Camargo Corrêa tenta fazer acordo com governo

Um dos principais alvos da Operação Lava Jato, a empreiteira Camargo Corrêa começou a negociar um acordo de leniência com o governo. O objetivo da empresa é evitar que a CGU (Controladoria-Geral da União) a declare inidônea, o que a impediria de participar de licitações federais e de receber empréstimos de bancos públicos.

A Folha apurou que emissários da empreiteira procuraram a CGU na semana passada e manifestaram interesse em discutir os termos de um possível acordo. A primeira reunião deve ocorrer nos próximos dias.

Serão discutidas as supostas participações da Camargo nos cartéis de empreiteiras que manipularam concorrências na Petrobras, na usina nuclear Angra 3 e na hidrelétrica de Belo Monte.

O acordo de leniência é parecido com a delação premiada, mas é feito por empresas. Por meio dele, os infratores admitem irregularidades e colaboram com as investigações na tentativa de conseguir penas menores.

A Folha apurou que os acionistas da Camargo decidiram assumir pelo menos parte da responsabilidade por crimes revelados por dois de seus ex-executivos, que se tornaram delatores na Operação Lava Jato.

No mês passado, a empresa já firmou um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para colaborar com as investigações de um cartel nas obras da usina Angra 3.

A empreiteira entregou ao Conselho o resultado de auditorias em seus contratos e processos, feitas por auditores independentes.

O material ajudou o órgão a concluir que sete empresas agiram em conluio para "fixar preços" e "dividir o mercado" na obra de construção da usina nuclear.

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