“ESTÃO FORTALECENDO UM ÓRGÃO PARA DAR A ALGUÉM QUE TEM PESO POLÍTICO”, DIZ DUDU

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

A reunificação dos órgãos que cuidam da saúde em Teresina ainda gera discussões dentro da Câmara. Ontem foi decidido, em segunda votação, pela aprovação da Fundação Municipal de Saúde como órgão único que administrará os serviços prestados neste setor no município.

O prefeito Firmino Filho (PSDB) reformulou a pasta logo que assumiu o mandato, em 2013, com a separação em Secretaria Municipal de Saúde, Fundação Hospitalar de Teresina e Fundação Municipal de Saúde. Agora, a Saúde está novamente unida sob a égide de um órgão só.

Vereador Dudu (PT) foi o único a se abster do voto. Para o parlamentar, existe uma incongruência no discurso de Firmino, já que ele defende bons indicadores da saúde com a “reforma” que dividiu o órgão em três. Trocando em miúdos, a preocupação de Dudu gira em torno de duas possibilidades: ou a prefeitura cometeu um erro ao separar a Saúde ou cometerá agora, com a união dos órgãos.

Reunificação foi discutida na Câmara Municipal e vereador Dudu colocou a dúvida: o que ela representa de fato para Teresina? (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Para Dudu, o objetivo da mudança seria criar uma “super secretaria” para gerir o setor. “Do jeito que está, nós estamos trocando seis por meia dúzia. Estão fortalecendo um órgão para dar a alguém que tem peso político, que exigiu ou sei lá o quê. Quanto a isso, nada contra, por que o prefeito tem a liberdade administrativa de fazer o que ele quiser. Agora, não podemos fazer [dizer] essa falácia para o povo de que é para economizar recursos”, declarou.

Dudu defendeu ainda que, se a separação foi positiva (como defende Firmino), reunificar os órgãos seria voltar “ao tempo do [prefeito] Elmano”, no que diz respeito aos indicadores da saúde.

Em conversa com a reportagem do Política Dinâmica, o futuro secretário de Saúde Sílvio Mendes justificou a reunificação. Segundo ele, a decisão foi tomada tendo em vista o “comando único de um sistema que funciona em rede e com hierarquia”, o que seria um benefício para a saúde em Teresina. Ele defende que a mudança gera uma economia real para os cofres públicos, com a “redução de custos na atividade meio”, que serão empregados nas atividades fins, ou seja, os serviços de saúde para a população propriamente ditos.

Sílvio Mendes defende que a reunificação é benéfica para a pasta da Saúde (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Sílvio Mendes assume o cargo em janeiro de 2017.

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