Dez meses sem ônibus na cidade, descontinuidade de programas históricos de assistência social, ataques sistemáticos à memória do ex-prefeito Firmino Filho. Nada disso ou mesmo a morte de Teresinenses em decorrência do colapso administrativo da atual gestão da Prefeitura Municipal de Teresina vão fazer tucanos criticarem o prefeito Doutor Pessoa (MDB). Pelo menos até outubro, quando passar a eleição estadual.
Mesmo que isso custe jogar Teresina no buraco.
Doutor Pessoa é parte da estratégia montada pelo senador Ciro Nogueira (Progressistas) para ampliar a expectativa de vantagem eleitoral que Silvio Mendes (PSDB), seu candidato, sobre Rafael Fonteles (PT), candidato de Wellington Dias (PT). De quebra, Pessoa pode fazer palanque para Jair Bolsonaro (PL) no Piauí, e isolar o desgaste de Bolsonaro em outra chapa, que não a de Silvio.
É CONSTRANGEDOR, MAS É ASSIM...
O vereador Edson Melo, presidente municipal do PSDB em Teresina, atua como uma espécie de narrador dos interesses da campanha de Silvio e tem sido tão parceiro de Doutor Pessoa que já chegou até receber elogios do prefeito. De todo modo, ele deixa transparecer o constrangimento de não criticar a gestão a qual deveria fazer oposição. “Olha, a gente enxerga claramente uma certa insatisfação da população com relação à gestão municipal”, reconhece Edson. Porém, reafirma que a eleição estadual não vai ser “municipalizada” nem “nacionalizada”. Veja só na entrevista abaixo:
Em outras palavras: fugir do embate com Pessoa tanto quanto fugir da aliança formal com Bolsonaro.
Sílvio Mendes chegou a entrar em rota colisão com o vice-prefeito Robert Rios (PSB) após a morte de Firmino Filho, mas recuou das críticas à gestão ao viver a expectativa de ser candidato a governador do Piauí. Agora, escolhido, a cautela aumentou, ainda que Robert continue desferindo ataques ofensivos.
Só em não estar com o PT, Doutor Pessoa já ajuda a campanha de Sílvio.
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