão de ninguém. Cada um tem uma forma de decidir. Dizem que cada cabeça, uma sentença. Isso não nos causou nenhum abalo. Às vezes os mal intencionados dão uma versão diferente disso, daquilo, mas em verdade nós temos um compromisso e esse compromisso é com a pureza, a limpeza”, afirmou.

A PARCELA DE CULPA DO ELEITOR

Para o magistrado, o papel do eleitor é fundamental na forma como as eleições e o próprio sistema político são conduzidos no país.

“Talvez o principal responsável pelo que de ruim acontece no Brasil se chama eleitor. Eleitor que se deixa vender, eleitor que aceita qualquer tipo de troca. Dizem que no Piauí já trocaram voto até por sepultura. Isso não acontece só aqui, mas no Brasil inteiro. Isso tem que acabar, o Brasil não suporta mais esse tipo de coisa”, pontuou.

Ele finalizou dizendo que é preciso atuar mais e conscientizar esse eleitor. “O eleitor ruim escolhe o candidato ruim. Candidato ruim não tem nada a oferecer à população”, ponderou.

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