PODE COMEÇAR A REZAR, GESSIVALDO!

O deputado estadual Gessivaldo Isaías (Republicanos) pode até dizer que não, mas sua reeleição para a Assembleia Legislativa é um projeto difícil. O republicanos, partido ao qual ele é filiado, apoia a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto suas bases são extremamente ligadas ao governo do PT do Piauí, que defende a eleição de Lula. Essa é uma confusão eleitoral que só aumenta outro problema: falta de voto. A chapa de estaduais do Republicanos só deve eleger um candidato, no caso, o atual presidente da Câmara Municipal de Teresina, Jeová Alencar.

O frio na barriga dessa vez vai ser pra testar a fé do pastor Gessivaldo no seu eleitorado, que tende a diminuir (foto: Jailson Soares | PD)

Em entrevista ao blog Jogo do Poder, da Rede Meio Norte, o deputado disse que essa “é uma hipótese zerada, que não acredita nunca que seu partido vá fazer só um deputado”.

Na verdade, fazendo as contas, as chances de Gessivaldo ficar suplente são grandes. Algumas avaliações no bastidores dão conta de que o comportamento impulsivo e raivoso e vice-prefeito de Teresina, Robert Rios, vai atrapalhar (e já tem atrapalhado) a chapa proporcional da qual o pastor faz parte.

Doutor Pessoa agora é o líder do grupo que comanda o Republicanos. Será que dá certo, pastor? (foto: Jailson Soares / PD).

SÓ FAZER AS CONTAS E COMPARAR

Em 2018, Gessivaldo foi votado por 28.259 eleitores. Ele fazia parte uma coligação de 5 partidos (PMN / PRB / SOLIDARIEDADE / PPL / PTC) que passou meses estudando e montando uma chapa competitiva. Eram 27 candidatos, dos quais 6 estavam no mandato ou haviam exercido o mandato de deputado estadual recentemente. Ou seja, dava para fazer previsão de votos. Foram dois nomes eleitos, além de Gessivaldo, também o deputado Evaldo Gomes com 26.851 votos. 

Jeová Alencar conseguiu montar base forte com apoio de vários vereadores e da Prefeitura para tentar se eleger deputado estadual. (foto: Jailson Soares / PD).

Em 2022, o Republicanos teve uma chapa montada às pressas. Indiscutivelmente, pela estrutura que possui, pelas articulações que tem feito e pelo histórico de votação crescente em Teresina, Jeová Alencar deve ser o mais bem votado. Estima-se que tendo uma votação entre 35 e 40 mil votos. 

Depois de perder lideranças que preferiram ficar com o governo à seguir com Doutor Pessoa e Robert Rios na Prefeitura de Teresina, ainda que Gessivaldo atinja 25 mil votos desta vez os demais 29 candidatos da chapa, ilustres desconhecidos, deveriam ter, juntos algo de 60 mil a 65 mil para garantir a segunda vaga da chapa. Menos que isso é, no máximo, ter a chance de disputar uma sobra. 

Lá em 2018, naquela chapa que Gessivaldo ajudou a montar, dos 27 candidatos, 18 tiveram menos de 580 votos. Apenas 4 candidatos (ele, Evaldo Gomes, Antônio Félix e Henrique Rebelo) tiveram mais de 10 mil votos. Comprado ou não, voto não é mercadoria fácil de receber.

Vendo os números comparando, é difícil essa conta fechar em favor de Gessivaldo. 

A base eleitoral de Gessivaldo foi montada no governo de Wellington Dias e, claro, ficou por lá em sua maioria depois que o pastor passou a ser alinhado com Doutor Pessoa, Robert Rios e com a campanha de Jair Bolsonaro  (foto: Jailson Soares/ PD)

Reza, pastor, reza forte e reza alto. 

Mas por via das dúvidas, é bom perguntar ao prefeito de Teresina o que tem pro senhor lá na PMT em caso de derrota... 

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