HERÁCLITO MANIFESTA APOIO À LAVA JATO

Heráclito Fortes diz que sempre quis ser imune na vida parlamentar (FOto: Ascom)

O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) participou da sessão especial realizada no Plenário da Câmara para debater as 10 medidas de combate à corrupção defendidas pelo Ministério Público Federal. Durante a sessão, que contou com a presença do procurador Deltan Dellagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-jato, Heráclito defendeu a agilização dos trabalhos da comissão especial que vai analisar as dez medidas para que o Congresso aperfeiçoe a legislação de combate à corrupção e destacou sua revolta pela inclusão de seu nome na delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Heráclito se declarou inocente da acusação que lhe foi feita e disse aos procuradores presentes que a sua prestação de contas de campanha, tanto das eleições de 2010 como de 2014, provam que ele jamais recebeu qualquer doação oficial de empresas envolvidas em contratos superfaturados com a Transpetro, conforme disse o delator.

“Eu estou aqui nesta Casa há muitos anos e o que eu sempre quis na vida foi ficar imune a escândalos e aos escandalosos. Mas vejam os senhores: semana passada, eu fui denunciado pelo réu confesso que, através de uma delação premiada, quer aliviar os crimes que cometeu. Eu queria chamar a atenção para esse fato e queria pedir ao Ministério Público que examinasse as atas das sessões da Comissão de Infraestrutura do Senado, de que eu participei. O delator disse que a doação para minha campanha foi oficial. E vejam: o assunto se deu em 2006, ele falou que deu em 2010 e em 2014 ficou me devendo. Uma coisa sem pé, nem cabeça. Não há qualquer doação para minha campanha das empresas por ele listadas”, disse Heráclito.

O deputado ressaltou que está à disposição do Ministério Público para todos os esclarecimentos. “O raio de ação da calúnia é dez vezes maior do que o do desmentido, de forma que faço um apelo ao Ministério Público, e me coloco à disposição para o que for preciso: acareação, quebra de sigilo telefônico, o que for importante”, afirmou.

Heráclito Fortes explicou como se deu a discussão na Comissão de Infraestrutura do Senado de projetos do interesse da Transpetro, citados pelo delator Sérgio Machado. Segundo o deputado, havia em torno dos projetos uma briga entre a Bahia e Pernambuco, ambos os estados disputando a construção do estaleiro.

“Eu, como presidente da comissão, fiquei imprensado entre o vozeirão do Antônio Carlos Magalhães, de um lado, e Marco Maciel, do outro. Pedi ao Ministério da Fazenda que respondesse a alguns questionamentos sobre os projetos em julho. Em novembro, recebi um telefonema da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que me pedia que, em nome do Brasil, eu resolvesse a questão. Eu pedi a ela que o Ministério da Fazenda respondesse aos questionamentos que havíamos feito. Dilma disse então que iria mandar alguém da confiança dela conversar comigo sobre o projeto. E à noite eu recebi Erenice Guerra, segunda pessoa da ministra. Mostrei o que se passava, e ela buscou responder a todos os meus questionamentos. Mesmo assim, somente fomos colocar os projetos em votação no final do ano de 2006. Enfim, estou explicando esta questão porque isso é importante para a minha vida. É uma história de vida que querem macular”, concluiu o deputado Heráclito Fortes.

COMBATE À CORRUPÇÃO

O conjunto de 10 medidas de combate à corrupção defendidas pelo Ministério Público Federa foi resultado de uma mobilização nacional realizada por procuradores e promotores. Os defensores das dez medidas reuniram mais de dois milhões de assinaturas em apoio aos projetos de combate à corrupção, que incluem alterações legislativas para prevenir, punir e recuperar desvios de dinheiro público. Além da participação dos parlamentares, a sessão também foi aberta à participação popular e permitiu, por meio da internet, a contribuição com perguntas e comentários de representantes da sociedade.

Fonte: Ascom

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