Senado restringe acesso ao plenário após protestos em votações

Após duas semanas de protestos de diversas categorias durante as votações no plenário Senado, a Mesa Diretora da Casa decidiu nesta sexta-feira (10) restringir o acesso de pessoas não-credenciadas ao plenário. Com a decisão, apenas assessores parlamentares com credencial poderão acessar a Tribuna de Honra, espaço dentro do plenário que antes era aberto a convidados e ao público que desejava acompanhar votações.

O ato foi assinado pelos membros da Mesa, que é presidida pel presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Com a mudança, somente as galerias, espaço acima do plenário com lugar para 110 pessoas, poderão ser ocupadas por quem é de fora do Senado. A Tribuna de Honra tem 48 poltronas.

Nos últimos dias, diversos sindicatos e servidores públicos estiveram no Salão Azul do Senado para pressionar os parlamentares a aprovar matérias para beneficiar as categorias. Durante a votação da MP que estende a regra do ajuste do salário mínimo para a aposentadoria, as cadeiras da Tribuna foram ocupadas por grupos de aposentados e membros de sindicatos, que vaiavam e aplaudiam senadores.

Na quarta-feira, enquanto aposentados e integrantes da Força Sindical pressionavam pela aprovação da MP, servidores do Ministério Público da União pediam o aumento dos seus salários (veja vídeos). Os servidores utilizaram, inclusive, buzinas, apitos e cornetas para se manifestar, o que gerou revolta dos senadores. Os instrumentos eram usados, principalmente, do lado de fora do Congresso, mas ecoavam na entrada do plenário.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a impor uma condição para votar o reajuste dos servidores do MPU: que as "vuvuzelas" silenciassem. "Eu vou colocar uma pré-condição, única e insubstituível: para nós apreciarmos o Projeto de Lei do Ministério Público, primeiro, as vuvuzelas que estão no Senado Federal precisam silenciar, senão este projeto de lei não será apreciado", afirmou.

O líder do governo, senador Delcídio do Amaral (PT-MS), fez duras críticas às manifestações durante as votações nesta quinta (9). Ele comparou as vaias recebidas por senadores que se posicionavam contrários aos projetos defendidos pelo público à "Alemanha nazista."

Fonte: G1.

Comente aqui