MARCELO CASTRO DIZ QUE ELEIÇÃO É DECIDIDA NO DINHEIRO

Por Gonçalo Naza
O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), relator da reforma política na Câmara dos Deputados, declarou que o atual modelo de financiamento de campanha é desleal e favorece os candidatos com maior poder financeiro. Para ele, a regra é simples: quem gasta mais tem mais votos.

“Se você pegar os resultados de eleições de vereadores, passando pelas de prefeitos de cidades pequenas, até chegar na disputa para deputado federal, vai perceber que quem mais gastou foram os que conseguiram ser eleitos. Pode até fazer uma regra de três: aqueles que foram os mais votados foram os que mais gastaram dinheiro na campanha”, disse que deputado, que participou de uma audiência na manhã de hoje (20), na Assembleia Legislativa. 

O relator da reforma política, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) diz que atualmente as eleições para os cargos proporcionais e para prefeitos de pequenas cidades são decididas no dinheiro

De acordo com o deputado, o financiamento de campanha é o ponto de maior divergência entre os congressistas. “É aí que a porca torce o rabo porque não existe consenso sobre o tema”, destacou o peemedebista.

Outro ponto que ainda encontra resistência, principalmente das classes convidas para discutir a reforma, é a coincidência de mandatos, com eleições únicas para todos os cargos, de presidente a vereador. O representante da OAB na audiência, Flávio Viana, disse que isso além de distanciar o eleitor do processo eleitoral, deve tumultuar os pleitos.

“Isso se isso for aprovado, servirá apenas para tumultuar o processo e afastar a sociedade do processo. Também não existe viabilidade técnica para isso. Nas eleições de 2012 tivemos quase 500 mil candidatos a vereador. Como é que vai se fazer para colocar toda essa gente toda nos programas eleitorais?”, ressaltou.

Na visita do Ministro do Superior Tribunal Eleitoral Dias Tófilli ao Piauí, os presidentes de todos os Tribunais Regionais Eleitorais do país divulgaram uma carta, mostrando a posição contrária a coincidência das eleições, alegando que isso, além de ferir a democracia o eleitor, tiraria a tranquilidade do eleitor ao ter que votar em tantos candidatos no mesmo processo. 

O FIM DA REELEIÇÃO

Marcelo Castro mostrou-se favorável ao fim da reeleição para cargos majoritários. De acordo com ele, um candidato que está no poder leva vantagem ao concorrer com os demais.

“Presidente Dilma [Rousseff] fez um discurso na campanha mas as medidas adotadas por ela depois de reeleita são contrárias ao que ela se propôs fazer. Como ela era já estava no cargo ficou em vantagem. Isso não teria ocorrido se não tivesse a reeleição. Qualquer candidato tentando se reeleger faria o que ela fez”, finalizou Castro. 

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