Paralisação convocada pela CUT para o dia 15 terá foco no PL 4.330

O movimento sindical continua se preparando para barrar o Projeto de Lei (PL) 4.330, sobre terceirização. Hoje (10), em entrevista à Radio Brasil Atual, a secretária de Relações do Trabalho da CUT, Maria das Graças Costa, falou sobre a preparação dos sindicatos e o calendário de mobilização. “Este momento é importante para nós, trabalhadores, principalmente da união dos movimentos sindicais em defesa dessas bandeiras.”

Após mobilização em diversos pontos no país, o projeto de lei passou pela Câmara. Segundo a secretária, a estratégia continuará a mesma e a aprovação é apenas uma das batalhas. “Nós continuamos com as duas posições. Uma é aumentar a mobilização, convocando uma paralisação nacional de 24 horas, no dia 15 (deste mês). A admissão do texto inicial do PL, para nós, é uma batalha, dentro de uma guerra entre o capital e o trabalhador. Já no Congresso Nacional, estamos nos organizando para acompanhar a tramitação do projeto, para que ele tenha uma trajetória normal.”

O movimento tem o apoio de partidos, como o Psol, PT e PCdoB, e de alguns parlamentares de outras legendas.

Graça Costa disse como está organizado o calendário da CUT durante a próxima semana. “Segunda-feira tem uma audiência pública no Senado, na Comissão de Direitos Humanos, sobre o projeto, na qual estaremos acompanhando. Teremos um grupo de militantes de todos os estados para visitar os gabinetes de deputados na terça-feira, levando a eles as nossas emendas, o que nós queremos modificar no projeto, e também entregaremos o dossiê da CUT, com dados negativos com o impacto da terceirização em setores.”

Na paralisação do dia 15, mesmo sendo prioridade, a terceirização não é a única pauta. As medidas provisórias do ajuste fiscal (664 e 665) serão discutidas, como também a defesa da Petrobras e a questão da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Os militantes estão produzindo cartazes com a foto dos deputados que votaram a favor do PL.

“A essência é não liberar a terceirização, mas apresentamos ao PT uma emenda aglutinativa, que é um projeto de lei que construímos com as centrais sindicais em 2011. A primeira ideia é aprovar essa emenda substituindo a do relatório do Arthur Maia (deputado do Solidariedade). A questão principal, porém, é evitar a terceirização, pois temos 12 milhões de terceirizados que recebem 25% a menos do que os fixos, além de trabalharem mais horas também", afirma Graça Costa. "De cada dez acidentes de trabalho, oito são com terceirizados e a maioria do trabalho escravo no Brasil é registrada em empresas terceirizadas. Nós não queremos ampliar isso para os 34 milhões que podem ser incluídos neste sistema.”

Fonte: Rede Brasil Atual

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