Youssef diz que mandou entregar R$ 400 mil a Vaccari na porta do PT

O doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato e um dos primeiros a firmar acordo de delação premiada nas investigações, disse em depoimento à Justiça Federal do Paraná nesta terça-feira (31) que mandou um funcionário entregar "400 e poucos mil reais" para o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, em frente ao diretório nacional do PT, em São Paulo. O dinheiro, ainda segundo Youssef, foi entregue a mando da empresa Toshiba. O funcionário de Youssef, que segundo o doleiro se chama Rafael Angulo, entregou o dinheiro na frente do prédio para um funcionário da Toshiba, que então, de acordo com Youssef, levaria o montante para Vaccari.

O depoimento de Youssef desta manhã era em um processo que investiga o uso do laboratório farmacêutico Labogen para lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações da Lava Jato, a companhia tinha Youssef como sócio oculto.

Youssef disse também que pagou pessoalmente, também a mando da Toshiba, R$ 400 mil reais para a cunhada de Vaccari. De acordo com as investigações da Lava Jato, as empresas do esquema de que o doleiro fazia parte pagava propina a partidos políticos para obter contratos com a Petrobras.

Os dois pagamentos de R$ 400 mil, segundo o doleiro, saíram de uma empresa de um laranja, Waldomiro. Youssef também volta a mencionar que fazia pagamentos também para o PP.

"Eu cheguei a usar uma das empresas do Waldomiro para fazer uma operação para a Toshiba, onde eu pude então não só pagar o PP e o PAulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras e delator na Lava Jato), mas sim também pagar o PT, que então foi um valor... Na verdade, foram dois valores de 400 e poucos mil reais que foram entregues a mando da Toshiba para o tesoureiro do PT, o Vaccari", afirmou Youssef no depoimento.

"O primeiro valor foi retirado no meu escritório, na Renato Paes de Barros (rua em São Paulo) pela cunhade dele. Eu entreguei pessoalmente. O segundo valor foi entregue na porta do diretório do PT nacional pelo meu funcionário Rafael Angulo para o funcionário da Toshiba para que ele pudesse entregar para o Vaccari", conclui o doleiro.

A afirmação de que Vaccari recebeu dinheiro de propina já havia sido dada por Youssef no depoimento de delação premiada. Desde então o tesoureiro do PT nega qualquer participação no esquema.

O G1 entrou em contato com a assessoria do PT para obter uma resposta sobre as declarações de Youssef. O partido ficou de enviar uma nota, que não havia chegado até a última atualização desta reportagem.

O G1 entrou em contato com a Toshiba e também aguarda posicionamento empresa.

O jornal Hora 1 da Noticia, em dezembro, havia informado que o endereço da cunhada de Vaccari, Marice Correa, aparecia como destino de entrega de dinheiro. A informação constava em documentos obtidos com exclusividade pelo jornal e que fazem parte da Operação Lava Jato. A cunhada do tesoureiro do PT é citada como suposta destinatária de dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras. Na ocasião, ela negou envolvimento.

Fonte: G1

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