Operação busca dados sobre verdadeiro dono de tríplex

A publicitáriaNelci Warkené considerada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal o caminho mais curto para descoberta dos verdadeiros proprietários de imóveis adquiridos em um suposto esquema de ocultação patrimonial e lavagem do dinheiro desviado da corrupção na Petrobras, que teria envolvido a empreiteira OAS, a Cooperativa Habitacional do Sindicato dos Bancários (Bancoop) e o PT.

Nelci é ex-funcionária da área de marketing da Bancoop e dona de uma empresa de panfletagem, a Paulista Plus. Junto com Eliana Pinheiro de Freitas - também ligada a Bancoop e madrinha de uma de suas filhas -, as duas são apontadas pela força-tarefa da Lava Jato como "testas-de-ferro" no esquema.

O ponto de partida da apuração da Triplo X é o triplex 163-B, do Edifício Solaris, no Guarujá (SP) - no mesmo endereço, a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido dona de um tríplex, o 164-A.

Formalmente o apartamento 163-B pertence desde 2009 a Murray Holdings LLC, aberta em Las Vegas, Estado de Nevada, nos Estados Unidos, em nome de Eliana Freitas. Para os procuradores, Eliana é uma "laranja" de Nilce Warken.

A offshore foi aberta em uma das maiores empresas do mundo especializada nesse tipo de negócio, a Mossack Fonseca & CO - com sede no Panamá. Cinco pessoas ligadas a Mossack no Brasil foram alvo da Triplo X.

"Fica evidenciado que a Mossack Fonseca era uma grande lavadora, participava de um grande esquema de lavagem. Oferecia seu serviço a esquemas dos mais diversos. Nós temos indicações de que a participação dela em outros esquema em andamento na qual não é nossa responsabilidade", afirmou o procurador da República Carlos Fernando Santos de Lima.

"A formal propriedade do tríplex 163-B do Condomínio Solaris por parte da offshore Murray Holdings LLC, registrada em Nevada/EUA levantou suspeitas pela evidente disparidade de um imóvel de tais padrões frente à pessoa que se apresentou perante as autoridades fazendárias brasileiras como representante da dita offshore, qual seja, Eliana Pinheiro de Freitas, pessoa de condições simples, porém, representante de offshore que adquiriu uma série de imóveis desde 2009", informa documento da PF.

A Lava Jato chegou aos nomes de Eliana Freitas (Murray) e Nelci Warken (Paulista Plus), após a transferência - por adjudicação em processo judicial - "de 14 imóveis para saldar débito incompatível com o valor dos bens transmitidos." Entre esses imóveis, o tríplex 163-B do Edifício Solaris.

Um dos problemas que levantaram suspeita dos investigadores da Lava Jato é que a transferência de bens da Paulista Plus para a Murray envolveu "valor muito superior ao valor da suposta dívida".

Fonte: Uol.

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