por Francicleiton Cardoso e Marcos Melo

O posicionamento do presidente da Câmara dos Deputados tem gerado polêmica nos círculos políticos de todo o país. A decisão de romper com o governo nesta semana, além da investigação do seu nome na Operação Lava Jato deram a Eduardo Cunha (PMDB) mídia nos últimos dias. Na avaliação de alguns deputados federais piauienses, o parlamentar é visto como “estremado”, para outros, tem “agido com retidão”.

O deputado federal Marcelo Castro (PMDB), que não tem tido bom diálogo com Eduardo desde que foi dispensado da relatoria da Reforma Política, criticou o deputado e presidente da casa, que pertence ao seu partido, afirmando que os problemas na Reforma são causados por “Eduardo Cunha, que se apaixonou por um sistema retrógrado, ultrapassado e conservador”.

Marcelo afirma ainda que o presidente da Câmara tem que ser investigado na ação da Lava Jato. “Ele é o presidente da Câmara dos Deputados, sim, mas ninguém está acima da lei. Tem que ser investigado”, afirma Marcelo.

Já o deputado federal Heráclito Fortes (PSB) defende que Cunha deve defender-se da acusação de recebimento de propina no esquema investigado pela Lava Jato. “O Cunha tá falando que não sabe porque o nome dele não apareceu nas primeiras delações do Júlio Camargo. Só depois. Ele se queixa disso e está certo”, completa.

O deputado Júlio César (PSD) é mais cauteloso em sua avaliação e diz que não tem analisado direito o posicionamento da Câmara sobre o presidente, mas garante que Cunha tem ido longe demais em suas decisões. “Ele foi estremado, mas ainda não conversei com ele. Ele acredita que o caso do procurador da República foi feito para inibir ele. Mas é o que ele pensa”, afirma Júlio César.