Em meio a recentes troca de farpas entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, afirmou nesta quinta-feira (22) que o Palácio do Planalto manterá o “diálogo institucional” com o peemedebista.

Nos últimos dias, Dilma e Cunha trocaram acusações por meio da imprensa. A série de alfinetadas teve início no último domingo (18), quando a presidente Dilma, em viagem oficial à Suécia, foi questionada sobre as provas da existência de contas atribuídas a Cunha na Suíça. Ao ser indagada sobre se o episódio causava constrangimento ao Brasil no exterior, a petista respondeu que lamentava um brasileiro estar envolvido nas acusações.

No dia seguinte, Cunha rebateu a declaração da chefe do Executivo. "E eu lamento que seja com um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo", enfatizou.

Na Finlândia, Dilma disse a repórteres na terça (20) que o governo dela não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção. Não é o meu governo que está sendo acusado atualmente", ironizou.

No mesmo dia, Cunha voltou a rebater a presidente da República: “Eu não sabia que a Petrobras não era do governo”.

Após participar de uma reunião com a presidente da República e representantes da Confederação Nacional dos Municípios na manhã desta quinta, Ricardo Berzoini – responsável pela articulação política do governo federal – foi questionado por repórteres sobre como estão as “pontes” do Palácio do Planalto com Cunha depois do mal-estar dos últimos dias.

“Nós tratamos das questões de maneira republicana e transparente, tanto com o presidente da Câmara quanto com o presidente do Senado. E nós vamos continuar o diálogo institucional, que não tem nenhuma conexão com eventuais situações que cada um dos dirigentes políticos vive em relação a qualquer outra situação”, declarou o titular da Secretaria de Governo.

Denunciado em um dos processos da Lava Jato, Eduardo Cunha foi acusado por delatores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras de ter recebido propina para viabilizar contratos da estatal do petróleo. O peemedebista nega envolvimento com o escândalo.

Fonte: G1.