“É O FLUXO DE PEDESTRES QUE PRECISA SER VALORIZADO”, DIZ FÁBIO NOVO

Fábio Novo diz que a Cultura tem movimento o centro da cidade (Foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

Na noite de ontem (18) artistas se reuniram em protesto contra o pedido de reabertura do tráfego em frente ao Theatro 4 de Setembro, na Rua Senador Teodoro Pacheco. A petição, realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Teresina junto ao secretário de Desenvolvimento Econômico, Aluísio Sampaio, foi rechaçada pelos artistas e pela direção do Complexo. A Coordenação de Registro e Conservação da Secretaria Estadual de Cultura (Secult) encaminhou à PMT parecer desfavorável à medida.

O secretário estadual de Cultura Fábio Novo disse, em entrevista ao Política Dinâmica, que se a justificativa para abertura do trecho em frente ao Theatro 4 de Setembro para fluxo de veículos é melhoria do acesso e revitalização do centro, tal medida não resolve o problema.

Novo defende que a cultura é o setor que mais revitaliza o centro de Teresina. Para justificar sua tese, citou a reabertura, após reformas, da Biblioteca Pública Estadual Desembargador Cromwell de Carvalho e do Museu do Piauí, que será reaberto em fevereiro próximo. Citou ainda a reforma que está sendo feita no prédio da Secretaria Estadual de Cultura, palco de “grandes acontecimentos sociais e políticos” e que será ponto de visitação, bem como a reforma do Complexo Cultural Clube dos Diários.

“Hoje, o Theatro 4 de Setembro e o seu Complexo, funciona na sua totalidade. Os dados da Secretaria de Cultura apontam que, em um ano e três meses, depois da reforma por completo, voltou a funcionar a Galeria, o [Theatro] Torquato Neto, o Theatro [4 de Setembro], a Sala Chico Pereira, a Oficina Procópio Ferreira, tem vários cursos acontecendo lá dentro; projeto “Seis e Meia”, projeto “Boca da Noite”, “Proibido Cochilar”, “Terças da Casa”... Tudo isso que está acontecendo no Complexo em um ano e três meses fez circular por ali 100 mil pessoas. Quem colocou 100 mil pessoas no centro da cidade? Nós colocamos. A cultura está dando a sua contribuição”, pontuou o secretário.

O segundo aspecto que, segundo Novo, derruba a tese de que a abertura da rua em frente ao Theatro é benéfica para o centro da capital, é a preservação do patrimônio histórico. O secretário explica que o sítio onde está localizado o Complexo é tombado em nível municipal, estadual e federal. O trecho está fechado por que estudos apontam o trânsito de veículos como agente deteriorador da estrutura dos prédios. “Hoje a tendência não é abrir trânsito de carros. A tendência é valorizar pedestres. Não é o fluxo de veículos que tem que ser valorizado. É o fluxo de pedestres”, declarou.

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