Após a confirmação das denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um grupo de parlamentares de dez partidos – PSOL, PT, PSC, PSB, PPS, PDT, PMDB, PR, PTB e PROS – divulgou nesta quinta-feira (20) um manifesto defendendo o afastamento imediato do deputado da presidência da Câmara.
Alvo da Operação Lava Jato, Cunha é acusado dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Caberá agora ao Supremo Tribunal Federal (STF) decidir se aceita ou não a denúncia.
Os deputados divulgaram um manifesto conjunto de posicionamento político em que afirmam que, “com a denúncia, a situação torna-se insustentável para o deputado, que já sustentou utilizar o poder derivado do cargo para a sua própria defesa”.
O documento diz ainda que o cargo “exige equilíbrio, postura ética e credibilidade” e que a situação de Cunha é “incompatível” para que ele continue no comando da Casa.
“Em defesa do parlamento, clamamos pelo seu afastamento imediato”, afirmou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), ao ler o manifesto.
O número de signatários não foi divulgado pelos deputados, mas o grupo informou que o objetivo é obter mais assinaturas nos próximos dias. Entre os parlamentares que assinaram o documento está o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), filiado ao mesmo partido de Cunha.
Chico Alencar disse durante a entrevista a jornalistas que, se a denúncia foi aceita pelo Supremo, o partido entrará com representação contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar. Esse tipo de processo político pode resultar em punições que vão de advertência e suspensão à perda do mandato.
“Quando da apreciação e acolhimento dessa gravíssima denúncia por parte do Supremo, tornando-se o parlamentar réu, não apenas cobraremos o afastamento da função, mas também uma representação no Conselho de Ética pedindo a saída do parlamentar”, disse Alencar.
Fonte: G1.
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