O CORO DOS DESCONTENTES: VEREADORES CRITICAM ADOÇÃO DA LISTA FECHADA

A Câmara discutiu a implantação do sistema de lista fechada nas eleições (Foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

Em um debate iniciado a partir do pronunciamento do vereador R. Silva (PP), na sessão plenária desta quarta-feira (5) na Câmara de Teresina, os parlamentares colocaram a insatisfação com um ponto específico da reforma política, que tramita no Congresso sob a designação PEC 36/2016.

A sessão foi dedicada quase que em sua totalidade a essa discussão. Os vereadores, em sua maioria, admitem a necessidade da reforma, mas se colocam de forma categórica contra a adoção do modelo de votação a partir de uma lista fechada, onde os candidatos de cada partido são colocados em uma lista, disposta a partir da escolha de cada legenda. Esse ponto gera debates e é polemizado nas casas legislativas Brasil afora. Um consenso parece algo distante neste ponto. Muitos tem se colocado contra, inclusive, o posicionamento dos próprios partidos.

Veja a repercussão entre os parlamentares:

JEOVÁ ALENCAR (PSDB)

“A reforma política é uma verdadeira aberração. Fortalece o partido e os caciques. Como vai surgir liderança nova em lista fechada? (...) Estão escondendo pessoas sujas que não podem ir para a rua que serão hostilizadas. O deputado Vice Cândido (PT-SP) deve pegar toda a proposta, jogar na lata de lixo e pedir desculpas para o lixo”.

DUDU (PT)

“Sou radicalmente contra a lista fechada. Para fortalecer o partido, só precisa de uma coisa: acabar com a coligação proporcional. (...) Com a lista fechada vai existir a máfia dos presidente dos partidos”.

CIDA SANTIAGO (PHS)

“A lista fechada é excludente e antidemocrática. Reduz a presença da mulher na política. Podemos pensar na reforma política como um meio para extinguir alguns excessos e eu começaria pelo Senado”. Sobre esta Casa, ela afirmou ainda: “não sei nem para que serve”.

R. SILVA (PP)

“A lista fechada rouba o direito sagrado do eleitor de escolher os seus representantes. Vai aumentar o poder dos partidos em negociar com executivo à nível federal, estadual e municipal”.

EDSON MELO (PSDB)

“[Se a lista fechada for aprovada] eu não faço nem reunião. Não vou sair da minha casa para pedir voto em lista”.

LUIZ LOBÃO (PMDB)

Afirma que participou do debate na Assembleia Legislativa sobre a reforma política, que não o convenceu a mudar de posição. “É tolher a vontade popular, um desserviço à democracia”.

DEOLINDO MOURA (PT)

O vereador afirma que o debate da reforma política abafa as discussões da Previdência e da terceirização. Para ele, isso não pode acontecer.

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