por Lídia Brito

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado realizou uma reunião para tratar do processo de terceirização do Hospital Justino Luz, no município de Picos. O secretário de Saúde, Francisco Costa, foi convocado pelos deputados para apresentar os dados sobre os resultados dos primeiros quatro meses da atuação da Organização Social, IGH - Instituto de Gestão e Humanização, à frente do hospital.

O grupo do IGH teria ligações com o ministro-chefe do Gabinete Pessoal da presidente da República, Jackson Wagner, que é do PT. Durante a audiência, o secretário Francisco Costa foi criticado por não ter levado dados suficientes que mostrassem o desempenho da IGH. Faltou o secretário explicar sobre as metas impostas à OS, e que segundo os servidores, não vem sendo cumpridas.

A oposição acusou o governo de Wellington Dias (PT) de tentar privatizar a saúde no estado a qualquer custo. De acordo com o deputado Rubem Martins (PSB), dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério do Trabalho apontam falhas graves que por si só já justificariam a rescisão do contrato.

“O governo tem insistindo em um modelo que mostrou que não funciona. Já são quatro meses e a população e os servidores afirmam que tudo piorou. O secretário de Saúde teve dificuldades de trazer dados aqui que justifiquem a manutenção deste sistema. Não trouxe dados concretos, mas mesmo assim defende a privatização da saúde”, disse o deputado.

"FALTAM DADOS"

Para justificar os dados insuficientes levados para a discussão, Francisco Costa explicou que era muita informação para ser levantada durante a audiência pública. Mas ficou de encaminhar posteriormente as informações aos órgãos responsáveis como o TCE e a Assembleia.

“Não seria possível trazer para uma audiência todos os dados. Nós trouxemos dados sim. Trouxemos o incremento de números através de dados sobre o que aumentou com relação à média do ano passado e o que foi a média praticada em relação ao ano passado. Nos comprometemos a enviar um relatório feito e esses dados estão disponíveis para quem quiser ter acesso”, declarou.

A presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde de Picos, Maria Eliete, denuncia perseguição aos servidores. Segundo ela, com a instalação da OS, 36 servidores efetivos foram afastados e hoje recorrem à Justiça para conseguir retornar aos cargos.

“São pessoas que trabalhavam há mais de 28 anos e que agora foram afastadas sem nenhuma explicação. A secretaria não deu nenhuma explicação. Nem processo administrativo existia contra estas pessoas. É um absurdo. Não existe diálogo do secretário com os servidores”, declarou.

A assessoria do secretário informou que uma apresentação foi levada para ser exposta, mas a Assembleia não teria cedido os equipamentos para que ocorresse a explanação.