por Lídia Brito
(edição: Marcos Melo)

Hoje, o prefeito Firmino Filho (PSDB) tem uma vantagem consolidada na Câmara Municipal. Não é um dado que garante as melhores chances de vitória na campanha de reeleição, mas apontam uma tendência. É ao lado do atual prefeito que a maioria dos vereadores apostam nas melhores chances de vitória. E a nova composição das cadeiras na CMT mostra isso.

No último sábado (02) terminou o prazo da janela política que possibilitou aos políticos com mandato, mudarem de partido sem serem penalizados pela Justiça Eleitoral. Foram 30 dias de intensa movimentação partidária com mudanças significativas na composição das siglas e na representação partidária.

A janela trouxe mudanças no tamanho dos partidos, alterou a composição da base de apoio do prefeito Firmino e achatou a oposição. Aliados encolheram, outros aumentaram de tamanho ao mesmo tempo em que partidos sem nenhuma representação passaram a ter um tamanho significativo, exigindo de Firmino a necessidade de fazer mudanças para acomodar aliados.

As mudanças podem ser percebidas ao se observar a quantidade de vereadores que mudaram de siglas. Dos 29 parlamentares eleitos em 2012, 15 mudaram de sigla. O número corresponde a mais da metade da composição da Casa.

PARTIDOS BENEFICIADOS PELA JANELA

A sigla que mais cresceu na Câmara de Vereadores com a janela política foi o PSDB do prefeito Firmino Filho. Visando as eleições de outubro, o prefeito trabalhou para ter uma base forte e para construir o partido com o maior número de vereadores na Câmara.

Na eleição de 2012, o PSDB conseguiu eleger os vereadores Edson Melo e Joninha. Com a mudança partidária proporcionada pela janela, a sigla passou a contar ainda com Jeová Alencar -- que deixou o Solidariedade -- e com José Ferreira, de volta à sigla após ter saído em 2010.

Outro beneficiado com a janela é o desconhecido PSL. O partido estava desativado no Piauí e ressurgiu após Sérgio Bandeira, filho do vereador Ricardo Bandeira, assumir a presidência da sigla. Sem nenhuma representatividade na Câmara, a legenda passou a ter agora três vereadores.

Além de Ricardo Bandeira, os vereadores Luís André e Teresinha Medeiros também ingressaram na nova sigla. O PSL reza na cartilha do prefeito.

O mesmo ocorre com o PRP. O partido não possuía representação na Câmara de Vereadores e agora conta com dois representantes no exercício do mandato: Celene Fernandes e Valdemir Virgino. Ambos saídos do Solidariedade.

O recém-criado PMB – Partido da Mulher Brasileira já nasce com representação na Câmara. A vereadora Graça Amorim deixou o PTB após divergência com o senador Elmano Ferrer (PTB) e se filou a legenda. Graça assumiu a presidência do PMB no Piauí e, corre forte a informação nos bastidores, já é considerada "ex-oposição" e aliada de Firmino.

BANCADAS REDUZIDAS

O partido que sofreu a redução mais brusca na Câmara de Vereadores com a janela política foi o Solidariedade. Correu o risco de deixar de existir na CMT. De uma bancada de quatro parlamentares, o partido possui agora apenas um. 

Os vereadores Celene Fernandes, Valdemir Virgino, Jeová Alencar e Ananias Carvalho formavam a sigla e deixaram o Solidariedade. No fim do prazo, o vereador Major Paulo Roberto, que se desfiliou do PSD, anunciou o ingresso ao Solidariedade. Ele passa a ser o presidente da sigla. Ele enfrenta, agora, dificuldades para coligar na proporcional.

O PSB também teve perdas significativas. O partido possuía três vereadores e passa a contar apenas com um. Tiago Vasconcelos e Caio Bucar deixaram a legenda depois de desavenças com o presidente da sigla, o ex-governador Wilson Martins. O partido passa a contar somente com vereador Edvaldo Marques. 

A meta do PSB na eleição de outubro é reconstruir a bancada na Câmara. O partido faz parte da base de apoio ao prefeito Firmino Filho.

O PTB, partido presidido no estado pelo senador Elmano Ferrer, também encolheu. De uma bancada de três vereadores, a legenda ficou apenas com um. Saíram os vereadores Graça Amorim e Carlos Filho. Permaneceu o vereador Paulo Roberto da Iluminação.

O PSD também perdeu bancada na Câmara. O vereador José Ferreira deixou a sigla para se filiar ao PSDB. O vereador major Paulo Roberto também se desfiliou e seguiu para o Solidariedade. A sigla conta hoje com o vereador Caio Bucar que se filiou na sexta (01).

PARTIDOS SUMIRAM DA CÂMARA

A abertura da janela política fez com que alguns partidos desaparecessem da Câmara de Teresina. É o caso do PROS, PPS e PSDC. No caso do PROS, a sigla era representada pelo vereador Antônio Aguiar que aproveitou a janela para se filiar ao PP, que é presidido nacional pelo senador, Ciro Nogueira.

O PPS perdeu os dois vereadores que possuía depois que a direção da sigla no estado decidiu expulsá-los por infidelidade partidária. Os vereadores Teresinha Medeiros e Luís André deixaram o PPS para se filiarem ao PSL.

No caso do PSDC, o partido perdeu representação na Câmara depois que o vereador Ricardo Bandeira passou a integrar o PSL. O partido foi reestruturado na capital pelo filho do vereador, Sérgio Bandeira.

NÃO MUDARAM DE PARTIDO

Antônio José Lira (DEM)

Cida Santiago (PHS)

Dudu (PT)

Gilberto Paixão (PT)

Rosário Bezerra (PT)

Edson Melo (PSDB)

Edvaldo Marques (PSB)

Edvan Silva (PTC)

Inácio Carvalho (PP)

Joninha (PSDB)

Lobão (PMDB)

Paulo Roberto da Iluminação (PTB)

Levino (PRB)

Rosário (PT)

Teresa Britto (PV)