A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer se reuniram no final da manhã desta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, para discutir a permanência do peemedebista à frente da articulação política do governo federal. O encontro, que durou cerca de uma hora, ocorreu ao final da reunião semanal do grupo de "coordenação política" do Executivo federal.

Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Eliseu Padilha (Aviação Civil) participaram do encontro. Ao final da reunião, por volta do meio dia, Temer saiu do gabinete presidencial sem falar com a imprensa e foi para o Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência.

Segundo o Blog do Camarotti, Temer fez um "desabafo" a aliados nos últimos dias dizendo que já havia cumprido seu papel à frente da interlocução política do Planalto. Aos interlocutores, ele avisou que pretendia deixar a função.

Ainda de acordo com o Blog, desde que Temer manifestou o interesse de deixar o posto de articulador político, auxiliares mais próximos de Dilma demonstraram "grande preocupação" com a decisão. Na avaliação de integrantes do governo, destacou o colunista do G1, a presidente estaria disposta a fazer "um gesto" para mostrar que o peemedebista é fundamental para a governabilidade do país.

Temer assumiu a interlocução do Planalto com o Congresso Nacional em abril deste ano. Na ocasião, o então ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, foi transferido para o comando da Secretaria de Direitos Humanos após se desgastar na função com integrantes do Legislativo.

O enfraquecimento de Pepe Vargas na interlocução política teve início em fevereiro, no processo eleitoral que elegeu o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o comando da Câmara dos Deputados. Ao lado do chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o ministro das Relações Institucionais se envolveu na campanha interna da Câmara para tentar eleger o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Diante da crise política gerada pela dificuldade de interlocução, a presidente da República delegou ao vice a responsabilidade de negociar com o parlamento. O primeiro grande desafio de Temer na função foi negociar a aprovação das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal.

Fonte: G1.