DELATOR CONTA COMO REPASSOU DINHEIRO PARA A CAMPANHA DE FIRMINO

Por Gustavo Almeida

Firmino teria recebido R$ 250 mil em 2012 (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

A operação Lava Jato chega cada vez mais perto de políticos do Piauí. Em depoimento, um dos delatores da construtora Odebrecht relatou como teria sido feito um repasse de R$ 250 mil para a campanha do prefeito de Teresina Firmino Filho (PSDB). A informação foi trazida pelo jornal Diário do Povo desta segunda-feira (17).

Conforme depoimento do executivo da Odebrecht Ambiental, Alexandre Barradas, o dinheiro foi entregue a um primo de Firmino, em Recife. No depoimento, o executivo conta que se encontrou com Firmino Filho no aeroporto de Brasília em 2012, quando o tucano teria lhe pedido ajuda financeira para a campanha daquele ano. A negociação para o repasse do dinheiro foi feita no dia 23 de agosto.

Segundo o delator, um dos interesses da Odebrecht era ter Firmino como um possível aliado na concessão de serviços de água e saneamento em Teresina. Ele revelou que a empresa até fez um estudo das necessidades enfrentadas pela capital no setor de abastecimento. A Odebrecht sabia que a Agespisa era vinculada ao governo do estado, mas esperava que Firmino pudesse ter alguma influência como prefeito de Teresina.

“Ele indicou um primo-irmão de Recife que me contataria. Não foi falado o valor, mas ficou claro que ele queria um aporte financeiro para a campanha dele. Naquele momento ele não tinha muito a oferecer, mas ele tentou tomar para o município o abastecimento de água e esgoto. Lá, em muitos bairros, não tem água e o esgoto é muito ruim”, falou o delator se referindo a Agespisa.

Alexandre Barradas contou detalhes do repasse a Firmino (Foto: Reprodução)

Em certos momentos do depoimento, Alexandre Barradas entrou em contradição, mas garantiu estar contando o que sabia, mesmo ressaltando que alguns dados podem não bater com planilhas que ele não tem conhecimento. Ele também chega a afirmar que o prefeito de Teresina não sabia se a quantia recebida da construtora era Caixa 2 ou não.

Nas planilhas da Odebrecht, Firmino Filho tinha o codinome "Fifi". O valor repassado para a campanha do tucano foi entregue ao primo dele, identificado como Alberto, em um hotel no Recife. O depoimento de Alexandre Barradas foi dado a procuradores do Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Sul.

OUTRO LADO
O prefeito Firmino Filho está em Brasília nesta segunda-feira. O Política Dinâmica entrou em contato com a assessoria dele, mas até a publicação da reportagem não recebeu resposta.

Comente aqui