Poupança tem maior saída de recursos desde 1995

As retiradas de recursos da caderneta de poupança superaram os depósitos em US$ 2,45 bilhões em julho deste ano, informou o Banco Central nesta quinta-feira (6). Trata-se da maior retirada de valores, em meses de julho, desde o início da série histórica, em 1995. Também foi o sétimo mês consecutivo de saída de recursos da mais tradicional modalidade de investimentos do país.

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, a retirada líquida (acima do valor dos ingressos) de recursos da poupança somou R$ 40,99 bilhões, também o maior valor da historia para o período. O montante supera, em muito, o valor de toda a entrada de recursos registrada no ano de 2014 fechado - que foi de R$ 24,03 bilhões

Saldo da poupança recua
Com a forte saída de valores da poupança neste ano, o volume total de recursos aplicados na caderneta recuou em 2015. No fim do ano passado, o estoque de recursos na poupança totalizava R$ 662,7 bilhões, passando para R$ 646 bilhões em junho. Em julho, somou R$ 648 bilhões. Neste cálculo, entram também os rendimentos creditados nas contas dos poupadores, que somaram R$ 4,13 bilhões em julho e R$ 26,5 bilhões na parcial deste ano.

Cenário econômico
A evasão de valores da mais tradicional modalidade de investimentos do país acontece em um momento difícil da economia, de alta da inflação, dos juros, dos impostos e, também, do endividamento das famílias. Neste ano, para tentar reequilibrar as contas públicas, o governo promoveu uma rodada de aumentos de tributos. Subiram tributos sobre carros, empréstimos, importados, cosméticos, combustíveis e, também, sobre empresas. Além disso, também foram limitados benefícios sociais, como o seguro-desemprego e o abono salarial, entre outros.

Fundo de reserva
Especialistas avaliam que, independentemente do rendimento, a caderneta de poupança ainda pode ser uma boa opção de investimento somente em alguns casos. Pode ser uma boa alternativa, por exemplo, para pequenos poupadores (com pouco dinheiro guardado), para pessoas que buscam aplicações de curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda.

Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos públicos pela internet) há cobrança do imposto de renda e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

Fonte: G1

Comente aqui