AUTORIDADES QUEREM QUESTÕES DISSERTATIVAS E REDAÇÃO EM CONCURSOS NO PIAUÍ

Por Gustavo Almeida

Reunião discutiu saídas para fraudes em concursos (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica)

Uma reunião na sala da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia nesta quinta-feira (1º) discutiu os constantes problemas em concursos realizados pelo Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos (Nucepe) no Piauí. Atendendo a requerimento do deputado João de Deus (PT), representantes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), do Ministério Público Estadual e das polícias Civil e Militar debateram saídas para a problemática.

Uma das medidas apresentadas como alternativa para dificultar a ação de fraudadores é a possibilidade de se inserir questões dissertativas e uma prova de redação nos concursos. A ideia foi vista com bons olhos pelos representantes, mas ainda está em fase inicial de discussão. O estopim para a reunião na Assembleia foram fraudes fraude no concurso da Polícia Militar no dia 21 de maio.

Riedel defende fase dissertativa em provas (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

“Era interessante que se tivesse uma lei estadual já exigindo que todos os concursos que fossem realizados no âmbito da administração estadual, patrocinados pelo governo do estado, de nível médio ou superior, tivesse alguma fase dissertativa. Ou uma redação ou algumas questões escritas para que dificulte a iniciativa de fraudadores”, disse o delegado-geral da Polícia Civil Riedel Batista.

Já o reitor da Uespi, professor Nouga Cardoso, disse que a colocação de redação e questões dissertativas é válida, mas ressaltou que não deve ser aplicada para feita em certames de todas as categorias. Segundo ele, não necessariamente precisaria se criar uma lei estadual para instituir a mudança nos concursos, pois o próprio Nucepe, que é vinculado a Uespi, tem autonomia para deliberar sobre a alteração.

Reitor Nouga Cardoso durante a reunião (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

“O Nucepe pode e tem autonomia durante a elaboração do edital de colocar quantas fases ele achar necessário. Agora é importante dizer que um concurso em que você tem como concorrentes pessoas com formação de nível médio, como no da Polícia Militar, você não pode exigir que o candidato saiba fazer um Boletim de Ocorrência, porque ele vai ser preparado e ensinado a elaborar isso é dentro da academia. Diferente de um concurso da OAB, por exemplo, onde o profissional é preparado durante a formação do bacharel”, disse.

Ele explica que a inclusão de questões que exijam a elaboração de frases depende muito da especificidade do concurso e da natureza dos concurseiros. “Se um concurso é na área da medicina eu posso exigir dele [do candidato] uma prova onde ele coloque conhecimentos específicos da medicina, mas num concurso geral, onde todos e de qualquer nível podem participar, fica mais difícil incluir essas etapas”, disse.

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