por Lídia Brito

O governador Wellington Dias (PT) participou na manhã desta segunda-feira (24) de reunião com o Banco do Nordeste para tratar de investimentos em 2017. Em entrevista ao Política Dinâmica, ele avaliou o cenário político local depois das eleições municipais, e falou sobre o ingresso do PMDB no governo.

Mesmo com o protesto de petistas, que criticam a aproximação do governo do PT, no Piauí, com o partido do presidente, Michel Temer (PMDB), considerado “golpista” pela legenda, Wellington diz que os peemedebistas já fazem parte do governo.

“O PMDB já faz parte do governo com maior prazer. Já é o partido que desde 2015 ajuda o governo e assim temos trabalhado e quero melhorar ainda mais essa relação", disse.

PROTESTOS

Segundo ele, a legislação eleitoral faz com que as divergências do cenário nacional não interfiram no local. Para ele, não há problema em o PMDB participar do governo. “A eleição municipal acabou de acontecer. Você tinha praticamente todos os partidos coligados com todo mundo. O meu partido, o PT, coligado com o PMDB, em alguns lugares coligados com o PSDB, com PSB. A lei permite isso. Não há problema”, comentou.

Em um recado claro aos petistas, Wellington afirma que não pode priorizar apenas o Partido dos Trabalhadores. “A verdade é que no Brasil, pelo modelo eleitoral, tem um número grande de partidos e do outro lado termina com essa modelagem tendo coligação de todo mundo com todos. A rigor há necessidade de ter o compromisso comum. Da mesma forma que eu quero que meu partido cresça, tenho que possibilitar que os outros partidos também tenham estratégia para crescerem também. É assim que funciona. Não posso priorizar apenas um”, disse ao se referir ao PT.

No PMDB, também existe resistência à aliança com o PT. O vice-presidente da sigla no Piauí, João Henrique Sousa, seria contra a presença de peemedebistas no Palácio de Karnak. Ele faz parte do grupo que diz que a aliança incomodaria Michel Temer. João Henrique desejaria ser candidato ao governo em 2018.

ELEIÇÕES 2018

Wellington explicou que a reforma administrativa, que deve ocorrer, visa acomodar os aliados e partidos depois das eleições municipais. Ele disse ter confiança que conseguirá manter a base unida até 2018.

“Mudanças sempre ocorrem, em razão de vários fatores. Eu estou procedendo um diálogo muito mais no sentido do compromisso com a governabilidade. Terminou a eleição municipal e agora discutimos como os partidos pensam em se organizar para 2018. No Piauí, contamos com esse time, que permanece. Em resumo é essa a equação. Notícia boa é que todos os partidos que converso mantêm posição de manter a responsabilidade com o processo de desenvolvimento do Piauí”, declarou.