O QUE SERÁ DO PTB?

PRA ONDE VAI O PTB?

O deputado estadual Fernando Monteiro quer aproveitar a oportunidade e o momento de (con)fusão tomar para ele o controle do PTB no Piauí. Não há como dizer isso em palavras mais simples. Porém, não há simplicidade nenhuma em conseguir a façanha. Monteiro, pelo que ele mesmo diz, tem um entrosamento muito grande com a presidente nacional do partido, Cristiane Brasil, deputada federal. Mas para virar presidente regional da sigla o parlamentar estadual terá que passar por cima de um senador e dois deputados federais.

PREFERÊNCIA

Para os filiados ao partido no Piauí, a preferência, não por acaso, é do senador Emano Ferrer. Ele é o quadro com o mandato mais importante dentro do PTB do Piauí e, mesmo antes da saída de JVC do controle regional da sigla, o comando do partido já tinha lhe sido oferecido. Até mesmo o pessoal do DEM que está chegando prefere o senador ou um deputado federal no comando.

SELFIE SEM QUÓRUM

Na última sexta-feira (22) o deputado Fernando Monteiro marcou uma reunião em sua residência. Chamou todos os detentores de mandato na sigla para tratar dos rumos do partido. Segundo parlamentares do partido, Monteiro queria fazer uma foto com todos em sua casa mandar para a deputada federal Cristiane Brasil. Seria uma maneira de mostrar articulação e prestígio. Mas a reunião de monteiro cabia numa selfie. Só apareceu seu sobrinho, o vereador Carlos Filho (foto). Ao mesmo tempo, o senador, os deputados federais e estaduais, o presidente do diretório municipal de Teresina, todo mundo estava na sede da sigla, discutindo se vale ou não a pena tentar salvar o partido no Piauí.

REJEIÇÃO

A rejeição que os petebistas tem ao nome de Fernando Monteiro se deve a vários fatores. Três deles: o histórico de mudanças de partido (já foi do PDS, PFL, DEM e antes de ira para o PTB, tentou se filiar ao Partido dos Trabalhadores); o histórico de sua política nos bastidores e pelo menos uma dúzia de pessoas que orbitam seu mandato sempre envolvidas em situações muito mal explicadas. 

ALERTA

JVC olha para a fusão de um ponto de vista muito prático e diz que essa fusão não beneficia o PTB no Piauí. Pelo menos não a ele, o senador Elmano Ferrer e do deputado federal Fábio Abreu. São vários os motivos: os filiados com mandato tem um afinidade maior com a base aliada do que a oposição; o número 25, que seria herdado do DEM, também não é um símbolo bom de se colar no peito; e, além disso, a fusão vai proporcionar uma janela para os filiados com mandato poderem ir para qualquer outra sigla sem perder o mandato e, nessa hora, os interesses pessoais falam mais alto que o interesse coletivo e a sobrevivência em grupo.

ELE QUER A SIGLA

De todo modo, tem jeito de evitar a debandada geral. O deputado federal Fábio Abreu vai esta semana à Brasília, se encontrar com a direção nacional do partido. Ele já disse que quer e, se for mesmo escolhido presidente estadual da sigla, com a composição de um diretório e não de uma comissão provisória, o PTB é capaz de manter dentro da sigla o senador Elmano e seus principais quadros. O próprio JVC diz que apóia Fábio e, sob o comando dele, pode permanecer no PTB.

UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

O deputado estadual Nerinho (à esq.) e o vereador Paulo Roberto da Iluminação (dir.), presidentes das comissões provisórias do Piauí e de Teresina, respectivamente, fitam a placa da antiga sede do PTB ali, no chão (foto: Marcos Melo / PoliticaDinamica.com)

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